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O que acontecerá com Villas-Bôas e sua esposa?

O fato de não haver nenhuma represália contra os militares, verdadeiros autores da invasão do dia 8 de janeiro, mostra a falta de capacidade de reação do governo Lula neste momento

Muita confusão está envolvida nas análises feitas pela esquerda pequeno-burguesa a respeito dos acontecimentos do dia 8 de dezembro, em que bolsonaristas invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF, em Brasília. Alguns setores defendem que o ocorrido foi uma tentativa frustrada de golpe de estado, o que se provou incorreto, visto que não havia nenhum manifestante armado e seria impossível tomar o poder do Estado com uma mera demonstração de revolta da forma como ocorreu.

Esses mesmos setores têm taxado os participantes todos de “terroristas”, descaracterizando o termo e ocultando os verdadeiros responsáveis pelo ocorrido. Apesar de estar evidente o fato de que a alta cúpula das Forças Armadas foi quem planejou e possibilitou que a manifestação ocorresse sem que a Polícia fizesse nada, a responsabilidade deles raramente é levantada.

Alguns analistas, no entanto, mencionam os militares e chegam a dizer que eles estão à beira de ser punidos pela lei brasileira. Há uma grande empolgação com as ações de Alexandre de Moraes, o juiz/ditador de arrabalde do Supremo Tribunal Federal.

Desde que Moraes começou a sua suposta ofensiva contra os bolsonaristas, não foi punido ninguém importante. Apenas o que se chama de “peixes pequenos” foram presos, perseguidos ou censurados. Alguns exemplos são figuras como Allan dos Santos, Daniel Silveira, Roberto Jefferson – todos figuras que não têm importância nenhuma no panteão dos bolsonaristas do Brasil.

Desde o princípio estava claro que tudo isso não passava de jogo de cena. Enquanto essas figuras menores foram atingidas pela perseguição de Moraes, outras, como o próprio Bolsonaro e seus aliados mais próximos, saíram ilesas da sanha punitiva do STF.

A farsa, como se pode ver, não é de agora. E, apesar de a esquerda estar supostamente no poder nesse momento, é possível perceber que a situação permanece a mesma. Apesar de mais mil pessoas terem sido detidas pela Polícia após os atos do dia 8, é difícil acreditar que todas elas vão receber algum tipo de punição, ou então que alguma das pessoas que receberem alguma punição qualquer tenha qualquer importância estratégica.

Um exemplo disso é a socialite e celebridade da extrema-direita, Maria Aparecida Villas Bôas, esposa do ex-comandante do Exército e General, Eduardo Villas Boas. Há vários vídeos nas redes sociais em que ela aparece presente e recebida como verdadeira celebridade nos acampamentos bolsonaristas. Em um destes vídeos, ela aparece sorrindo ao lado de um primo do General Villas Bôas.

Esse exemplo é demonstrativo do fato de que a presença de militares, seus familiares e pessoas ligadas a esse setor é predominante nos acampamentos dos bolsonaristas e na manifestação que ocorreu no dia 8. Isso é muito pouco comentado pela imprensa de esquerda e menos ainda pela imprensa burguesa.

No entanto, esse é um aspecto central de toda a situação. É a prova cabal de que os verdadeiros autores das manifestações e fiadores dos acampamentos são os militares. No entanto, é sabido por todos que não há nada que o STF possa fazer contra os comandantes das Forças Armadas e seus associados. As polícias militares e federais, menos ainda. São órgãos comandados pelos próprios militares. É por isso, inclusive, que os manifestantes encontraram, no dia 8, as portas do Palácio do Planalto abertas para que praticassem suas ações lá dentro.

É por isso que, embora o governador de Brasília tenha sido afastado do cargo (ficado “de castigo) com duração de um mês, o ex-secretário de justiça Anderson Torres tenha sido preso, manifestantes tenham sido jogados em ginásios da Polícia do Distrito Federal, nada foi feito contra a esposa de Villas Bôas. É muito importante para fazer um jogo de cena que seja feita uma perseguição de mentira contra setores menos poderosos dos bolsonaristas, mas isso não significa que esteja sendo levada adiante uma política para enfraquecer a ofensiva dos militares. Todas as ações são para passarem a ideia de que há algo sendo feito, quando não há nada, na verdade.

O governo Lula tem uma reação muito fraca diante do ocorrido. Ficou provada a inépcia dos ministros Flávio Dino e José Múcio – da Justiça e da Defesa – e que há a necessidade da remoção de ambos dos cargos para que seja colocada uma pessoa de confiança. No entanto, Lula não pode fazê-lo por estar comprometido com Alckmin/PSB e com os militares e precisar manter esses ministros como forma de compromisso com esses dois setores.

Apesar de toda a propaganda de que há uma grande reação e uma grande ofensiva do STF e do Governo, o fato de Maria Aparecida Villas Bôas estar andando livre pelas ruas com a maior segurança e tranquilidade desmente isso e mostra que o Governo está numa situação muito complicada. É evidente que é assim porque a única coisa que pode fazer frente ao poder de pressão dos militares é o povo organizado e mobilizado para tomar as ruas e mostrar o apoio popular que tem o governo. É preciso organizar os trabalhadores e demonstrar a situação de crise para que todos compreendam a necessidade de tomar as ruas nesse momento e conter a ofensiva dos militares contra o governo.

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