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A questão do racismo

O que oprime o negro não são as palavras

O identitarismo serve para ocultar o problema do negro

A sociedade capitalista é uma sociedade de exploração: de um lado tem-se uma imensa maioria de pessoas que lutam para sobreviver da sua força de trabalho e, de outro, uma minoria ínfima que se apropria da riqueza que a população produz. A explicação para todas as mazelas que afligem o povo negro está, portanto, nesse fato.

As teses do pensamento dominante buscam “naturalizar” essa situação, afirmando que não seria possível prover tudo o que as pessoas necessitam e, dessa forma, a garantia das condições de vida de cada um dependeria do seu próprio esforço ou de sua própria capacidade. Logo, a burguesia teria edificado seu império em virtude de seu próprio trabalho, ou ainda, das “ideias” que permitiram alavancar seu empreendimento. Desta forma, os direitistas defendem que todo restante da sociedade não teria se esforçado o suficiente para superar a pobreza e gozar de uma vida digna. Um verdadeiro escracho com a cara da população.

Evidentemente não se trata disso, a riqueza acumulada pela burguesia não resultou do seu próprio trabalho. Muito ao contrário disso, a burguesia explora o trabalho alheio há séculos. Assim, o capital produzido socialmente foi sendo apropriado pela burguesia, isso porque essa classe social detém o controle dos meios de produção e o poder político na sociedade.

E o que explicaria, então, a situação do negro?

Para um setor da esquerda, normalmente ligado aos chamados identitários, que promovem a ideologia oficial da burguesia, mas disfarçada de defesa dos oprimidos, a situação do negro nada teria a ver com o problema da luta de classes. O fato de que todos os problemas sociais atingem com maior força a população negra seria explicado simplesmente porque as pessoas que estão no poder têm “ideias racistas”.

Trata-se de uma tese ainda mais absurda que a primeira apresentada. Seríamos obrigados a concluir, portanto, que a única forma de resolver a situação de desgraça a que o negro está condenado seria por meio de uma campanha para mudar a “consciência” das pessoas que estão no poder. Isto é, o negro dependeria de uma mudança de “consciência” das mesmas pessoas que são responsáveis por matar centenas de milhares de pessoas em guerra e de provocar a fome em todos os continentes. Quem realmente pode acreditar que isso seja possível?

A explicação é simples: o negro é maltratado na sociedade porque justamente a sociedade está dividida em classes sociais. Isto é, há uma classe possuidora, que estabelece uma ditadura sobre uma esmagadora maioria que nada tem. A base para o funcionamento da sociedade capitalista é a desigualdade – sem ela, não há como haver o capitalismo.

E se a sociedade é desigual, no capitalismo sempre terá de haver um setor que seja o mais esmagado, o que arque de maneira mais pesada com todo o mecanismo de exploração estabelecido pelos capitalistas. E quais são esses setores? São aqueles que, por diversas razões, inclusive históricas, já são setores oprimidos. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco, e é justamente o que acontece com negros e mulheres: quanto mais o capitalismo precisa esmagar o conjunto da população para manter-se de pé, mais duramente sofrerão negros e mulheres.

A situação do negro não tem, portanto, uma origem nas “ideias”. Muito pelo contrário: as ideias racistas e o tratamento dado aos negros partem do fato de que o negro é, de fato, inferior na sociedade – isto é, ocupa uma posição inferior. E enquanto a sociedade for uma sociedade desigual, não será possível libertar o negro dessa condição de desigualdade.

As leis, o Judiciário, a Polícia e todo o aparato repressivo do Estado controlado pela burguesia existem para conter qualquer rebeldia contra o regime que impõe condições bárbaras à população. Sem isso, não seria possível manter a dominação capitalista e todo sistema entraria em colapso rapidamente.

O problema dos negros e de todos os oprimidos não está nas palavras. É um problema muito concreto. Mudar as palavras ou censurar alguém não vai impedir a polícia de continuar matando na periferia, onde a maioria da população é negra.

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