No próximo dia 20 de novembro completará 328 anos da morte de uma das figuras mais importantes dos mais de 500 anos da história da formação do povo brasileiro, Zumbi dos Palmares. A data, conhecida como um dia nacional de mobilização, é historicamente marcada por atos de luta do povo negro, que sai às ruas para reivindicar os seus direitos frente ao Estado capitalista, que os colocam uma posição de inferioridade quando comparado aos demais membros da sociedade.
Dia 20, considerado pela esquerda pequeno burguesa, dia da “Consciência Negra” não é mais do que uma política demagógica, onde as pautas são geralmente em cima de reivindicações genéricas do tipo, “fim do racismo”; “celebrar a cultura africana”; “conscientizar a população negra e da sociedade sobre o sofrimento que o povo viveu”; etc.
Ao contrário disso, o dia 20 de novembro, que tem como o seu maior expoente Zumbi dos Palmares, é um dia para resgatar esse fato heroico do povo negro brasileiro que se expressou na formação do Quilombo de Palmares, foco de resistência armada dos escravos negros contra as forças imperiais e das oligarquias fundiárias da época.
É nesse sentido, que a luta do negro brasileiro deve se inspirar para atingir os seus objetivos.
Segundo dados compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do Ministério do Trabalho da Previdência Social, referentes ao ano de 2019, os bancários negros, incluindo os pretos e pardos, ganham 24% menos do que os bancários brancos. Os negros de instituições financeiras (empresas terceirizadas) têm rendimento médio 27,3% menor do que os brancos. As mulheres pretas ganham 59% menos em média do que os homens brancos.
Nas altas esferas desses bancos, como, por exemplo, o Banco imperialista espanhol em solo brasileiro, Santander, nos cargos de diretoria, 93,2% são brancos e apenas 3,6% são negros. No banco Itaú/Unibanco, dos 25,6% daqueles se declaram negros, apenas 15,4% deles ocupam cargos de gestão.
Dados dos relatórios dos bancos, em 2021, mostram que a porcentagem de trabalhadores brancos é muito superior do que a da participação de negros (pretos e pardos) no total de trabalhadores nos cinco maiores bancos brasileiros, sendo que o negro é maioria na população brasileira. No Itaú/Unibanco são apenas 25,6%; no Bradesco 27,4%; Santander 27,3%; Banco do Brasil 23,7% e na Caixa 26,3%.
Essas pesquisas revelam a situação de exclusão da população negra na categoria bancária e o caráter racista dos banqueiros.
É somente por meio da luta que os negros conseguirão o atendimento de suas reivindicações. As entidades de luta dos trabalhadores bancários devem chamar, imediatamente, uma conferência dos bancários negros para organizar uma gigantesca mobilização para reverter esse quadro reacionário dos banqueiros de discriminação do povo negro brasileiro dentro dos bancos.