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Operação Lava Jato

O verdadeiro criminoso: veja lista de pessoas que Moro assassinou

Marisa Letícia, Luiz Cancellier e tantos outros poderiam ainda estar vivos não fosse o ex-juiz


Na última semana, fomos obrigados a assistir o espetáculo de cinismo da imprensa burguesa em torno da figura do golpista Sergio Moro por supostamente ter sido alvo de um suposto plano de execução do PCC. A defesa, fortalecida após as falas do presidente Lula contra o ex-juiz da Lava Jato, consiste em uma tentativa ridícula de limpar da memória todas as atrocidades cometidas por Moro contra o povo brasileiro.

Primeiramente, sequer se sabe a verdade por trás das alegações de uma conspiração contra Moro. Sendo inclusive suas circunstâncias extremamente suspeitas, como bem observou Lula ao dizer que é uma armação do próprio Moro, desde o pronunciamento agendado ao projeto de lei pedindo maiores penas sobre o tema no dia seguinte da divulgação do suposto plano do PCC; Depois, é preciso ter bastante claro que Moro não é nenhuma vítima, é um inimigo do povo que se vendeu aos EUA e tentou vender o próprio País. Os ataques de Lula contra ele são corretos e não devem ser censurados pela esquerda, que deve fazer coro com Lula e criticar Moro e todos os golpistas. Não importa se ele é ou não ameaçado de morte – Lula inclusive já foi ameaçado muito mais vezes. O que importa é o papel que Moro exerce de capacho do imperialismo, coisa que a imprensa tenta esconder.

Mas não para por aí. Longe de ser alvo de uma conspiração, Sergio Moro esteve envolvido em várias delas. Tais conspirações, além de almejar objetivos políticos nefastos, ainda foram responsáveis pela morte de várias pessoas. Neste sentido, pode-se dizer tranquilamente: com sua atuação na Lava Jato, Moro carrega uma série de assassinatos nas costas.

Luiz Carlos Cancellier

Cancellier foi reitor da UFSC de 2015 a 2017, quando foi preso pela Operação Ouvidos Moucos, um desdobramento da Lava Jato, e afastado de suas funções. Em 14 de setembro de 2017, começaram as acusações contra o reitor, por supostamente lavagem de dinheiro. As ações tinham o mesmo método da Lava Jato, baseadas no sensacionalismo e no abuso de autoridade que desestabilizaram Cancellier, até mesmo com a proibição de o professor e reitor pisar na UFSC. 

A acusação contra Cancellier era de chefiar uma quadrilha que teria desviado R$80 milhões de dinheiro público da educação. O valor, no entanto, era referente ao total dos repasses para um programa de EaD ao longo de oito anos. Os supostos desvios, depois de esclarecidos, não chegavam a R$2,5 milhões, além de não haver até hoje nenhuma prova e todos os acusados terem sido absolvidos.

O que foi um golpe dos lavajatistas custaram a vida de Cancellier. Ele foi preso, agredido e isolado, depois foi posto em liberdade mas ainda impedido de lecionar e sofrendo uma intensa perseguição da imprensa golpista e da justiça. Por isso, em 2 de outubro de 2017 Cancellier tirou a própria vida, tendo sido encontrado com ele um bilhete que dizia: ““A minha morte foi decretada quando fui banido da universidade”.

Como se não fosse suficiente, foram divulgados posteriormente mensagens de Deltan Dallagnol para a delegada do caso, que também era da Operação Lava Jato, sobre a morte do reitor, atribuindo a ele próprio a culpa pelos acontecimentos: “Erika, vi a questão do suicídio do reitor da UFSC. Não sei o que passa pela sua cabeça, mas pelo amor de Deus não se sinta culpada. As decisões foram todas dele. Não sei se publicamente houve algum ataque, mas se Vc quiser qq expressão pública de solidariedade, conte comigo.”.

A morte do reitor gerou revolta e indignação contra as ações abusivas dos lavajatistas. Rogério Christofoletti, professor de departamento de jornalismo da UFSC ressaltou: 

 “Aquela cobertura foi marcada pela espetacularização das ações da Polícia Federal. Isso era muito vigente à época por conta do espírito de lavajatismo – que é um espírito punitivista, espetaculoso, de abandono de uma regra básica de sociedade e uma regra básica do jornalismo que é a presunção da inocência. Todas as pessoas são inocentes até que se prove o contrário, e cabe ao acusador apresentar essas provas”

Já o professor José Sérgio da Silva Cristóvam, do Departamento de Direito da UFSC, afirma que a Ouvidos Moucos foi um subproduto da Operação Lava Jato, e completa: 

“Uma pessoa da qual sequer uma denúncia se apurou, sequer eventuais questionamentos, nada foi minimamente apurado. Me parece que desde a Operação Ouvidos Moucos, o país começou a acordar daquela histeria coletiva de que combater a corrupção justifica qualquer tipo de ilegalidade, de ilícito, de abuso de poder e de abuso de autoridade”.

O filho de Cancellier, Mikhail Cancellier, que é professor e também alvo de investigação afirmou que “A prisão foi violenta, e ele buscou uma morte violenta”.

Lula também se solidarizou com o caso de Cancelier e afirmou em evento de homenagem ao reitor em janeiro deste ano:

“Ele se matou pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas que condenaram antes de investigar e julgar.”. 

Anos antes Lula já havia sentido na pele os abusos criminosos dos lavajatistas que levaram à morte de sua companheira Marisa Letícia.

