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ONGs imperialistas

O Ministério da Verdade da Amazônia de Felipe Neto e George Soros

O Instituto Vero, fundado por Felipe Neto, atua em parceria com ONGs e organizações pró-imperialistas para supostamente combater as "fake news" na Amazônia

No mês passado, no dia 23, a Câmara dos Deputados sediou, no Auditório Freitas Nobre, evento organizado pelas organizações não governamentais (ONGs) Instituto Vero e Intervozes. Intitulado Mentira que (des)mata, o evento teve como objetivo oficial expor e discutir “os impactos da desinformação sobre a Amazônia e as políticas climáticas e ambientais”.

Divido em três mesas de discussão, o evento abordou, em específico, os seguintes temas: “a desinformação e sua intersecção com as políticas públicas para mudança climática e proteção ambiental na Amazônia”; “os impactos da mentira: como a desinformação influencia negativamente políticas voltadas para povos indígenas, floresta em pé, energia, e outros temas” e “informações e debates confiáveis sobre as mudanças climáticas promovem prosperidade social e econômica.

As ONGs organizadoras também aproveitaram a oportunidade para realizar o lançamento presencial do relatório “Combate à desinformação na Amazônia e seus defensores”, como parte da campanha “Amazônia livre de Fakes”.

Em suma, um evento que combina duas armas do imperialismo para barrar o desenvolvimento econômico de países atrasados – a luta contra as “fake news” e o ambientalismo.

Para aqueles que ainda não são familiarizados com as ONGs organizadoras do evento, o Instituto Vero foi lançado pelo youtuber Felipe Neto em 2021. Conforme descrição constante do sítio oficial, o instituto é “formado por pesquisadores e comunicadores digitais”, os quais seriam (ao menos oficialmente) “comprometidos com a proteção da democracia, a promoção do discurso online e a construção de soluções para o combate à desinformação.

Verificando o site, nota-se de cara a falta de transparência. Não são expostos os parceiros do instituto, informação que é geralmente comum nas páginas de institutos, fundações e empresas. É através dessa informação que é possível ao jornalismo investigativo verificar se determinados institutos possuem ligações com fundações americanas e europeias, ou seja, ligações com o imperialismo. Assim, desde já fica colocada a questão: o que Felipe Neto teria a esconder ao não divulgar essas informações?

Mas não tem problema, há outras maneiras de verificar suas possíveis relações com o imperialismo.

Nesse sentido, chama atenção outro membro do conselho direito do Instituto Vero – Cristina Tardáguila, colunista do Uol e fundadora da Agência Lupa, “Mais do que uma agência de checagem, a Lupa é uma plataforma de combate à desinformação por meio do fact-checking e da educação midiática”, conforme descrição do próprio sítio.

A agência faz parte da IFCN (International Fact-Checking Network), uma rede mundial de checadores reunidos em torno do Poynter Institute uma think tank norte-americana (disfarçada de escola de jornalismo) criada para doutrinar jornalistas a atuar conforme os interesses do imperialismo. Dentre os financiadores do Poynter, destaca-se o NED (National Endowment for Democracy), ou seja, a própria CIA (agência de espionagem americana).

A Lupa faz parte também do The Trust Project, um consórcio internacional complexo envolvendo aproximadamente 120 organizações de notícias que supostamente trabalham para maior transparência e responsabilidade na indústria global de notícias. Possui como um de seus financiadores o Democracy Fund (fundo americano voltado a promover a “democracia”). Em suma, uma burocracia mundial que tem como função manter a atividade jornalística sob o controle do imperialismo.

Esta é a Agência Lupa, e Cristina Tardáguila foi sua fundadora. Cumpre informar que, em 2019, Tardáguila deixou a direção da Agência Lupa para assumir o cargo de diretora adjunta da IFCN. Hoje em dia é diretora sênior de programas do International Center for Journalists (ICFJ), em Washington D.C. Foi promovida pelos seus serviços prestados à metrópole.

Trata-se, então, de uma pessoa que possui ligações diretas com o imperialismo, em especial com os EUA. É ela uma das pessoas que fazem parte do conselho diretivo do instituto de Felipe Neto.

