Um ciclone extratropical se formou no Sul do País nesta segunda-feira (4), deixando um rastro enorme de destruições, com alagamentos de cidades e pelo menos 27 pessoas mortas em decorrência das tempestades. Mas o que é um “ciclone extratropical”?
Segundo Estael Sias, meteorologista do MetSul Meteorologia consultado pela rede britânica BBC, “ciclones extratropicais são centros de baixa pressão atmosférica que se formam fora dos trópicos, em médias e altas latitudes” (“Ciclone extratropical: entenda fenômeno que causou mortes e alerta vermelho no RS”, Giulia Granchi e Julia Braun, 4/9/2023). “Ele é formado pelo contraste de massas de ar quente e frio”, continua Sias, “parte da sua ação é sugar toda a umidade pra essa região do centro de baixa pressão e jogar para a atmosfera, resfriando e transformando a umidade em nuvens”, concluindo que “é nesse processo que o fenômeno espalha chuva e vento” (idem).
Na região afetada, os ventos podem chegar a 60 km/h, podendo ainda atingir 80 km/h nos locais atingidos por temporais. Segundo a Escala Modificada de Beaufort sobre a intensidade dos ventos (extraído do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do MS), rajadas acima de 40 km/h já conseguem movimentar galhos grandes de árvores e fios de postes, conseguindo ainda movimentar troncos de árvores a partir dos 50 km/h e já tornar a locomoção a pé difícil. Quando os ventos superam 62 km/h, a caminhada torna-se impossível e os galhos das árvores se quebram, e finalmente, acima das rajadas com mais de 75 km/h (consideradas fortíssimas pela escala supracitada), os ventos já podem produzir danos em imóveis e destelhamentos.