Foi notificado na imprensa golpista o caso de prisão em flagrante de uma mulher que estava no momento exato de procedimento de interrupção de gravidez não desejada. Os policiais, ao invadirem o local, depararam com o momento de operação, que foi imediatamente suspensa. A paciente foi encaminhada para um hospital público especializado em mulheres. O médico, a enfermeira e a paciente que estavam no local foram presos, mas apenas a enfermeira pagou fiança à “justiça”.
Se o processo de aborto fosse legalizado, essa barbaridade de expor uma mulher em momento muito íntimo e dolorido não tinha acontecido. A imprensa golpista gosta de notícias sensacionalistas para desfocar os assuntos realmente importantes, e a notícia do momento é esse. Cada segundo, cada ação ocorrida durante o flagrante é descrita de forma cirúrgica e explorada de forma como se fosse bode expiatório. É como se dissesse: se você tentar fazer o mesmo, passará pelo mesmo constrangimento em que a paciente passou. Uma inquisição. Caça às bruxas moderna. E os inquisidores é ocupado agora por policiais.
O aborto deve ser direito de toda mulher. Ninguém faz o aborto como se fosse um procedimento estético. Isso é o resultado de muita reflexão dolorida e acima de tudo uma decisão da mulher sobre seu próprio corpo.
O aborto deve ser legalizado. Ser direito de todas as mulheres, que todas as mulheres tenham acesso ao procedimento de qualidade. E deve ser disponibilizado pelo SUS.