Uma carta que pede compensação para os trabalhadores migrantes vitimas de violações de direitos humanos durante a preparação da Copo do Mundo no Catar, foi entregue a Fifa na segunda-feira (13/03). O documento angariou mais de 1 milhão de assinatura em 190 países, segundo seus organizadores. O documento foi organizado por duas ONGs internacionais, a Anistia Internacional e o Avaaz. Longe da preocupação legítima com os trabalhadores, a carta é tão e somente mais uma campanha imperialista contra o Catar, que vem procurando uma política um tanto mais independente do imperialismo americano.
A carta foi entregue às vésperas da reunião do conselho da Fifa, que ocorreu em Kigali, em Ruanda, na última terça-feira (14/03). Segundo as ONGs, não foi detalhado o quanto da arrecadação da Fifa, de quase R$ 400 bilhões, em decorrência da Copa, será destinado à compensação para trabalhadores que sofreram perdas salariais, roubos, taxas de recrutamento ilegal e ferimentos no Catar, além das indenizações para as famílias daqueles que morreram.
A questão se refere a uma grande campanha do imperialismo realizada contra o Catar durante a Copa. Segundo a imprensa internacional, teriam morrido milhares de trabalhadores nas obras da Copa, o que gerou comoção internacional. A própria Anistia Internacional laçou um documento afirmando terem sido vítimas mais de 15.000 pessoas. Outro número que circulou devida matéria do jornal imperialista britânico The Guardian, que afirmou terem sido 6.500 pessoal morta em decorrência de obras da Copa.
Ambos os números foram, depois de muita campanha, desmascarados. A Anistia Internacional simplesmente pegou o número de estrangeiros mortos no país entre os anos de 2019 e 2019 e afirmou serem todos relacionados a construção da Copa, uma falsificação completa. O Guardian baseou-se em números oficiais do governo de Bangladesh, Índia, Nepal, Paquistão e Sri Lanka, parte significativa dos migrantes no Catar, mas não que estas mortes estejam relacionadas à Copa e nem em qual período te tempo. O Catar não negou os números, mas afirmou que a taxa de mortalidade de trabalhadores migrantes está dentro do nível normal aceitável, e que apenas três pessoas morreram em decorrência de atividade diretamente relacionadas com a Copa. Outras 37 mortes foram reconhecidas, incluindo um indiano morto em um acidente de aviação, enquanto voltava para seu alojamento,
As condições de exploração do trabalho no Catar certamente são péssimas, mas nada indique que sejam excessivamente piores que na maioria dos países capitalistas do mundo, sendo inclusive melhores que as da maioria dos países do migrante. Essas organizações também não denunciam as atrocidades cometidas contra os trabalhadores e as violações de direitos humanos, quando os autores são o imperialismo mundial.
Trata-se de mais uma campanha levada adiante pelas ONGs que são organismos de que o imperialismo se vale para desestabilizar países no mundo. O Catar tem saído do cercado que os EUA os colocaram e se aproximado mais da China. Em 2022, foi firmado um acorde entre os dois países para fornecimento de gás natural por 27 anos. A campanha das ONGs imperialistas nada têm a ver com os trabalhadores, é uma arma da campanha política contra o Catar na tentativa de discipliná-lo
