Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Análise Política da 3ª

Rui Costa Pimenta analisa futuro das manifestações pró-Palestina

Rui Costa Pimenta discute principais acontecimentos da semana na Rádio Causa Operária

O presidente nacional do PCO (Partido da Causa Operária), Rui Costa Pimenta, comentou na Rádio Causa Operária sobre o futuro das manifestações em defesa da Palestina.  No mundo inteiro, milhões de pessoas estão nas ruas protestando contra o genocídio, pelo imediato cessar-fogo e, em muitos lugares, em defesa da luta armada palestina — tendo casos como o da Jordânia onde o cordão que ocupava diversas ruas ecoava gritos como “toda a Jordânia está com o Hamas”.

Manifestações pró-Palestina no Brasil

No entanto, no Brasil, a manifestação é dirigida não por grupos que representam a vontade popular, como poderia ser o caso da CUT ou do próprio PT, enquanto um partido de massas, mas por grupelhos, como é o caso do PSTU, que apoiou o golpe em 2016, do MES, uma facção minoritária do PSOL, o PCB e rachas do PCB, dentre outros.

No programa “Análise de 3ª”, que ocorreu excepcionalmente nesta quarta-feira (15), o dirigente do PCO apontou a necessidade de criticar o PT por não estar mobilizando para os atos em defesa da Palestina, representando uma capitulação diante do sionismo que joga contra a manifestação. “Tem gente com medo de se manifestar porque vai ser criticado pela imprensa”, comentou, concluindo que sobre apenas o PCO “para se enfrentar com uma federação de grupelhos que não querem fazer o ato”. Esses grupos em questão, no entanto, se coligam para dominar o movimento pelos seus motivos particulares, obstaculizando a mobilização para atos realmente grandes, como vistos em diversos locais no mundo.

Pimenta mencionou um ocorrido na última segunda-feira (13), onde Antônio Carlos, dirigente do PCO e da APEOESP, foi a uma reunião do sindicato dos professores de São Paulo para discutir os rumos dos atos em defesa da Palestina, mas não só tentaram barrar sua entrada, como posteriormente tentaram censurar sua fala e, por fim, o expulsaram da reunião sob histéricos gritos de membros de grupos pequenos tanto em tamanho, quanto em relevância.

“Esse pessoal não convoca o ato e nem colocar carro de som eles colocam. Nós levamos carro de som e eles recusaram utilizar o espaço que nós oferecemos. Oferecemos imprimir um boletim deles e recusaram. Não querem convocar. Querem pôr fogo para serem prefeitos das cinzas, é muita sede de poder e não conseguimos entender. Não sei porque o pessoal tolera essa turminha. Não levam gente, não distribuem panfleto, não levam carro de som. Não fazem nada. Não contribuem em nada para o ato”, analisou Rui.

“O pretexto ideológico é que o PCO defende o Hamas e não pode defender o Hamas em público, mas esse não é o verdadeiro motivo. Nós fomos hostilizados no primeiro ato, antes de qualquer coisa, por estarmos com bandeiras do PCO. Estavam procurando um pretexto para nos afastarem dos atos. Aí quando defendemos o Hamas no carro de som, começaram com uma histeria porque acham que como a Globo fala mal do Hamas, a opinião geral é anti-Hamas e, portanto, poderiam usar isso para tirar o PCO do ato. Eles estão enganados em relação a isso, pois a opinião dos atos é absolutamente pró-Hamas”, argumentou.

Por fim, o presidente do PCO discorreu sobre essa questão do Hamas, onde parcela dos organizadores tem medo de defender e a outra parte não possui interesse sequer na resistência palestina de fato. Segundo ele, a defesa dos palestinos se dá na defesa da sua luta real, não apenas nas lágrimas de crocodilo que eventualmente se venha a derrubar. Como disse um comandante do Hamas, “não chorem por nós, pois nós estamos vivos e vocês estão mortos”.

Política internacional

Rui Pimenta também foi claro em apontar que o imperialismo e o grande setor do capital argentino estão apoiando o candidato da extrema direita à presidência argentina, Javier Milei, contra o candidato peronista Sergio Massa, ressaltando a importância da esquerda se atentar a este ponto, pois indica que o imperialismo está tomando o rumo de investir em governos ultra neoliberais e autoritários. 

Sobre o Oriente Médio, Pimenta foi enfático ao apontar que está claro que Israel está bombardeando propositalmente os hospitais, como demonstra a maioria dos portais de imprensa sérios — que não estão vendidos para o imperialismo. Na última semana, porém, diversos países árabes rejeitaram uma posição um pouco mais dura contra Israel, ainda que no campo democrático, negando-se a cortar totalmente relações com Israel. Jordânia, os Emirados Árabes Unidos, o Sudão, o Egito, a Arábia Saudita e alguns outros países alinhados ao imperialismo. Sobre isso, Rui destacou que sempre foram países que deram sustentação à violência israelense, associando-se ao imperialismo e sendo uns dos maiores responsáveis pela situação dos palestinos. Ainda de acordo com o dirigente trotskista, há um ponto positivo nisso tudo, pois “há uma turbulência política muito grande nesses regimes” e, por conta disso, pode haver uma chance para que o povo, através de mobilizações reais em torno dessa causa, consigam derrubar esses regimes à medida que a crise aumenta.

Lula e Palestina

Nos últimos dias, o governo Lula aumentou sua retórica contra o massacre, mas, segundo Rui, “de uma maneira muito perigosa”, pois segue acusando o Hamas, a vagunarda da resistência palestina, de ter realizado ações terroristas, quando diversas fontes desmentem esse fato. Segundo o Greyzone, por exemplo, os 1.400 civis que inicialmente teriam morrido de acordo com Israel — que já são 1.200 oficialmente –, poderiam ser 900 pessoas, sendo pelo menos 400 militares e diversos civis tendo morrido tanto pelas mãos dos próprios militares israelenses, quanto como infelizes vítimas no fogo cruzado.

Enel e o apagão

Na situação nacional, Rui comentou o caso da Enel (empresa privada que controla a energia elétrica paulista) e do apagão, categorizando como “um desastre total” o que aconteceu em São Paulo nos últimos dias, tendo casas que chegaram a ficar cinco dias sem luz por conta de uma chuva. Conforme apontou o presidente do PCO, os capitalistas receberam a empresa a preço de banana, exploraram um monopólio, ganharam rios de dinheiro, demitiram os trabalhadores e enfraqueceram a estrutura da empresa para depois causar um desastre dessas proporções, onde bairros inteiros ficaram sem energia elétrica.

Apesar do programa ter ocorrido nesta quarta-feira, a Análise Política da 3ª acontece todas as terças-feiras, às 12 horas, no canal do YouTube da Rádio Causa Operária.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.