O segundo turno das eleições argentinas está marcado para o próximo domingo, 19 de novembro. O candidato mais votado nas urnas será eleito e a posse se dará já em 10 de dezembro.
As eleições no país começaram com o chamado Paso, que são primárias abertas, simultâneas e obrigatórias, nas quais eleitores de 17 a 70 anos votam nos candidatos dos partidos. Os candidatos escolhidos precisam alcançar 1,5% dos votos, do contrário ficam de fora da disputa. Esse modelo de eleições fora adotado desde 2009 e tem como objetivo reduzir a quantidade de concorrentes no primeiro turno. Após esse Paso, é realizado o primeiro turno, no qual o candidato vencedor precisa obter mais de 45% dos votos ou ao menos 40% e dez pontos de vantagem do segundo colocado. Não alcançando essa votação, é realizado o segundo turno.
Para as eleições do dia 19, o cenário está bastante acirrado. Segundo pesquisas eleitorais, o candidato do imperialismo, Javier Milei (do partido A Liberdade Avança), um político de extrema-direita, ultraliberal, tem uma pequena vantagem sobre seu concorrente, o moderado Sergio Massa (Partido União pela Pátria), atual ministro da Economia.
Segundo a AtlasIntel, em pesquisa divulgada nessa sexta-feira, 10, Milei lidera as intenções de voto com 52,1%, enquanto Massa fora apontado por 47,9%. Depois de muitas surpresas nas etapas anteriores, poucos se arriscam a apontar quem sairá o vencedor no segundo turno. Para o jornal argentino “Clarin”, o cenário é de empate técnico, com ligeira vantagem de Milei, a mesma que dizia ser ele o vencedor do primeiro turno, mas não aconteceu. A AtlasIntel informou ainda que 7% dos argentinos votaria em branco ou nulo; 6% estão indecisos e 5% não irão votar.
O Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica (Celag) divulgou uma pesquisa na qual 46,7% das intenções de voto foram para Massa, enquanto Milei ficou com 45,3%, sendo esta a única pesquisa que coloca Massa como vencedor. Essas são as últimas sondagens, pois a lei eleitoral argentina proíbe divulgações de pesquisas na semana antes da votação.
No próximo domingo, a América Latina verá mais um capítulo em que o imperialismo disputará as eleições num importante país do continente através da candidatura Milei, que tem o apoio de Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina (2015-2019), da terceira colocada no primeiro turno, Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio) e toda a extrema-direita sul-americana.
Esse é um momento tenso e de crise do capitalismo com essa fase de imperialismo em decadência. As eleições ocorrem em momento de seguidas derrotas militares do imperialismo no Afeganistão, na Rússia e se aproxima agora uma intensa crise e desestabilização do Estado genocida de Israel. O avanço da extrema-direita no país vizinho é um aviso para o Brasil, que já passou por Jair Bolsonaro e pode vir a ter seu Milei, a depender de como irá evoluir a crise política no País.