A organização imperialista Human Right Wacht (HRW), por intermédio de Maria Laura Canineau, Diretora da HRW no Brasil, em entrevista para a Agência Lusa (Lisboa), reafirmou seus ataques contra Lula no caso da reaproximação do Brasil com a Venezuela, bem como os planos de Lula e Maduro para o desenvolvimento da América do Sul e do fortalecimento das relações bilaterais. A entrevista foi uma declaração de cunho golpista, haja vista que se trata de uma organização que penetrou no governo por intermédio de Augusto Botelho, conselheiro da HRW, atual Secretário Nacional de Justiça. Essa operação de ataque a Lula, após vinda de Nicolás Maduro, vem sendo pautada pela maior ONG de “direitos humanos” do mundo.
A tática da HRW é pautar a imprensa sobre qual deve ser a política correta em termos “humanitários”, uma postura tradicionalmente hipócrita do imperialismo que sempre finge fazer o bem para o mundo que visa dominar, oprimir, explorar e destruir. Por isso, à frente dos tanques, vem a fala macia, o discurso dos direitos humanos e da democracia. Um exemplo de pauta e coação a dois governos ao mesmo tempo, pode-se ler na captura de tela abaixo, retirado do portal da HRW. Observa-se que há um direcionamento político, uma pauta demagógica, uma imposição a dois países soberanos.
A HRW deu a pauta para a imprensa capitalista brasileira, que há uma semana tenta manter a rédea sobre os discursos de Lula, cada vez mais defensor da soberania nacional.
A entrevista
A diretora da HRW caracterizou as posições de Lula como “não consistentes com os direitos humanos. Lula, nesses primeiros meses, deu algumas sinalizações contraditórias e muitas não consistentes com os valores dos direitos humanos”, afirmou Carineau. A funcionária do imperialismo retomou a visita de Maduro ao Brasil para participar da cúpula promovida pelo governo brasileiro no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Para a representante da organização “Lula chamou de narrativa construída as acusações de que a Venezuela não vive uma democracia” , acrescentando que a HRW constatou uma série de transgressões aos direitos humanos no país (a Venezuela). “[Há] violações muito graves na Venezuela, há muito tempo, ameaças muito fortes à democracia, um executivo que dominou o judiciário, dominou o legislativo para suprimir o acesso à justiça e acesso aos direitos fundamentais da população venezuelana ”.
Canineau afirmou, ainda, que as declarações de Lula mostram que o presidente “talvez não esteja preparado” para os direitos humanos, “independente do viés ideológico do Governo”. Sobre a guerra na Ucrânia, a funcionária receitou à Lula que, se Lula “quer construir a paz, negociar a paz, ele precisa primeiro começar a apoiar essas iniciativas da ONU de apurar responsabilidades sobre o que está acontecendo no conflito”. A partir dessas ordens, podemos concluir que essa entrevista demonstra o viés golpista de infiltrações no governo, como a HRW, por intermédio de Augusto Botelho, que foi candidato à deputado pelo PSB, mesmo partido de Flávio Dino e Geraldo Alckmin. A organização que não poupou Lula, não foi repreendida pelo Secretário Nacional de Justiça, conselheiro da HRW.
HRW, uma verdadeira fábrica de desestabilização política
A HRW é a maior ONG de direitos humanos do mundo, uma verdadeira fábrica de desestabilização de regimes políticos, no campo dos “direitos humanos”, o campo onde os Estados Unidos dão as cartas na mesa contra as maiores ameaças políticas, geopolíticas, geoestratégicas, ideológicas e econômicas. No caso da Venezuela, sabe-se dos planos entre os membros do Mercosul em criar uma rede de oleodutos e gasodutos entre Caracas e a Patagônia, o que seria trágico para as pretensões do imperialismo.
Uma organização de reputação duvidosa e claramente apoiada pelo imperialismo. A HRW atua em quase todos os países do mundo, se entronizando junto aos governos, estabelecendo lobbies e construindo sedes para sua atuação vulgar. Pretendem em todos os lugares serem os árbitros, tendo o único objetivo de desestabilização para colocar as riquezas dos países atrasados nas mãos das mineradoras e petroleiras, quem realmente financia essa instituição.
A HRW foi denunciada diversas vezes por interferir na ordem direta de governos; um exemplo foi em maio de 2014, quando o argentino Adolfo Pérez Esquival e a irlandesa Mairead Maguire, ambos ganhadores do Prêmio Nobel, junto com uma centena de professores americanos e canadenses, pediram por carta que Javier Solana (ex-secretário-geral da Otan) e todos os funcionários relacionados ao governo dos Estados Unidos fossem expulsos de seu conselho de administração, como o caso específico de Miguel Díaz, ex-analista da CIA e funcionário do Departamento de Estado dos EUA. Os signatários desta carta alegaram que a Human Rights Watch estava agindo a mando do imperialismo.
A HRW também recebeu severas críticas de outras organizações não-governamentais e governos, como a Etiópia, que a acusaram de seguir a agenda de várias potências imperialistas com sérios interesses econômicos nos lugares onde a organização concentra suas críticas. A HRW foi denunciada também por manter atitude tendenciosa pró-Israel no conflito árabe-israelense, enquanto cobrava doações em países árabes (considerado por muitos como uma espécie de suborno), sem levar em conta os ataques aos direitos humanos que poderiam ser cometidos nessas nações. George Soros, um dos grandes financiadores da HRW, foi também um dos instigadores da tentativa de golpe de Estado em vários países. É assim que age a HRW, que sob a atração das ONGs nada mais é do que um grande lobby, cuja verdadeira atividade é mover o xadrez da política internacional, usando armas como a grande imprensa, para colocar e remover governos e administrar o mundo de acordo com os interesses das grandes potências universais.