Marisa Letícia 

Outro caso ainda mais conhecido foi a incessante perseguição da Lava Jato contra Lula e todos ao seu redor, a mando do imperialismo, para impedir sua candidatura. Também foi alvo da perseguição Marisa Letícia, esposa do presidente Lula, que faleceu em 2 de fevereiro de 2017, 9 meses antes de Cancellier.

Marisa foi alvo de duas ações da Lava Jato, acusada de lavagem de dinheiro por supostamente receber propina de empreiteiras na forma de um terreno e um imóvel, o triplex que jamais foi adquirido por Marisa ou Lula.  Nada, como é de praxe, foi provado até hoje. Ao contrário, tudo que apareceu depois foi para evidenciar que a operação e as ações de Moro eram fraudulentas e persecutórias.

Não bastasse serem acusados e perseguidos, durante toda a operação houve uma verdadeira tortura contra os acusados, desde invasões domiciares até conduções coercitivas. Essa atmosfera fez a saúde de Marisa ficar debilitada, ela entrou em depressão e por fim sofreu um AVC que levou à sua morte. 

É reconhecido amplamente que os culpados pela morte de Marisa são os lavajatistas e sua sanha golpista, que inclusive desdenharam da morte de Marisa em diálogos vazados posteriormente. Entre as mensagens estão:

“Ridículo… Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula” (Laura Tessler).

“Um amigo de um amigo de uma prima disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como vegetal” (Deltan Dallagnol).

Em entrevista Lula reconheceu que a morte de Marisa foi causada pela lava-jato:

Não é todo mundo que aguenta. A Marisa morreu por conta disso. Quem está falando é um homem de 73 anos de idade, perto de fazer 74 anos. A dona Marisa morreu por conta do que fizeram com ela e com os filhos dela. A dona Marisa perdeu motivação de vida, não saía mais de casa, não queria mais conversar nada. O AVC dela foi por isso.”

O enterro de Dona Marisa acabou se tornando um ato político, sob forte comoção, contra a Lava Jato.

Não sobrou nem para os amigos

Parte do sensacionalismo da Lava Jato consistia em promover todos os funcionários da operação como grandes “heróis”. Um dos mais famosos policiais federais era o “Hipster da Federal”, que se tornou o mais conhecido agente após o “Japonês da Federal” ser afastado e posteriormente preso. Embora tenha sido cúmplice dos crimes da operação, o Hipster teve uma morte muito suspeita, com causa normalmente relacionada ao estresse. É possível, portanto, que também tenha sido vítima da pressão da Lava Jato, na medida em que era obrigado a se calar diante de uma quantidade imensa de arbitrariedades e, ao mesmo tempo, pressionado para agir como um verdadeiro torturador.

O “Hipster da Federal” foi morto com um tiro na barriga após invadir um terreno na zona rural em meio a um surto psicótico. Nem mesmo a polícia conseguiu desmentir que o agente estava surtado.

A morte dos delatores

Vários delatores morreram de forma suspeita. Por um lado, alguns podem ter sido mortos pelos “delatados”. É bastante comum a prática de “queima de arquivo”, quando criminosos assassinam pessoas que os poderiam denunciar. No entanto, no caso da Lava Jato, cabe levantar a suspeita se de fato eram “queimas de arquivo” ou se o próprio Moro que “criou os arquivos”, visto que muitas delações eram falsificadas e assumidas pelos “delatores” apenas pelo medo de pegarem uma pena de prisão arbitrária. Por outro lado, alguns desses delatores, quando não foram assassinados, podem ter morrido justamente pelo estresse.

O executivo Henrique Valladares, um dos principais delatores da Lava Jato, foi encontrado morto nesta terça-feira em sua casa no Rio de Janeiro. O empresário ocupou por anos o cargo de vice-presidente da Odebrecht. Valladares delatou Aécio Neves, também ter recebido uma cobrança de dinheiro por Edison Lobão quando o então ministro de Dilma Rousseff estava internado em uma UTI. O executivo também delatou lideranças indígenas e membros da CUT.

Cesar Mata Pires, sócio-fundador da OAS, uma das empreiteiras que controlavam as grandes obras públicas no Brasil, faleceu em agosto de 2017, vítima de um infarto fulminante enquanto fazia uma caminhada. Pouco tempo antes de morrer, o empresário iniciou as negociações para fazer delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Por fim, Cesar Mata Pires Filho, então herdeiro da empreiteira OAS, de apenas 40 anos, filho do fundador da empresa, morreu em julho de 2019, pouco mais de duas semanas após ter sofrido um infarto enquanto prestava depoimento em uma audiência no âmbito da Operação Lava-Jato, em Curitiba.

Quedas de avião

A bagunça gerada por Sergio Moro com a Lava Jato pode ter sido também responsável, de maneira indireta, pelas suspeitíssimas quedas de avião que aconteceram no auge da operação. A morte do presidenciável Eduardo Campos, em 2014, e do ministro do STF Teori Zavascki, em 2017, podem não ter sido acidentes, mas sabotagens aos aviões em que estavam. Ambos estavam diretamente envolvidos com a Lava Jato: o primeiro, era alvo de denúncias; o segundo, era o relator da operação no STF.

Conversa fiada?

Paulo Henrique Amorim, jornalista, apresentador de televisão brasileiro e fundador do blogue Conversa Afiada, morreu em 2019 de infarto. Ele e seu blogue eram um crítico contundente da operação Lava Jato e do juiz Sergio Moro. Na época de sua morte, vários jornalistas e blogueiros destacaram o estresse vivido por Amorim, que sofria inúmeros processos e perseguições, até mesmo de pessoas ligadas à Rede Globo de Televisão.

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