Vai-se, então, desvelando as ligações indiretas (por enquanto) que Felipe Neto e o Instituto Vero têm com o imperialismo.

Mas não paremos por aqui.

Falemos agora sobre o Intervozes, ONG com quem o Instituto Vero fez parceria na promoção do evento “Mentira que (des)mata”.

Esta ONG é mais transparente. Consoante informação retirada de seu sítio oficial, o Intervozes recebe “apoio institucional” (ou seja, financiamento) da Ford Foundation. Dispensa apresentações, cumprindo-nos apenas relembrar que essa fundação é uma fachada da CIA, tendo atuado durante o golpe contra Dilma, impulsionando as manifestações contra a Copa de 2014. Não bastando, o Intervozes também recebe apoio da onipresente Open Society Foundations, fundação de George Soros, o magnata do capital financeiro e destruidor de economias e países inteiros.

Resumindo, o Intervozes (assim como IREE de Warde e Boulos) é uma ONG patrocinada pelo imperialismo, em especial os Estados Unidos. E Felipe Neto fez parceria com ela na promoção do evento “Mentira que (des)mata”.

Mais uma ligação indireta que o youtuber possui com o imperialismo.

É importante informar também que na página 54 do relatórioCombate à desinformação na Amazônia e seus defensores”, elaborado pelo Instituto Vero, consta a Mídia Ninja como um dos colaboradores/parceiros. A Mídia Ninja, como todos sabem, também é financiada por George Soros. Dispensa apresentações.

Por fim, é necessário falar a respeito da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Por que razão? Pois, um dos palestrantes do evento “Mentira que (des)mata”, promovido por Felipe Neto, é da COIAB.

Trata-se também de mais uma ONG. A missão oficial, conforme exposta em seu sítio, é “defender os direitos dos povos indígenas a terra, saúde, educação, cultura e sustentabilidade, considerando a diversidades de povos, e visando sua autonomia através de articulação política e fortalecimento das organizações indígenas”. A organização compõe a base da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, ONG que atua rotineiramente contra o desenvolvimento nacional.

Verificando os parceiros da COIAB, adivinhe quem está lá? A nossa querida Ford Foundation, o Greenpeace e própria ONU (por meio da UNIFEC), todas organizações do imperialismo. Mais interessante ainda é que a Embaixada da Noruega é outro de seus apoiadores. Para aqueles que não sabem, a Noruega vem há anos promovendo danos ambientais na Amazônia, em especial através da exploração de minérios por meio da Norsk Hydro. Os noruegueses também possuem forte presença no roubo do petróleo brasileiro, através de sua estatal Equinor.

Fica então a pergunta, por que uma organização não governamental, que diz estar preocupada com a sustentabilidade (a COIAB), teria como parceiros e apoiadores a Noruega e demais países imperialistas, os principais poluidores do meio ambiente? Seria ingenuidade? Obviamente não.

Vê-se, portanto, que o Instituto Vero (de Felipe Neto) possui ligações/parceria com ONGs que estão na folha de pagamento do imperialismo (Intervozes e COIAB). Lembrando ainda que um dos membros de seu conselho diretivo, Cristina Tardáguila, trabalha para uma organização imperialista (ICFN).

Essas ligações não são raios em céu azul. Apesar de conseguir se passar por democrata perante muitos incautos, Felipe Neto é um notório direitista. Já trabalhou para a Globo, estreando em 2010 um quadro de humor no programa Esporte Espetacular, no principal canal da emissora. Trabalhou também para o Multishow, participando do programa “Até que Faz Sentido”.

Mas não é apenas o seu vínculo laboral com a Globo que fez dele um notório direitista. Ele foi um contumaz apoiador do Golpe de 2016, perpetrado contra Dilma e o PT, a fim de colocar um lacaio do imperialismo na presidência da República (Michel Temer). Conforme declaração do próprio Felipe Neto (comemorando o golpe em um de seus vídeos) “Acabaram as apresentações em Brasília, agora só falta o resultado para o impeachment da demônia“.

