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Análise Política da Semana

Caso Decothé: o identitarismo revela sua face reacionária

Identitarismo é política do imperialismo

“O que é o identitarismo?”— este foi o tema central da última Análise Política da Semana apresentada pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente do PCO. É importante compreender a fundo o assunto, dada a dimensão que a política identitária impulsionada pelo imperialismo e suas ONGs tem ocupado no debate político nacional; e mostrar o seu verdadeiro caráter: o de luta contra o cidadão comum, uma ideologia do grande capital que busca manter, e aprofundar, a opressão sobre a classe operária.

Vimos a intensa campanha em prol de uma mulher negra no STF, como se algo do tipo de fato mudaria alguma coisa na situação dos negros brasileiros, maioria dentre a população mais pobre e mais esmagada pelo regime político representado nas instituições “democráticas” como o próprio STF. Felizmente, neste caso, o presidente Lula parece que não cederá à pressão da imprensa pró-imperialista e dos ongueiros de plantão, como o “comediante” desprovido de graça Gregório Duvivier. Feliz também é a evolução de um setor importante da militância petista que já é capaz de ver a farsa da política da “mulher negra no STF” e que contribui ativamente na contracampanha política a esta ideia.

Primeiramente, uma pequena observação acerca do termo “identitarismo”, e da importância deste rótulo que é combatido veementemente pelos identitários:

“(dizem que) a palavra ‘identitarismo’ não está correta. Por quê? Porque está se transformando num estigma. E é essa a palavra que deve ser usada, ‘identitarismo’. Temos que rotular a política, e o rótulo é ‘identitarismo’. A Folha soltou uivos contra o uso desta palavra. Não adianta fazer discussão filosófica, filológica, semântica. Isso daqui é uma luta política, e ‘identitarismo’ estar se transformando numa palavra que estigmatiza esse pessoal é uma conquista para os movimentos populares. Vão falar que é uma conquista para a direita, mas não é verdade.”

Assim colocou o companheiro Rui Costa Pimenta. Ainda que já saibamos o conteúdo da política identitária, forneceremos mais um exemplo à frente por ocasião dos recentes episódios envolvendo Marcelle Decothé, ex-assessora da ministra Anielle Franco, educada por mais de uma década nos EUA e financiada por George Soros; a questão do rótulo é importantíssima, mesmo antes de se saber exatamente o conteúdo de uma política. O esquerdista pequeno-burguês universitário evidentemente é contrário a tal ideia, mas esta sempre foi a política dos marxistas, como bem mostrou Lenin no embate levado contra os economicistas. Deste ponto de vista, o combate levado adiante pelo PCO desde a primeira hora contra esta política, quando o identitarismo varria o resto da esquerda como um tsunami, mostrou-se a política correta.

Voltemos às escatologias promovidas pelo “esquerdismo” pró-imperialista: foi a vez de Marcelle Decothé (da Silva, mas não é este o nome que usa) de atacar uma parcela enorme da população brasileira. “Torcida branca, que não canta descendente de europeu safade… Pior tudo de pauliste”, foi o que postou em seu Instagram quando da final da Copa do Brasil, domingo passado, entre São Paulo e Flamengo, ocorrida no Morumbi. Dispensamos comentários acerca do português de tal postagem. Tratemos de seu conteúdo, que se referia à torcida do São Paulo, a terceira maior do País. A ex-assessora da ministra da igualdade racial com duas frases conseguiu ofender nada menos que umas cinquenta milhões de pessoas e, em sua estupidez, escancarar o caráter profundamente impopular da política identitária.

Primeiramente, ainda que os ingressos tivessem sido vendidos a preços muito mais altos do que o normal e que isto provavelmente se refletiu no público presente no estádio (da mesma forma que havia sido no jogo de ida no Maracanã), a ideia de que a terceira maior torcida do País, contando com milhões de pessoas, é uma torcida da “elite” denuncia a sua indigência intelectual. Em segundo lugar, vemos a mesma idiotice de sempre de atacar os “brancos”: seriam as dezenas de milhões de brancos brasileiros, maior parte deles da classe operária, o inimigo dos negros e pardos brasileiros? Ou os patrões (brancos em geral) a quem serve a senhorita Decothé? De maneira análoga, o ataque aos paulistas, que compõem mais de 20% da população nacional, serve a quê?

A estupidez da ex-assessora demonstra de maneira acabada o verdadeiro caráter da política identitária.

“Então, por exemplo, o movimento negro brasileiro, depois da ditadura, ele aparece na década de 1970 atacando a ditadura. É uma luta em defesa do negro, contra o racismo, contra a descriminação. Mas é uma luta contra os poderosos. Quer dizer, o movimento negro nasce em uma luta contra os poderosos, contra a polícia, contra os juízes, contra os governos. Esse novo movimento negro, se é que podemos chamar disso, não é uma luta contra os poderosos, é uma luta contra o homem comum. Vamos falar o que é verdade: no Morumbi tinha cerca de 60 mil pessoas. Dificilmente ali haveria mais do que 0,5% de poderosos assistindo ao jogo. O que você tem ali é gente comum, incluindo gente da periferia. Tudo bem que o ingresso era mais caro, mas, mesmo assim, a esmagadora maioria do pessoal lá era gente do povo. E quase todos são paulinos. Você vê o intuito da política identitária: é atacar o homem comum. Não é uma luta para libertar o povo, é uma luta para oprimir o povo. Por isso que essa ‘luta’ é travada, por exemplo, pelo STF, que oprime o povo. Determinam que uma pessoa pode ser presa por até 5 anos por uma injúria racial; não se está defendendo o povo, se está oprimindo o povo. Com certeza falar ‘descendente de europeu safade’ é injúria racial, então até essa aí poderia ser presa – não que queremos isso, mas para destacar o negócio. É uma luta dos poderosos contra o povo. Por isso essa luta é financiada pela Ford, pela OSF, pelo capital estrangeiro. É o STF, é o banco Itaú, os banqueiros, as grandes empresas. As maiores empresas do mundo, como Google, Amazon, etc. são defensoras dessa política. Quer dizer, é uma política dos poderosos contra o povo. E essa mulher aí entregou o jogo. Ela mostrou que é uma luta contra o povo.”

Finalmente, uma última palavra acerca daquilo que se mostra central na luta dos identitários, ou seja, a questão da “representatividade”. A realidade é que só se buscar “dividir os privilégios”. Justa seria a sociedade em que uma minoria de brancos e pretos oprimem a maioria de brancos e pretos, é isto que querem.

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