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Entrevista com bancários

“O Banco do Brasil está voltado a pagar dividendos”

A equipe do Diário Causa Operária (DCO) entrevistou alguns representantes da categoria dos bancários, registrando as suas expectativas e reivindicações ao governo Lula

A eleição de Lula, uma grande vitória da mobilização popular contra a direita golpista, abriu uma grande oportunidade para que os interesses dos trabalhadores sejam atendidos. Todavia, o governo, apesar de sua popularidade, não consegue levar adiante praticamente nenhuma das medidas necessárias para isso. Está completamente encurralado, sendo sabotado por dentro – por meio de seus ministros direitistas – e por fora – por meio do Congresso, do Banco Central, da imprensa e dos militares.

Inaugura-se, nesse sentido, um período de luta que deve ter como principal reivindicação a revogação imediata de todas as medidas que o golpe impôs sobre a classe operária brasileira. E são os trabalhadores quem devem ser os protagonistas nessa mobilização, pois somente eles têm as condições políticas de enfrentar a burguesia e possibilitar, assim, que o governo consiga levar adiante mudanças no regime político que favoreçam o povo.

Visando divulgar e registrar as reivindicações dos trabalhadores brasileiros, a equipe do Diário Causa Operária (DCO) conversou com alguns representantes da categoria dos bancários e lhes perguntou: “Quais são as suas expectativas para o governo Lula em relação às reivindicações de sua categoria?”

Adamor, trabalhador bancário, destacou a importância dos bancos públicos no desenvolvimento nacional, declarando que espera que o governo recupere “à categoria tanto o Banco do Brasil, quanto a Caixa [Econômica Federal] e os bancos de Estado, para fomentar a indústria e a agricultura, principalmente a agricultura familiar”. Seguindo essa linha, os bancos, de acordo com Adamor, devem ser utilizados para o povo. “Usar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica para o combate à fome”, ressaltou.

Em relação à sua principal reivindicação ao governo, Adamor afirmou:

“[Lula deve] Fazer o Banco do Brasil voltar a ser um banco de Estado. O Banco do Brasil virou um banco rentista. Está, hoje em dia, voltado a pagar dividendos aos acionistas. E não é a função de um banco público, de um banco de Estado render. Ele tem que fazer com que a indústria e a agricultura voltem a ser fomentadas, o que o Banco do Brasil e a Caixa abandonaram nesses últimos anos.”

Maria José Furtado, diretora de mulheres do Sindicato dos Bancários de Brasília, relembrou um pouco da devastação causada pelo golpe sobre os bancos públicos e a categoria como um todo. “Tivemos momentos bastante difíceis no último período, vimos uma tentativa de desmonte dos bancos públicos. A exemplo dos Correios, que estava na linha da privatização, os bancos também estavam. O Banco do Brasil já estava em um processo de desmonte“.

Ela relembrou, entretanto, que nada pode ser feito “em um passe de mágica”, mas deixou boas expectativas para os próximos quatro anos.

“É muito bom termos um governo progressista novamente e temos as melhores expectativas, apesar de saber que tudo não vai ser em um passe de mágica, as coisas vão demorar um pouco para acontecer […] Imaginamos que vai ser um período bom. A partir de agora, começa a melhorar”, disse.

Por fim, Cecília Maria, aposentada pela Caixa Econômica Federa, encaminhou uma carta à Redação elencando quais as suas principais reivindicações ao governo. Reproduzimos, abaixo, o texto na íntegra:

“Esses são os pontos que eu gostaria de ver melhorados no governo Lula no que concerne aos interesses dos bancários da Caixa:

1) Fim do equacionamento de R$ 563,94. Com denominação de contribuição extraordinária no contracheque (pagamos por prejuízos no plano pelos quais não temos responsabilidade);

2) R$ 2.455,70 de IR sobre o salário é um absurdo! É o que estou pagando;

3. No meu caso, mas acredito que muitos colegas estão nessa situação, existe uma demanda judicial desde 2011 na qual pleitei pagamento de horas extras que tramitou na 1ª e 2ª instâncias com decisões favoráveis, mas, ao chegar no TST, o processo está parado sem perspectivas de decisão;

4) Saúde Caixa: relação de credenciados não corresponde à realidade. O profissional consta na relação, mas já pediu descredeciamento, mas o plano não atualiza no aplicativo.”

É importante ouvir os trabalhadores, pois estes são os que realmente se preocupam com o bom funcionamento das empresas. No caso das estatais, fica clara a noção de que estas devem estar a serviço da população, não para o enriquecimento de investidores que lucram sem fazer nada às custas da pobreza de milhões de pessoas.

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