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Manual de Gene Sharp

Open Society: o guia definitivo – Parte 3

Gene Sharp é o mentor da técnica de “revoluções coloridas” que George Soros financia para mudar regimes e desestabilizar países

Este guia foi pensado para demonstrar, definitivamente, que a Open Society e toda sua ideologia é inimiga dos países oprimidos. George Soros, um megaespeculador, um parasita do sistema financeiro, utiliza sua fortuna para financiar movimentos contra governos e países no mundo todo.

Em virtude das características assumidas por setores liberais no Brasil, o país se tornou o principal destino das operações de Soros (abordaremos em outra parte, doravante). O domínio territorial e ideológico de Soros no Brasil vem produzindo revolta por parte das ONGs contra a política do PCO, de denunciar todas as operações no sentido de desestabilizar o governo Lula.

Na parte 2 deste guia, demonstramos que George Soros promoveu a operação da Praça da Paz Celestial a China, após sua atuação direta nos eventos da Polônia e Leste Europeu. Na China, a operação falhou para mudança de regime, mas fortaleceu os movimentos separatistas em Xinjiang, Tibet e Taiwan. 

A operação na China teve quatro agentes centrais: a CIA, através do NED financiando opositores de Pequim; a Open Society; a Freedom House e a Albert Einstein Institution, fundada em 1983 por Gene Sharp, quem inventou a metodologia dos conflitos “não-violentos”, sendo considerado o “Maquiavel da não-violência). 

Antes disso, uma palavra sobre o NED, órgão que financiou o IREE, de Walfrido Warde, o amigo de Guilherme Boulos. De acordo com o NED: “Nos 33 anos desde o massacre de Quarta de Junho, dissidentes e democratas de todo o mundo trabalharam para manter vivo o espírito do movimento democrático chinês. O National Endowment for Democracy (NED) orgulha-se de ter apoiado há muito tempo muitos desses esforços como parte de nossa missão de promover e fortalecer os valores e instituições democráticas”. [1]

Voltando à Sharp, o seu Albert Einstein Institution é a base de todas as “revoluções coloridas” ocorridas no mundo. Nas ações dirigidas contra a China, Sharp atuou a partir do livro “The Politics of Nonviolent Action”, entre outros, que utilizava como referência Mahatma Ghandi.

Em 1993, Sharp daria forma definitiva ao seu método publicando o livro “Da Ditadura à Democracia: O Caminho para a Libertação”, onde faz comentários sobre a “ditadura chinesa”. Hugo Moldiz Mercado fez uma síntese do, onde Sharp introduziu as ideias bases para promover mudanças de regime e colocar fantoches dos Estados Unidos nos governos de países desestabilizados.

1ª etapa: abrandamento (empregando a guerra de IV geração)
• Desenvolvimento de matrizes de opinião centradas em déficits reais ou potenciais.
• Montagem nos conflitos e promoção do descontentamento.
• Promoção de fatores de mal-estar, entre os que se destacam: desabastecimento, criminalidade, manipulação do dólar, greve patronal e outros.
• Denúncias de corrupção, promoção de intrigas sectárias e fratura da unidade.

2ª etapa: deslegitimação
• Manipulação do anticomunismo.
• Impulsionamento de campanhas publicitárias em defesa da liberdade de imprensa, direitos humanos e liberdades públicas.
• Acusações de totalitarismo e pensamento único.
• Fratura ético-política.

3ª etapa: aquecimento das ruas
• Montagem nos conflitos e fomento da mobilização nas ruas.
• Elaboração de uma plataforma de luta que globalize as demandas políticas e sociais.
• Geração de todo tipo de protestos, expondo falhas e erros governamentais.
• Organização de manifestações, fechamento e tomada de instituições públicas que radicalizam a confrontação.

