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Estadão exalta os militares

O golpismo das Forças Armadas

No último domingo (29), o jornal direitista Estadão resolveu fazer uma defesa bastante enfática das Forças Armadas nacionais

No último domingo (29), o jornal direitista Estadão resolveu fazer uma defesa bastante enfática das Forças Armadas nacionais, buscou afastar qualquer suspeita da participação na invasão aos prédios dos três poderes no dia 8 de janeiro e atribuir a um setor bolsonarista a responsabilidade pela pecha de golpista. É certo que as instituições militares são peça chave do regime controlado pela burguesia e que a história demonstra não haver qualquer respeito à Constituição Federal. 

Sobre o vandalismo praticado pelos bolsonaristas, a própria imprensa golpista admite que houve conivência de “alguns” militares bolsonaristas, porém busca passar a ideia de o bolsonarismo seria um setor minoritário nas Forças Armadas. A cúpula de generais certamente é toda fascista, havia mais de 10 mil militares em postos chaves do governo golpista de Jair Bolsonaro.   

Não pode haver qualquer dúvida que todo aparato de defesa do Estado brasileiro sabia que as manifestações aconteceriam, há poucos dias os manifestantes estavam organizados em frentes aos quartéis de diversas cidades do país, o Gabinete de Segurança Institucional dispensou oficiais do plantão 48 horas antes, uma série de registros que demonstram como todo aparato de defesa do estado facilitou a invasão. 

Não há como sustentar a tese de que o ocorrido se tratou de uma tentativa de golpe de estado, porém não pode haver qualquer dúvida sobre sua participação neste ato para desmoralizar o novo governo Lula. Seria necessário atestar uma incompetência monumental das instituições militares, uma contradição com a defesa da imprensa golpista de aspectos positivos do regime militar. 

Na busca de projetar uma melhor imagem das FFAA e as desvincular do bolsonarismo, o Estadão apresentou a qualificação que Ernesto Geisel teria feito de Jair Bolsonaro: “mau militar”. Nada mais escatológico que exaltar um general da ditadura militar e atribuir ao governo Bolsonaro a responsabilidade de militares abandonarem suas atribuições constitucionais. É preciso destacar que não foi, e nem poderia ser, Bolsonaro quem afastou as FFAA de suas funções estabelecidas pela Constituição Federal e tomar o poder de assalto em 1964.  

Apesar da imprensa tradicional buscar se apresentar como democrática e supostamente reconhecer que a ditadura militar foi um regime de terror, esse tipo de argumentação expõe toda a simpatia que a burguesia teve pelo regime militar no Brasil.   

Outro destaque seria a defesa da Justiça Eleitoral, as Forças Armadas emitiram uma carta atestando a lisura do processo após os resultados das eleições 2022, reconheceram assim que se tratava de uma encenação a defesa da impressão do voto. É importante deixar claro que o regime militar também dispunha de eleições, não significa dizer que defendiam qualquer direito democrático para a população. 

O jornal golpista destacou ainda que seria um equívoco julgar as instituições militares, o bolsonarismo não teria se tratado de um fenômeno generalizado e esse “pequeno” período não seria condizente com as atitudes após a redemocratização do país – não cairia muito bem exaltar o compromisso dos militares delimitando o período como posterior ao regime militar. A ideia é eximir a participação das Forças Armadas no golpe de 2016. 

Cabe destacar também que Bolsonaro era apenas um parlamentar do baixo clero da política, não tinha qualquer relação mais profunda com o imperialismo e tampouco com a imprensa golpista. O ex-presidente ilegítimo não foi peça fundamental para consumação da derrubada de Dilma Rousseff, mas os generais certamente até porque não existe golpe sem a participação das instituições militares. 

Não há discordância sobre o alto comando do Exército aspirar um novo golpe militar, porém não se pode adotar a tese de que o golpe fracassou e que os militares estariam derrotados. Tampouco se pode acreditar que a troca de um general bolsonarista por um tucano vai resolver a situação, menos ainda que Lula será capaz de enfrentar os militares sem o apoio massivo da população. Por outro lado, o governo também tem se chocado com os interesses dos banqueiros e o parlamento é o mais reacionário possível. 

Diante da fragilidade do governo frente a situação política, não se pode esperar novos protestos que o desmoralize ainda mais. Os sindicatos, as organizações populares e os partidos de esquerda não podem ficar esperando um novo impeachment fraudulento ou mesmo um novo golpe militar. É preciso agir imediatamente, somente a mobilização dos amplos setores da população pode garantir que o presidente Lula consiga governar. 

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