A candidata macrista, Patricia Bullrich, terceira colocada nas eleições que estão acontecendo na Argentina, declarou, na última quinta-feira (25), seu apoio eleitoral a Javier Milei, candidato de extrema-direita que está disputando com Sergio Massa a presidência do país sul-americano. Segundo a candidata da burguesia internacional, é preciso “frear o kirchnerismo”, fazendo alusão a Cristina Kirchner, representante da esquerda que presidiu o governo de 2007 a 2015.
“Este momento nos interpela a não sermos neutros diante do perigo do kirchnerismo do Sergio Massa”, declarou Bullrich, e acrescentou: “Quando a pátria está em perigo, tudo é permitido”
No anúncio, Patricia Bullrich estava acompanhada do ex-presidente Mauricio Macri, autor do neoliberalismo aplicado à economia argentina entre o período em que governou (2015-2019). Sua presença e o apoio da terceira via argentina, revela que o imperialismo mundial está com Javier Milei, isto é, a burguesia “civilizada”, “democrática”… está apoiando um candidato ultra-neoliberal, como é apresentado pela imprensa, sinônimo de fascista.
Otimismo da esquerda pequeno-burguesa
Os resultados das eleições no domingo (22), “surpreendeu” a imprensa golpista, já que as pesquisas apontavam uma vantagem de Javier Milei, o que na apuração das urnas se revelou falso, já que Sergio Massa, peronista, representando a esquerda, obteve 36% dos votos e Milei conseguiu 29% dos votos. Ilustrando que o setor mais tradicional da burguesia está fazendo um esforço para eleger o candidato de extrema-direita e, mais uma vez, revelando a fraude que são as pesquisas eleitorais, já que das 12 pesquisas realizadas, consultadas pelo jornal argentino La Nación, até o término do primeiro-turno, 11 apontavam Milei na frente com 35,6% e 35,5%, enquanto o candidato peronista oscilava entre 33 e 34%.
A esquerda argentina e brasileira, após os resultados apurados do primeiro turno, já está comemorando uma vitória de Massa, o que de fato, não está garantido. Principalmente porque o imperialismo entrou em uma nova etapa com a crise mundial do capitalismo. E, nesta etapa, será apoiado representantes da extrema-direita com o objetivo de erradicar a economia dos países da América Latina. Com os atuais conflitos ocorrendo no mundo, os EUA, representante mor do imperialismo mundial, está perdendo a guerra no leste europeu e, com a ação revolucionária do Hamas, abriu-se uma crise no Oriente Médio. O que pode significar uma política ainda mais hostil aos países do “quintal norte-americano”, ou seja, os países sul-americanos.
O que defende essa ‘nova’ extrema-direita?
“O leão”, “O rei”, “O louco”, como se autodefine Javier Milei, líder do Movimento Liberdade Avante, pretende abalar o sistema econômico com suas mudanças. Milei se considera anarco capitalista e, o carro-chefe de sua campanha eleitoral é dizer que vai transformar a Argentina em uma potência global. Algumas propostas de governo do candidato do imperialismo são: a dolarização total da moeda argentina, a eliminação do Banco Central e uma drástica redução do tamanho do Estado, através da eliminação de ministérios, obras públicas e a privatização total de empresas estatais. Javier Milei também prometeu “não dar calote no FMI”, o que significa uma subserviência ainda maior ao banco norte-americano e o afastamento da Argentina em relação aos BRICS, grupo fundado por Brasil, China e Rússia e Índia, que vem ganhando um protagonismo no cenário internacional com a entrada novos países como a própria Argentina, os Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia, além de uma lista de países que também querem adentrar o grupo econômico, representando o Sul-Global.
O imperialismo democrático e o fascismo
Javier Milei faz Bolsonaro parecer até mesmo nacionalista, sua política é de entregar a Argentina no colo do Tio Sam. E é por isso que o setor mais importante do grande capital está de mãos dadas com um fascista. O apoio dos macristas reforça esse apoio do imperialismo, o que revela o teor da burguesia dita civilizada, quando o calo aperta, eles substituem a via da “democracia” e soltam os rottweiler (fascistas), a extrema-direita será utilizada novamente na América Latina para atacar a massa trabalhadora, caso Javier Milei seja eleito, os operários argentinos terão seus direitos liquidados.