O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o mais novo ídolo da esquerda pequeno-burguesa, foi para Itália a convite e financiado de um grupo que já defendeu até “kit Covid”. O grupo é o UniAlfa, pertencente ao grupo José Alves. Essa UniAlfa, uma universidade goiana, convidou o ministro que vem pisando nos direitos democráticos da população para fazer uma palestra no Fórum Internacional de Direito na Itália. O grupo José Alves, que administra as empresas UniAlfa, Vitalmedic, associação Médicos Pela Vida, fora condenado a pagar R$55 milhões de danos morais coletivos contra a saúde pública ao defender o “Kit Covid” propagado pelo governo Bolsonaro.
Não que sejamos favoráveis a multas contra pessoas ou grupos que defendem alguma coisa. Na época, inclusive, denunciamos a histeria da esquerda pequeno-burguesa, sempre orientada pelo imperialismo, que atacava qualquer pessoa que dissesse alguma coisa diferente do que os meios oficiais estavam dizendo. Mas é muito significativo que o agora herói da esquerda, da democracia, o grande lutador anti-bolsonarismo tenha tido a viagem financiada por um grupo que a esquerda chamaria de “negacionista” e até bolsonarista.
O evento para o qual o Ministro fora convidado foi realizado em dois países da Europa: Espanha, na Universidade de Valladolid, no dia 4 de julho, e na Itália, em 14 de julho, na Universidade de Siena. O evento contou com 31 palestrantes. Alexandre de Moraes, convidado em especial pelo advogado André Ramos Tavares, professor da Universidade de São Paulo (USP), ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), abordou na Itália o tema “Justiça Constitucional e Democracia”. Deve ter ido esclarecer como vem recrudescendo a ditadura do judiciário no Brasil, com capa hipócrita de “democracia” que combate o fascismo que ele e toda direita dita “civilizada ajudaram a chegar ao poder no Brasil. Uma palestra para compartilhar práticas antidemocráticas contra o povo e em prol do controle social imperialista, que está atacando os países pobres e sobretudo aqueles com riquezas naturais como é o Brasil.
Foi nessa viagem que, no Aeroporto Internacional de Roma, Alexandre de Moraes teria sido hostilizado por três brasileiros: o casal Andreia e Roberto Mantovani e Alexandre Zanata, genro de Mantovani. Os envolvidos, cujas imagens da suposta agressão estão sendo analisadas, estão sendo ouvidos pela Polícia Federal, que já realizou mandados de busca e apreensão em suas residências.
Mas para os que acreditam no anti-bolsonarismo de Alexandre de Moraes, fica o questionamento do motivo pelo qual um grupo do “kit covid” ter convidado o ministro para palestras. Fosse outro personagem, estaríamos vendo a esquerda e os jornais capitalistas espumando de raiva. Mas como é o herói e santificado Alexandre de Moraes, pouco se fala.