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Revolta

Os EUA sabiam do golpe na Rússia, estavam por trás dele?

Agente anônimo dos EUA informou que o país imperialista sabia da revolta na Rússia dez dias antes

O jornal imperialista norte-americano The New York Times publicou artigo neste último domingo, dia 25, alegando que os serviços de inteligência dos Estados Unidos sabiam que o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, estava planejando pegar em armas contra as autoridades russas e iniciar um conflito fratricida. 

A reportagem do jornal alega que, da mesma forma que no caso da decisão de invadir a Ucrânia, os serviços de inteligência norte-americanos tinham acesso a informação privilegiada e prepararam um dossiê sobre o caso. Eles alegam que não publicaram com antecedência a informação para não dar a Vladimir Putin a capacidade de se antecipar ao acontecimento, que eles consideravam fadado ao fracasso, mas que seria constrangedor para Putin e enfraqueceria a Rússia. 

O jornal também alega que não seria positivo que o líder do grupo Wagner assumisse o poder, por ser uma figura “brutal e imprevisível” que estaria no comando de armas nucleares, algo que podemos ou não acreditar. 

É evidente que na luta entre Vladimir Putin e o grupo Wagner, o imperialismo norte-americano torcia para o maior sucesso possível do grupo militar privado, afinal, um governo Prigozhin seria mais fraco que um governo Putin e, mesmo que ele fosse derrotado numa luta mais longa, seria ainda um prejuízo para a Rússia, e enfraquecer o País é um dos grandes objetivos estratégicos do imperialismo. Mesmo agora, com o golpe debelado sem derramamento de sangue, a imprensa norte-americana busca explorar o evento para enfraquecer Putin.

O golpe do grupo Wagner

Começando na sexta-feira de noite, os soldados do grupo Wagner, uma empresa de mercenários russa que participava dos esforços russos para derrotar a Ucrânia, se rebelou, assumiu o controle do quartel-general do Distrito Militar do Sul em Rostov-no-Don e anunciou que marcharia com suas colunas sobre a capital, Moscou.

O anúncio foi feito sob a alegação por Prigozhin de que estava marchando contra autoridades militares corruptas e não contra o presidente da república Vladimir Putin. O fato é que se marchava contra a capital russa com tanques e companhias militares de mercenários. 

A reação dos setores capitalistas que governam a Rússia foi total. O presidente Vladimir Putin fez um pronunciamento em rede nacional, onde denunciou o golpe como uma medida que iria enfraquecer a Rússia internamente, enquanto o país  “está enfrentando uma batalha cruel pelo seu futuro”, em referência à guerra na Ucrânia. Ele disse também que o momento é de unidade nacional para enfrentar os inimigos imperialistas, que o presidente chama de “Ocidente”. 

O ato do grupo Wagner inspirou uma série de notas de repúdio de países como a Turquia, o Irã, a Bielorrússia, entre outras nações. Contudo, os Estados Unidos, que sempre se apresentaram como um “bastião da democracia”, não falaram nada sobre a tentativa de golpe de Estado contra um presidente eleito, por parte de uma empresa de mercenários, o que apenas aponta para o seu envolvimento e demonstra o total cinismo da sua suposta defesa da democracia. 

A importância do grupo Wagner

A Empresa Militar Privada Wagner, como é chamada pela imprensa russa, foi uma parte essencial do esforço de guerra russo durante a batalha de Bakhmut. A cidade de Bakhmut ou Artyomovsk (como chamam os russos), é uma pequena cidade no leste da Ucrânia que, apesar de não ter nenhum valor econômico ou estratégico, se tornou uma posição fortificada da Ucrânia e um ponto de propaganda do regime Zelensky, de forma que ambos os lados atribuíram quantidades excepcionais de forças para dominar a região. Zelensky inclusive chegou a dizer que a derrota da cidade seria uma catástrofe militar, tudo isso antes da situação na cidade se tornar insuportável. Quando isso ocorreu, o lado ucraniano buscou apresentar que a cidade era insignificante. 

Apesar da disputa em torno da importância da cidade, a batalha em si é considerada por muitos o conflito mais sangrento de todo o século XXI até agora. 

Num esforço para vencer o conflito na cidade e conter o número de baixas no exército oficial, os russos empregaram de forma pesada as forças do grupo Wagner. O recrutamento do grupo Wagner ocorria de forma voluntária, com propaganda e também ocorria com o recrutamento de soldados dentro dos presídios russos. Naturalmente atraídos pelos altos salários, as forças mercenárias estavam dispostas a correr riscos maiores e foram a tropa de choque da Rússia na região. 

O hoje deposto líder do grupo Wagner alega que os ucranianos perderam mais de 50 mil soldados na defesa de Bakhmut, com mais de 50 mil feridos além dos mortos. Yevgeny Prigozhin também alegou que seu grupo Wagner perdeu 20 mil soldados no enfrentamento, com mais de 224 dias de contenda na pequena cidade. 

O provável envolvimento do imperialismo na Rebelião do grupo Wagner 

A tentativa de golpe de Estado do grupo Wagner durou apenas 36 horas e terminou sem derramamento de sangue. Contudo, o grupo militar deu uma grande contribuição para o imperialismo norte-americano em termos de criar o caso dentro das fronteiras russas. Duas importantes figuras políticas no leste europeu declararam que serviços de inteligência “ocidentais” (imperialistas) estiveram envolvidos com a tentativa de golpe. O vice-chefe do Conselho de Segurança russo Dmitri Medvedev alegou que a participação de “especialistas estrangeiros” no golpe do grupo Wagner era “bastante provável”. Medvedev, que já foi presidente e primeiro-ministro da Rússia, também disse que as ações do grupo Wagner foram parte de um plano bem pensado e que seu objetivo final era tomar o poder dentro da Rússia. 

Já o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, declarou: “eu não quero dizer quem esteve envolvido de fora [da Rússia, na tentativa de golpe], mas não tenham dúvidas [de que houve esse envolvimento externo]”. Ele ainda afirmou que os golpistas usaram a tática de atacar o governo de Putin sem dizer que estavam atacando o presidente, para evitar de se chocar com sua popularidade. 

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