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Crise generalizada

Golpes na África são retrato da agonia do imperialismo

A situação na África demonstra mais um episódio da crise generalizada do imperialismo mundial

Nesta semana, a questão da África foi um dos temas mais discutidos em toda a imprensa, tanto de esquerda quanto de direita. A discussão foi impulsionada, não só pelos golpes que vêm ocorrendo em diversos países do continente no período anterior, mas principalmente pelo golpe que ocorreu no Gabão. O tema foi coberto e abordado em profundidade por este Diário. Convém comentar, no entanto, algumas questões que dizem respeito à situação geral do continente.

Após o golpe no Gabão, quatro países africanos com governos pró-imperialistas fizeram um expurgo em suas Forças Armadas. Os países foram Ruanda, Uganda, Senegal e Camarões. Isso é uma demonstração de que, dentro desses países, a situação é bastante explosiva. Fica evidente que estamos diante de um efeito dominó. É possível que, no próximo período, o mundo veja modificações nos governos de praticamente todos os países na África, configurando a maior crise que o imperialismo enfrenta no continente em pelo menos 50 ou 60 anos.

Com relação ao Gabão, discute-se muito o caráter do golpe de Estado ocorrido no país. Alguns setores dizem que o golpe teria sido impulsionado pelos Estados Unidos contra os franceses. Isso não é fato. Está mais do que claro que o golpe surgiu de dentro das Forças Armadas do Gabão contra os franceses. Ainda que se possa considerar que o novo governo do Gabão não seja tão nacionalista quanto outros que tomaram o poder na África (o governo de Burquina Faso, por exemplo, tem uma retórica bastante mais radical do que o restante), está claro que esse golpe também segue a tendência dos outros, manifestando um colapso do sistema de dominação imperialista sobre a África.

O colapso é fruto de dois fatores principais, um deles relacionado à questão local e outro à questão internacional. A questão local é justamente a gigantesca crise pela qual o continente passa e que é causada pela própria ação do imperialismo. Como a crise tem se acentuado ao redor do mundo, ela é particularmente grave no continente africano, o qual o imperialismo procurou transformar em um verdadeiro “inferno sobre a Terra”. É possível ver que a situação já chegou em um ponto onde a população não aguenta mais e a pressão é muito grande.

No entanto, há outro fator, ainda mais decisivo, que é a crise da dominação imperialista no restante do mundo. Ela começou justamente com a derrota no Afeganistão dois anos atrás. A expulsão dos EUA feita por um dos povos mais pobres e esmagados do planeta serve como incentivo para todos os outros países do mundo poderem se levantar contra o imperialismo.

Essa derrota configura uma importante perda de autoridade política pelo imperialismo. O imperialismo não é um simples sistema de investimentos fora do país. Países como Brasil e China também têm investimentos fora de seus territórios, no entanto, eles não o fazem da mesma forma que o imperialismo.

O imperialismo faz valer sua vontade através de seu poderio militar, e isso se dá porque o imperialismo é um sistema organizado de pilhagem, pirataria e roubo. Quando o imperialismo começa a ser derrotado em algum lugar, isso é positivo e incentiva que o restante do mundo também se levante.

Logo após a derrota no Afeganistão, que deu início à desmoralização do imperialismo, veio a invasão da Ucrânia pela Rússia. Fica evidente que o que ocorreu no Afeganistão levou ao fracasso da operação planejada pelo imperialismo de colocar a Ucrânia na OTAN. Os russos viram tudo acontecendo e se deram conta de que era possível conter esse avanço do imperialismo em seu território, tendo em vista a crise do imperialismo no Afeganistão.

Foram centenas de bilhões de dólares gastos pelo imperialismo na Ucrânia sem que se conseguisse nada com isso, o que leva a um aprofundamento ainda maior da desmoralização do imperialismo. A situação da África é consequência direta dessa desmoralização. Além disso, toda a discussão de que não se sabe quem ganha naquele conflito fica definida pela situação na África. Os levantes anti-imperialistas da África são prova de que é a Rússia quem está levando a melhor no conflito.

O fator chinês também tem uma forte influência em tudo. A China tem procurado investir uma parte de seu dinheiro na África, o que criou, para alguns desorientados, o mito de que eles estariam dominando a África. A realidade é que os chineses financiam um conjunto de obras na África, o que é uma aplicação produtiva de seu dinheiro. É muito diferente do que vinha fazendo o imperialismo francês, que tomava o urânio do Níger e devolvia 2% dos lucros do país.

É evidente que o investimento chinês não é feito por caridade, eles estão buscando lucrar com o que eles fazem, mas ele tem um caráter muito mais progressista do que o que é feito pelo imperialismo. A prova disso é que os chineses fazem esse acordo sem ter nenhum soldado ou base militar na África. O resto do mundo, portanto, está olhando para isso e se sentindo atraído para fazer negócios com os chineses.

Esse cenário configura uma crise internacional de grandes proporções. A ideia de que isso poderia levar a uma pacificação do mundo, com o imperialismo renunciando ao seu domínio de formas pacíficas e através de reformas, é uma ilusão. O que se verá em breve é a maior crise mundial da história do planeta.

O imperialismo irá reagir com extrema ferocidade e estão se organizando para dar uma resposta. Recentemente, foi noticiado que os americanos recolocaram suas armas atômicas novamente na Inglaterra, o que eles irão procurar fazer em todos os lugares. O risco de um eventual conflito de proporções mundiais, com a utilização de armas atômicas, é altíssimo.

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