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Esquerda pequeno-burguesa

Oportunistas usam Hamas para atacar PCO e revelam sua ruína

Com tentativas sucessivas de expulsar o Partido da Causa Operária das manifestações, organizações se lançaram em uma ação desesperada e mesquinha

Desde a operação militar contra Israel organizada pelo Hamas e pelos demais grupos armados palestinos no dia 7 de outubro, já aconteceram seis manifestações em apoio à luta dos árabes na cidade de São Paulo. Nenhum desses atos, no entanto, assumiu a dimensão que as manifestações em países como o Reino Unido e os Estados Unidos, quando dezenas de milhares marcharam em solidariedade aos mártires da Palestina.

Apesar do grande potencial da mobilização brasileira, o movimento em defesa dos palestinos está represado. E isso se deve, em grande medida, à conduta amadora, sectária e oportunista de um setor da esquerda nacional. Partidos como o PSTU, o PSOL, a UP e o PCB, ao mesmo tempo em que não estão mobilizando seus militantes e simpatizantes para as manifestações, decidiram atacar o Partido da Causa Operária com uma série de acusações ridículas e de conteúdo claramente direitista.

Essa tendência já havia sido expressa desde a primeira manifestação, quando esses setores pediram para que o PCO baixasse suas bandeiras. Sob o pretexto de que a manifestação era “do povo palestino”, tais organizações alegaram que partidos políticos não deveriam empunhar suas bandeiras. Não fosse a demagogia com os árabes, teriam entoado “1,2,3,4,5 mil, abaixa essa bandeira e levanta a do Brasil”, como cantava a direita nas manifestações em 2013, em um caso clássico de sequestro de manifestação. Quando a direita quer sequestrar uma manifestação da esquerda, a primeira medida que costuma tomar é justamente a de impedir que haja bandeiras das organizações, pois, assim, torna muito mais fácil a manipulação do que seria aquele ato público.

No terceiro ato, um dirigente do PCO, quando falava em defesa das organizações armadas palestinas, teve o microfone tomado de sua mão por pessoas ligadas ao PSTU, sob o pretexto de que a defesa do Hamas não era “o eixo” do movimento. Essa mesma conduta seria repetida em uma série de outras ações por parte desses setores.

Após um determinado ato, um suposto representante da “comunidade árabe” entrou em contato por telefone com dirigentes do PCO para dizer que o partido estava expulso das manifestações por sua defesa do Hamas. Nas redes sociais, pessoas ligadas a essas organizações chamaram os militantes do PCO de “vermes” por defender os “terroristas” do Hamas, ecoando a mesma campanha que a imprensa da direita e da extrema-direita fez contra o Partido. Por fim, na quinta manifestação, um grupinho tentou impedir que o bloco do PCO seguisse durante a passeata.

Toda essa conduta revela dois problemas políticos importantes. O primeiro deles é que esses setores da esquerda não compreendem do que se trata uma frente única de luta. A frente única não consiste numa aliança entre organizações diferentes para defender um mesmo programa integral, mas sim na aliança em torno de determinados objetivos gerais. Tanto é assim que o lema da frente única é: golpear juntos, marchar separados. Se, para formar uma frente única, fosse necessário exigir um acordo integral programático, então seria impossível unificar mais que meia dúzia de organizações da esquerda e do movimento operário. No caso dos atos pró-Palestina, aquilo que unifica, que tem o potencial de mobilizar todas as organizações dos oprimidos é o fim do genocídio. Isto é, a solidariedade com os palestinos e o fim dos bombardeios e invasões sionistas à Faixa de Gaza e à Cisjordânia.

Nas manifestações, há quem defenda a “solução de dois Estados” e há quem defenda o fim do Estado de Israel. Ambos são bem-vindos às manifestações: ambos, afinal, estão de acordo com as diretrizes gerais do movimento. E o mesmo vale, portanto, para o PCO: a defesa dos grupos armados não se choca com o objetivo do movimento – pelo contrário, reafirma-o.

Um caso que deixa isso muito claro é o fato de que muitas organizações, inclusive as que participam da “coordenação”, defendem a palavra de ordem “Palestina livre do rio ao mar”. Isto é, defendem o fim do Estado de Israel. E tem todo o direito de fazê-lo, assim como o PCO tem todo o direito de defender o Hamas e os grupos armados palestinos, pois isso não se choca com a defesa dos princípios gerais do movimento – pelo contrário, apenas reafirma-os.

Quem defende que haja uma lista de coisas que as organizações possam ou não falar no ato não está favorecendo o movimento e, portanto, não está favorecendo a luta do povo palestino. Está, na verdade, pondo uma camisa de força no movimento, o que poderá levar ao seu estrangulamento.

Um segundo problema importante é o fato de que, por mais que os ataques da esquerda ao Hamas revele uma capitulação diante do sionismo e um grave problema ideológico, eles são, neste momento, um pretexto para atacar o PCO. Afinal, PSTU e outras organizações bem poderiam ser contra “os métodos do Hamas”, como dizem, mas não precisariam travar uma guerra para tentar impedir o PCO de defender o grupo guerrilheiro.

O real motivo da crise desses setores com o PCO não é o Hamas, mas sim o próprio PCO. O que ficou patente em todas as manifestações foi que o PCO é a maior, mais combativa e mais ativa força política nas manifestações. Nos dois principais atos que houve em São Paulo, o PCO foi o único partido com carro de som. Até o momento, o PCO é o único partido a imprimir cartazes e distribuir panfletos em defesa do fim do genocídio. E, principalmente, o PCO tem reunido o maior bloco das manifestações.

Os ataques ao PCO não passam, portanto, de uma manifestação de desespero político. Esses setores da esquerda atacam o Partido em uma tentativa mesquinha de impedir que a sua falência política se torne evidente. Isto é, em vez de concentrar todos os esforços em contribuir para uma ampla mobilização em defesa dos palestinos, se concentram em tentar, atacando o PCO, esconder que a sua falta de política está levando os setores mais ativos da luta dos oprimidos a se agruparem em torno do PCO.

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