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História

O cerco à Faixa de Gaza

O bloqueio é uma medida que visa provocar um verdadeiro genocídio

No ano de 2006, eleições ocorreram para o parlamento na Palestina pela primeira vez desde 1996. No pleito, o Hamas, partido de oposição, saiu ganhador sobre o Fatá. O método de ação do Hamas é a via revolucionária, da luta de libertação nacional sem restrições, não de conciliação pura e simples com o Estado de “Israel”, caso da Autoridade Palestina encabeçada pelo Fatá. Um bloqueio imperialista contra a Faixa de Gaza foi estabelecido.

Para o fim das sanções econômicas, o imperialismo e o Estado sionista exigiram três condições ao Hamas, ainda após a vitória das eleições: ele deveria renunciar à violência contra “Israel”, reconhecer “Israel”, e honrar todos os acordos prévios estabelecidos entre “Israel” e a Autoridade Palestina (Fatá).

Após as eleições, em 2007, a Autoridade Palestina (Fatá), presidida por Mahmoud Abbas e na figura do mesmo, baixou um decreto demitindo o primeiro-ministro Ismail Haniya (Hamas) e anunciando um governo interino do Fatá até a realização de novas eleições assim que a situação permitisse, segundo o porta-voz da presidência. A medida foi rejeitada pelo Hamas, e quatro dias de intenso conflito se seguiram na Faixa de Gaza, de 10 a 15 de junho daquele ano. O Hamas tomou controle do complexo presidencial na cidade de Gaza.

À época, a Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, afirmou que o país apoiava Abbas, e havia garantido US$ 60 milhões em assistência de segurança.

A partir desse momento, um bloqueio permanente de bens e pessoas foi estabelecido nas fronteiras da Faixa de Gaza por Israel e Egito, supostamente para impedir o ingresso de armas e militantes, por terra, mar e ar.

Segundo a UNICEF, antes da Segunda Intifada, em 2000, até meio milhão de pessoas (500 mil) saíam da Faixa de Gaza para “Israel” por mês, principalmente trabalhadores. Durante os primeiros sete anos de bloqueio, o número caiu para uma média de 4 mil, chegando a 10,4 mil nos oito anos seguintes.

Além disso, o número de caminhões com mercadorias comerciais saindo de Gaza caiu para em média dois por mês em 2009. Após as exportações serem retomadas para a Cisjordânia (2014), “Israel” (março de 2015) e o começo de exportações para o Egito em 2021, a média mensal ficou em 787 caminhões nos primeiros cinco meses de 2022. Antes do bloqueio, a média mensal era de 961.

Quanto à entrada de caminhões na Faixa de Gaza, nos primeiros cinco meses de 2022, a média mensal foi de cerca de 8.000. Tal número é em torno de 30% menor que a média do primeiro semestre de 2007. A população desde então aumentou em mais de 50%.

A barreira que cerca Gaza ainda não pode ser aproximada pelos palestinos a uma distância de 300 metros no perímetro com “Israel”, e áreas a várias centenas de metros ainda são consideradas como não seguras, desencorajando ou impedindo atividades agrícolas. Ainda na área marítima, o cerco israelense permite o acesso a apenas 50% das águas de pesca definidas para tanto pelos Acordos de Oslo.

O cenário organizado em termos econômicos, portanto, mantém os índices de desemprego em casa entre os maiores no mundo. No primeiro trimestre de 2022, foi de 46,6%, comparado a uma média já alta em 2006, 34,8%. Entre a juventude, o cenário é significativamente pior, chegando a 62,5% de desemprego.

E a tragédia econômica e de recursos em geral acarreta em 1,3 milhões dos 2,1 milhões de palestinos em Gaza (62%) que necessitam de assistência alimentar para sobreviver.

Em termos de infraestrutura, a situação é igualmente degradante. A Central Elétrica de Gaza pode produzir apenas 80 megawatts (MW), aos quais se soma 120 MW adquiridos de “Israel”, o que dá conta de cerca de metade da procura por eletricidade em Gaza (400-450 MW). Os cortes contínuos de energia em 2021 chegaram a 11 horas por dia. Segundo a Oxfam, em 2018, o suprimento de energia elétrica dura apenas 12 horas diárias.

O aquífero costeiro, utilizado pelos moradores de Gaza para obter água, foi poluído em função do sobre-bombeamento e da contaminação por águas residuais. Assim, 97% da água bombeada dele e provida às residências é imprópria para o consumo. A população não tem escolha senão cortar no uso e beber menos água, e adquirir água dessalinizada de vendedores privados, embora seja estimado que 68% dessa água também está poluída, o que favorece o alastramento de doenças.

A manutenção ou melhora da estrutura de água e infraestrutura sofre em função do bloqueio, agravando o quadro aterrador. “Israel” não permite a entrada de qualquer material com “propósito duplo”, ou seja, que possa ser usado em funções tanto civis como militares. Nessa categoria se incluem materiais de construção, como cimento, ferro, e outros materiais também necessários para reparar a infraestrutura de água e saneamento, danificada pelos bombardeios israelenses.

31% das residências não conseguem satisfazer necessidades educativas básicas por falta de dinheiro para adquirir livros e pagar mensalidades.

A diretora executiva internacional da Oxfam denunciou que o controle de “Israel” chega ao nível “francamente ridículo e punitivo – como banir as exportações de tomates de Gaza a não ser que tenham o topo verde removido, para que não fiquem tão frescos.” Além de “banir a exportação de pasta de tâmaras, biscoitos e batatas fritas. Proibiu dados de telefone 3G e 4G e não há Paypal”. E complementou: “Mais de 800.000 jovens palestinos passaram suas vidas inteiras presos em Gaza. Eles não conheceram mais nada.”

Como se demonstra, o bloqueio é uma medida que visa provocar um verdadeiro genocídio. A recente guerra demonstrou e trouxe a público o horror do bloqueio. A proibição da entrada de comida, alimento, energia elétrica, coloca que tudo isso está sempre sob controle de “Israel”, cuja política sionista é abertamente supremacista racial, e requer uma limpeza étnica na região.

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