Não foi apenas o regime israelense que entrou em crise após as ações do Hamas. Quando o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e os demais grupos palestinos realizaram a heroica ação no dia 7 de outubro, estava claro que aquilo iria colocar todo o regime imperialista mundial em uma enorme crise.
O governo Netanyahu fez muito discurso e jurou exterminar o Hamas, não deixando pedra sobre pedra na Faixa de Gaza. Até agora, mesmo com o apoio do imperialismo, “Israel” não conseguiu avanços importantes.
Mais de 15 mil palestinos foram exterminados, os bombardeios geraram uma comoção mundial, os regimes políticos dos países imperialistas foram afetados pelos acontecimentos. A crise se aprofundou.
Porém, se há um grande prejudicado pela abertura de mais essa crise, certamente é o presidente golpista ucraniano, Vladimir Zelenski.
O imperialismo, principalmente o norte-americano, sustenta o regime golpista ucraniano e o governo Zelenski. Foi o imperialismo que deu o golpe em 2014, que controlou as eleições e que incentivou a Ucrânia a provocar a Rússia com as ameaças de entrada na OTAN. A Ucrânia foi jogada em uma guerra que não era dela.
O povo ucraniano serve como bucha de canhão do imperialismo e Zelenski é sua marionete.
Desde o início da guerra, que já dura quase três anos, a Rússia sempre teve o controle da situação. O principal objetivo do imperialismo ao fornecer armas para a Ucrânia era criar um cenário de devastação na região e desgastar os russos, obrigando-os a atrair os esforços para a Ucrânia.
A única coisa que o imperialismo conseguiu até agora foi a destruição da Ucrânia. Algumas estimativas dizem que foram mais de meio milhão de ucranianos mortos, além das perdas materiais gigantescas. Com uma crise desse tamanho, o regime de Zelenski só pode se sustentar graças ao suporte do imperialismo.
Mas eis que o Hamas aparece no dia 7 de outubro…
A situação no Oriente Médio é muito mais estratégica para o imperialismo do que a questão ucraniana. Uma derrota de “Israel” seria uma catástrofe para os interesses políticos e econômicos do imperialismo na região, o que obriga que os esforços principais se voltem para lá.
Na quarta-feira (6), o Senado norte-americano vetou um projeto apresentado pelo governo Biden que previa o envio de $60 bilhões para a Ucrânia. Dentro dos próprios EUA, há uma oposição aos gastos em apoio militar como no caso ucraniano. Os senadores republicanos vetaram o projeto, expressando essa oposição que se espalha entre a maioria da população.
A situação de Zelenski é cada vez mais complicada. Há, inclusive, rumores de que setores militares cogitam um golpe para tirá-lo do poder.
Tudo indica que a situação ucraniana ingressou em uma fase em que o imperialismo apenas estuda a melhor maneira de finalizar o conflito sem parecer que foi uma derrota acachapante.
A operação do Hamas pode ter marcado o início do fim de Zelenski. Mais uma vitória da resistência palestina contra o imperialismo.