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Vinícius Rodrigues

Militante do Partido da Causa Operária no Rio de Janeiro e membro da Direção Nacional da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).

Cúpula dos BRICS

O Brasil no eixo do mal

Novo Eixo do Mal contém as nações mais importantes da América Latina, do Oriente Médio, da Ásia e da Europa Oriental e Brasil deve ser destaque na luta anti-imperialista

Em 2002, o presidente George Bush, responsável pelos genocídios no Iraque e no Afeganistão, cunhou pela primeira vez o termo “Eixo do Mal”. Inicialmente se referia ao Iraque, o Irã e à Coreia do Norte, mas ao longo dos últimos 20 anos, ele cresceu significantemente. Hoje, pode-se dizer, sem muita discussão, que o Eixo do Mal contém também a Rússia, Síria, Venezuela, Nicarágua, Cuba, China e Bielorrússia. São os governos que cada vez mais se chocam com o imperialismo. Agora, com a ampliação dos BRICS, o bloco contém “oficialmente” três membros do “eixo”. Mas, ao que tudo indica, para o imperialismo o BRICS é o novo eixo do mal, e isso inclui o governo do presidente Lula.

Um destaque importante aqui é a posição do Irã. Os quatro primeiros países dos BRICS, Brasil, Rússia, Índia e China são, pela sua própria existência, entraves à dominação imperialista. São grandes demais para serem dominados por completo. Por seu tamanho e população, tendem sempre a se chocar com o imperialismo, até mesmo quando governados por governos conservadores. Isso fica muito claro com a Rússia, que de todos é o que mais entra em conflito o imperialismo, mesmo Putin não sendo nada revolucionário. Mas isso é valido para os outros três.

O Irã, por sua vez, não é um país pequeno, mas nem se compara aos quatro grandes. Ele, no entanto, passou por uma revolução em 1979 e que desestabilizou completamente o Oriente Médio. O Irã era a principal base da dominação imperialista na região e passou para o extremo oposto. O país com a maior classe operária da região atua em diversas nações do Oriente Médio, inclusive militarmente, lutando contra o imperialismo. É, nesse sentido, um dos maiores entraves do mundo para a dominação imperialista.

O Oriente Médio é crucial para a dominação mundial devido à questão do petróleo. Nesse sentido o Irã é uma força importantíssima de resistência. Foi por meio do governo iraniano que a China e a Rússia puderam mudar o balanço de forças no Oriente Médio. A Arábia Saudita, após a perda do Irã, havia se tornado o principal ponto de apoio do imperialismo da região. Contudo, os sauditas perceberam que não precisam mais atuar como servos dos norte-americanos. E assim se aliaram ao Irã, à China e à Rússia. Isso aconteceu em 2023 e foi uma prévia do que viria acontecer na cúpula dos BRICS.

O Oriente Médio, portanto, já estava saindo do controle do imperialismo antes do encontro dos BRICS e esse importantíssimo evento deu um passo adiante. Não só a Arábia Saudita e o Irã adentraram os BRICS, como também o Egito. Este, politicamente, é um dos mais importantes países da região, possui a maior população de todas, e era então o ponto de apoio que havia sobrado para o imperialismo. O Eixo do Mal, que agora já contém Rússia, Irã e China, ganhou de aliados também os outros dois mais importantes países árabes, Arábia Saudita e Egito. E não para por aí. Os Emirados Árabes, que contem o terceiro maior PIB do Oriente Médio, e a Etiópia, que está localizada ao lado do Oriente Médio e tem o quinto maior PIB da África, também estão nos BRICS.

Para resumir o quadro, o BRICS atualmente possui: A Rússia, que está em guerra (vencendo) com a OTAN, a China, a segunda maior economia do planeta, e o Irã e a Arábia Saudita, os dois mais importantes países do Oriente Médio, a região economicamente mais importante do mundo. Esse realmente é um eixo do mal, assustador, e nele está também o Brasil! E aqui o nosso País não pode ser menosprezado. A América Latina é um continente importantíssimo, é o principal território de dominação dos norte-americanos. Um Brasil seguindo uma política independente desestabiliza todo o continente. 

O novo Eixo do Mal, portanto, contém as nações mais importantes da América Latina, do Oriente Médio, da Ásia e da Europa Oriental. Contem também quase todas as mais importantes da África, com exceção da Nigéria, mas a situação do Níger indica que isso não deve durar muito. O Brasil se coloca na linha de frente da luta contra o imperialismo, mesmo com uma aparente política moderada de Lula. Na atual crise do imperialismo nem os moderados são aceitos, basta lembrar o ano de 2016.

É preciso ficar claro que o BRICS não é um bloco revolucionário anti-imperialista, mas ele está muito longe de ser uma força reacionária. O Brasil nesse sentido é o que tem o maior potencial de radicalização política de todo o Eixo do Mal. Aqui, o governo Lula não se sustenta na burocracia estatal, ele se sustenta na classe operária. Isso significa que ele, ao mesmo tempo, é o mais fraco de todos, mas que tem o potencial de se tornar o mais forte. A classe operária brasileira pode se tornar a vanguarda de todo o movimento que irá fazer o atual “eixo do mal” parecer um passeio no parque. 

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