O youtuber também apoiou Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, dizendo que votaria no ex-presidente para não votar em Lula: “Então assim: votar no Lula, sob qualquer hipótese, contra qualquer candidato, eu não voto. O Lula contra o ‘gorila Malaquias’? Eu vou votar no Gorila. Embora o Bolsonaro represente muita coisa que eu ache que tá errada no mundo, se fosse ele contra o Lula, eu acho que eu não teria escolha. Teria que votar nele“.

Vê-se, então, que Felipe Neto é um direitista, profundamente pró-imperialista. Se hoje ele condena Jair Bolsonaro como genocida, é puro cinismo, produto da conveniência política. Afinal, ele é defensor e faz parte da Frente Ampla, sendo necessário assumir uma fachada de democrata.

Surge então uma nova pergunta: se Felipe Neto possui relações indiretas com o imperialismo (em especial através do Intervozes e da COIAB); se ele é um notório direitista, apoiador do Golpe de 2016 e da eleição de Bolsonaro; será que devemos acreditar que o Instituto Vero é realmente voltado para combater a desinformação e proteger a Amazônia? Afinal, este era o objetivo oficial do evento “Mentira que (des)mata”.

Não, não devemos.

Nesse caso, o que pretende Felipe Neto com seu instituto, com a suposta luta contra a desinformação e pela preservação da Amazônia?

Simples, o youtuber está atuando a serviço do imperialismo em dois fronts para impedir a reindustrialização do País, seu desenvolvimento econômico e, por conseguinte, a melhoria das condições de vida do povo brasileiro.

De um lado, sua campanha contra a desinformação, as “fake news”, faz parte da política do imperialismo para instituir um regime de censura e vigilância sobre o povo brasileiro, em geral, e sobre os trabalhadores e suas organizações de luta, em especial. Em um regime ditatorial em que prevalece a censura e a vigilância, os trabalhadores ficam alijados de seus direitos democráticos, em especial o direito à irrestrita liberdade de expressão, direitos estes necessários para que a luta contra a burguesia seja travada.

Em específico, a campanha de Felipe Neto e do Instituto Vero contra as “fake news” sobre a Amazônia por ora está sendo limitada às alegações da extrema-direita. Contudo, chegará o momento em que será utilizada contra o próprio governo Lula. Não está distante o dia em que, após o governo fazer pronunciamentos ou soltar pareceres favoráveis à exploração do petróleo e demais riquezas naturais, isto será taxado de desinformação, “fake news”.

No outro front, Felipe Neto atua em prol da nobre causa do ambientalismo. Contudo, não há nada de nobre nessa causa. A cada dia que passa, fica cada vez mais evidente que a política ambientalista propagada pelos EUA e pela Europa não é voltada para a preservação do meio ambiente, mas sim para barrar o desenvolvimento dos países oprimidos pelas potências imperialistas.

Para que seja realizado um desenvolvimento econômico, é necessária a exploração de recursos naturais, seja petróleo, seja minério, sejam os recursos hídricos. A exploração desses recursos causa, inevitavelmente, algum nível de modificação do meio ambiente, por menor e mais controlada que possa ser. Assim, quando o ambientalismo é propagado pelas ONGs, dizendo que o Brasil não pode explorar petróleo (pois contribuiria para a poluição dos mares, a derrubada da floresta amazônica, o aquecimento global etc.), ou que não pode construir hidrelétricas (pois derrubariam a floresta e inundaria as terras dos índios), o que está sendo feito é impedir o desenvolvimento nacional do Brasil. Sem o petróleo, sem hidrelétricas, o País não pode se reindustrializar. Não pode se desenvolver. E assim, os brasileiros continuam a ser relegados à miséria e à penúria.

É nesse quadro que Felipe Neto criou o Instituto Vero. É nesse quadro que o instituto promoveu o evento “mentira que (des)mata” e que publicou o relatório “Combate à desinformação na Amazônia e seus defensores”.

Assim, fica claro que o youtuber está envolvido em uma intervenção estrangeira na Amazônia. Seu passado direitista de apoiador do Golpe de 2016 e de Jair Bolsonaro e as atuais relações do Instituto Vero com ONGs imperialistas apontam nesse sentido.

É dever de todos os que se dizem de esquerda expô-lo como o direitista pró-imperialista que é, ao invés de ficarem dando vazão à falsa propaganda de que ele é um democrata.

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