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Esquerda golpista

O principal objetivo do PSTU “é lutar contra o governo Lula”

Esse foi o principal ponto da convocação para o congresso da Conlutas, preparando uma política golpista como em 2016

O portal do PSTU na internet publicou matéria convocando o congresso da Conlutas, que acontece esta semana, em São Paulo. Logo pelo título da matéria, já dá para saber qual é o sentido da política do PSTU: “Um congresso sindical, popular e de oposição de esquerda ao governo Lula/Alckmin”.

Apenas com a ideia contida no título já podemos ver que o objetivo do PSTU – e de sua “central” de brinquedo, a Conlutas – não é mobilizar os trabalhadores, menos ainda lutar por reivindicações concretas, mas “fazer oposição ao governo Lula”.

O texto do PSTU afirma que “motivos não faltam para se postularem à esquerda de um governo que se diz de ‘esquerda’. Aliás, trata-se de uma necessidade. ‘Trata-se de se pautar pelo princípio da independência de classe e de seguir a luta em defesa das pautas mais emergenciais e históricas da classe trabalhadora brasileira. E, isso deve ser feito enfrentando o governo Lula/Alckmin e sua submissão aos interesses da banca internacional'”.

Para o PSTU, independência de classe é enfrentar o governo Lula, que segundo ele, é submisso aos interesses da “banca internacional”. Segundo o texto, portanto, Lula seria um governo de direita que precisa ser enfrentado. Para o PSTU, Lula sequer é de esquerda, ele apenas “se diz de esquerda”.

Mas aparentemente, nem sempre o PSTU pensou assim, no próprio texto ele explica que “praticamente todas as organizações sociais e políticas da esquerda brasileira estiveram juntas num movimento que, ao final, interrompeu eleitoralmente o governo da ultradireita, capitaneado por Jair Bolsonaro, e isso inclui a Central Sindical e Popular (CSP)-Conlutas, que chamou voto crítico em Lula/Alckmin no segundo turno das eleições”.

O que é interessante é que Lula está no governo há nove meses, um governo recém-eleito. Das duas uma: ou nesse breve período Lula virou direitista, ou o PSTU chamou voto num direitista no segundo turno. Devemos descartar a primeira opção porque o PSTU tem chamado Lula de direitista até mesmo durante a eleição. Nos sobra a segunda hipótese: por que o PSTU votou em Lula se ele era de direita?

Justamente porque Lula não é de direita. Lula, com todos os problemas que se possa apontar – e são muitos – era um candidato da esquerda capaz de derrotar os golpistas. O PSTU chamou voto em Lula simplesmente porque é um partido oportunista que não queria ficar feio na foto. Mas agora, para justificar sua política golpista, diz que é oposição ao governo.

Se o PSTU fosse coerente, diria, ainda na eleição, que os trabalhadores não deveriam votar em Lula porque ele é um direitista como qualquer outro.

Agora que Lula é governo, o PSTU não quer chamar os trabalhadores a levantar suas reivindicações e mobilizar para derrotar a direita. O PSTU chama um congresso da Conlutas para “fazer oposição ao governo”.

É a reedição, ainda um pouco envergonhada, da política golpista do PSTU de 2016. Lá, o PSTU dizia que seria oposição de esquerda a Dilma, enquanto a direita derrubava o governo. O PSTU acreditava que a queda de Dilma seria boa para os trabalhadores. E por que os trabalhadores não ganharam nada com isso? Justamente porque quem derrubou Dilma foi a direita.

No final das contas, ao dizer que era “oposição de esquerda a Dilma” a ponto de chamar o “fora todos”, o PSTU foi apenas uma ala esquerda do movimento golpista capitaneado pela direita.

É exatamente o que o PSTU está fazendo agora com o governo Lula. Ao chamar um congresso da Conlutas contra Lula, o PSTU serve apenas como setor esquerdista de um potencial movimento golpista que a direita prepara para organizar.

“Enfrentar a política econômica de Lula/Alckmin, seu teto de gastos chamado de ‘Arcabouço Fiscal’; sua reforma tributária, que só muda de nome e continua penalizando a taxação do consumo das famílias trabalhadoras, enquanto deixa isento de impostos as grandes empresas, os bancos e os bilionários.”

Para o PSTU, a política econômica a ser combatida é a de Lula, não é a política imposta pela direita, que não permite que o governo dê um passo no sentido de qualquer política popular. Comparar o arcabouço fiscal ao teto de gastos é a mais pura canalhice. É óbvio que, por pior que seja o arcabouço fiscal, o governo Lula tentou amenizar o teto de gastos criminoso imposto pelos golpistas, tanto é que a burguesia sempre que pode critica o arcabouço e a política econômica do governo, basta abrir os jornais.

É verdade que o governo Lula não consegue colocar em prática nenhuma medida popular. O principal problema é que o governo é refém da direita no Congresso. O que dizer, ainda, das Forças Armadas, dominadas pelos bolsonaristas? A política de Lula não é capaz de furar esse bloqueio.

Uma organização de trabalhadores deveria em primeiro lugar denunciar a direita e sua política. É chamar os trabalhadores e romper com a conciliação na prática, mobilizando contra a direita e a favor de suas reivindicações. O que o PSTU faz é colocar a culpa em Lula e dizer que os trabalhadores devem atacar seu governo, não a direita.

O PSTU está reeditando sua política golpista de 2016. Ele está preparando o terreno para o momento em que a burguesia decidir derrubar Lula. Assim como fez em 2016, o PSTU vai aplaudir e dizer “fora Lula!”. Na prática, se a política do PSTU fosse minimamente séria, deveria dizer “fora Lula” desde já, afinal, Lula não é um direitista a serviço da “banda internacional”? Mas o PSTU não faz isso ainda pelo mesmo motivo que chamou voo no “direitista” Lula no segundo turno, por puro oportunismo, porque não quer aparecer mal na foto, porque ficaria evidente para todos sua política de tipo golpista e de alinhamento com a direita.

Mas esse alinhamento com a direita acaba se revelando também em outros pontos contidos na matéria. 

“diferente de todas as outras centrais sindicais brasileiras, a CSP-Conlutas apoia a resistência operária ucraniana, denuncia a opressão russa e, ao mesmo tempo, combate os interesses imperialistas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na região e se opõe ao governo Zelensky.”

Vemos aqui que a tendência do PSTU e de sua central de se alinhar ao imperialismo não é uma exclusividade do Brasil. Sabemos que o PSTU tem tomado posição coerentemente a favor do imperialismo em todas as ocasiões. E a guerra na Ucrânia está aí para provar isso. Um dos pontos altos do congresso da Conlutas é o apoio à “resistência ucraniana”. Que apesar do nome bonitinho do disfarce de “combate à OTAN”, é um apoio ao imperialismo. É o imperialismo e a OTAN que apoiam a “resistência ucraniana”, composta principalmente por grupos fascistas que deram o golpe em 2014, também apoiado pelo PSTU.

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