Internautas da rede social Facebook, processaram o criador e dono da empresa Mark Zuckerberg devido ao uso ilegal de dados. A ação coletiva que gira em Londres fala em nome de 45 milhões de pessoas: os usuários britânicos da rede social. Até o momento, a ação segue em julgamento, com pedidos por parte da empresa para que a ação seja bloqueada.
Falando em nome de milhões de internautas, o processo é encabeçado pela acadêmica e jurista Liza Lovdahl Gormsen, que defende a tese de que os usuários foram prejudicados e não foram recompensados pelas perdas que a empresa lhes provocou. Na sua visão, é necessário que a META, empresa dona do Facebook, ressarça os usuários “pelo valor dos dados pessoais que tiveram que fornecer para usar a plataforma”. A advogada pede três bilhões de libras, aplicando juros, de multa à empresa, sendo destinado para os usuários que foram prejudicados.
A META, por sua vez, diz que não há ilegalidade e que é descartado o “valor econômico” proporcionado pelo Facebook. A realidade, por sua vez, é que os dados armazenados pela plataforma de todas as pessoas que já a acessaram são mercadorias valiosas para os capitalistas que controlam não só as redes sociais, mas também as empresas que utilizam as redes para fazer propaganda e governos interessados em mapear os internautas. A acusação dos britânicos tem como motivação a empresa obter “lucros excessivos” em cima de informações e dados dos seus usuários nos diversos processos já públicos onde o governo americano e diversas outras empresas foram favorecidas com a venda de tais informações pessoais e, teoricamente, privadas.
Diversos escândalos apareceram envolvendo as práticas do Facebook com os dados de seus internautas, tanto nos Estados Unidos, quanto na Rússia ou no próprio Brasil. Em 2018, a justiça brasileira multou a empresa em 6,6 milhões de reais por vazamento dessas informações.
Não é de hoje que os capitalistas usam de todas as ferramentas para controlar as pessoas. Através dos dados de um internauta, é possível mapear seus gostos, interesses, opiniões e ações, sendo ainda mais prejudicial quando isso ocorre não com uma pessoa, mas com a coletividade, cidades, estados e países. A partir do momento que compreende os gostos e os interesses de um internauta, controlar suas opiniões se torna mais fácil, direcionando-o a conteúdos específicos e, por meio do algoritmo, dimensionando a realidade em que o usuário está inserido.
Isto evidencia mais uma vez que os capitalistas não possuem qualquer escrúpulo quando se trata de lucrar, passando por cima da vontade das pessoas, manipulando e mentindo se assim for preciso, como vem fazendo já muito antes das redes socias.