4ª etapa: combinação de diversas formas de luta
• Organização de marchas e tomada de instituições emblemáticas, com o objeto de cooptá-las e convertê-las em plataforma publicitária.
• Desenvolvimento de operações de guerra psicológica e ações armadas para justificar medidas repressivas e criar um clima de ingovernabilidade.
• Impulsionamento de campanha de rumores entre forças militares e tratar de desmoralizar os organismos de segurança

5ª etapa: fratura institucional

  • Sobre a base das ações de rua, tomada de instituições e pronunciamentos militares, obrigando a renúncia do presidente.
  • Em caso de fracasso, se mantém a pressão de rua e se migra para a resistência armada.
  • Preparação do terreno para uma intervenção militar do império ou o desenvolvimento de uma guerra civil prolongada. Promoção do isolamento internacional e o cerco econômico.

As relações entre Sharp e Soros foram demonstradas pelo Ministério da Inteligência e da Segurança Nacional do Irã em um vídeo que mostra Sharp conspirando com o senador John McCain e o filantropo George Soros. O Irã, por meio dessa animação, como funciona a conspiração imperialista contra as nações. De acordo com o Irã, Sharp é um agente da CIA “encarregado da infiltração dos Estados Unidos em outros países”.

Em 2005, o francês Thierry Meyssan, da Rede Voltaire, acusou Sharp de “ajudar a OTAN e a CIA a treinar os líderes dos golpes suaves dos últimos 15 anos”. Meyssan coloca Sharp nas cenas dos crimes da CIA, com relações políticas diretas entre o cientista e os órgãos de inteligência. Sharp, de teórico, passou a compor a base da política norte-americana e da Open Society para golpes de Estado. Como exemplo da eficácia dessa política, Meyssan enumera diversos exemplos até 2005:

  • Quando os EUA iniciaram seu rearmamento em 1998, a Instituição Albert Einstein tornou-se parte de uma estratégia expansionista. Forneceu ideologia e técnica a Otpor (Resistência), um grupo de jovens opositores de Slobodan Milosevic. Simultaneamente, interveio na província do Kosovo para treinar o LDK de Ibrahim Rugova, mas tornou-se inútil para Washington durante a guerra do Kosovo. Então, Otpor rapidamente se tornou uma escolha para derrubar Milosevic, que era muito popular por resistir à OTAN.
  • O Coronel Helvey treinou os líderes da Otpor através de seminários organizados no Hotel Hilton em Budapeste. O dinheiro não foi um problema para derrubar o último governo comunista da Europa. O responsável por comandar a operação foi o agente Paul B. McCarthy, discretamente instalado no hotel Moskva, em Belgrado, até a renúncia de Milosevic em outubro de 2000.

Aqui no Brasil, essa tática deu certo desde o episódio do “Mensalão” até o golpe de Estado de 2016, e agora novamente está em franco aquecimento, mas com uma novidade, infiltrando políticos no governo e tensionar pautas que tirem o governo Lula de cumprir suas metas relativas ao combate à desigualdade e à fome, a partir do desenvolvimento. Através das pautas identitárias, está se forçando um clima de fragmentação no País, o que é muito útil para os propósitos de reino dos Estados Unidos.

A pensar a atuação da Open Society, e todas as etapas do manual expostas aqui, estamos a um passo de uma possível radicalização dos grupos pagos pela CIA e as ONGs atreladas a ela. Não se pode brincar com essa possibilidade real e que já foi demonstrada amplamente por essas organizações.

Notas

[1] Aniversário do Massacre da Praça da Paz Celestial: NED se solidariza com parceiros chineses. 02-06-2022. https://www.ned.org/tiananmen-square-massacre-anniversary-ned-stands-in-solidarity-with-chinese-partners/

[2] MERCADO, Hugo Moldiz. Bolivia: el escenario de golpe de estado la victoria campesina-popular. https://lalineadefuego.info/bolivia-el-escenario-de-golpe-de-estado-la-victoria-campesina-popular-por-hugo-moldiz-mercado/

[3] 

Radio Free Europe/Radio Liberty. Gene Sharp: Theoretician Of Velvet Revolution. https://www.rferl.org/a/Gene_Sharp_Theoretician_Of_Velvet_Revolution/1889473.html

Iranian Propaganda Video featuring John McCain, George Soros Gene Sharp – YouTube.flv. https://www.youtube.com/watch?v=v2MuYWupPIc

[4] MEYSSAN, Thierry. The Albert Einstein Institution: non-violence according to the CIA. https://www.voltairenet.org/article30032.html

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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