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Novamente uma farsa

Nobel premia golpismo ongueiro, contra o Irã

Mais uma vez o prêmio Nobel da paz vai para algum político imperialista ou algum lacaio da política imperialista contra países oprimidos. Dessa vez foi para uma ongueira golpista

Na última sexta-feira (6) foi anunciado o vencedor da edição de 2023 do prêmio Nobel da paz.

E, novamente, foi uma farsa. Mas por que uma farsa? Porque mais uma pessoa que luta contra a verdadeira paz mundial foi agraciada com o prêmio. Narges Mohammadi. Segundo Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, “ela apoia a luta das mulheres pelo direito a vida e a liberdade de expressão e contra as regras que exigem que as mulheres permaneçam fora da vista e cubram os seus corpos. As reivindicações de liberdade expressas pelos manifestantes aplicam-se não apenas às mulheres, mas a toda a população”.

Por que, então, sua premiação seria uma farsa?

Antes de explicarmos é necessário um breve histórico sobre o prêmio e seus agraciados.

Bem, o prêmio Nobel foi criado no ano de 1922, há 122 anos, conforme desejo contido no testamento de Alfred Nobel. Conforme o documento, Nobel, que morreu em 1896, determinava que seu patrimônio fosse investido em títulos seguros, cujos rendimentos constituiriam um fundo, destinado a ser distribuído anualmente em forma de prêmios “àqueles que, no ano anterior, houverem proporcionando o maior benefício à humanidade”. Estabeleceu que os prêmios seriam cinco: de física; de química; fisiologia/medicina; literatura.

E o quinto? O da paz, ou, nas palavras de Nobel, “uma parte para a pessoa que tiver feito mais ou o melhor trabalho para a fraternidade entre as nações, para a abolição ou redução e exércitos permanentes e para a promoção da paz”.

Ou seja, a farsa estava presente desde o começo. Afinal, Nobel era um capitalista da indústria armamentista. Em 1984 ele comprou a siderurgia Bofors e a transformou em uma fábrica de armas. Reza a lenda que ele inventou a dinamite. Diz-se “reza a lenda”, pois ele era detentor da patente de 355 invenções, dentre as quais a dinamite. Poder ser que, como um bom capitalista, a maioria das patentes fossem invenções de outros.

Enfim, um burguês da indústria armamentista deixou como testamento a criação do Nobel da paz.

Fazendo jus a essa farsa inicial, os agraciados com o prêmio sempre foram pessoas que não contribuíram em nada para a tal paz mundial.

Se formos concretos e realistas ao falar de paz mundial, ela só pode ser atingida em uma sociedade em que o ser humano não precisa lutar diariamente pela sua sobrevivência material; em uma sociedade não dividida em classe. Ou seja, em uma sociedade socialista. De forma que a única contribuição efetiva por uma “paz mundial” passa pela luta contra o imperialismo.

Quantas pessoas ou organizações que travaram a luta anti-imperialista, a luta pelo fim da exploração do homem pelo homem, receberam o prêmio Nobel da paz? Zero pessoas.

Pelo contrário, vários dos que receberam ou eram políticos imperialistas, ou eram seus lacaios e/ou capituladores.

Dentre os políticos imperialistas, chama a atenção:

  • Barack Obama, também conhecido como “Obomba”, pelos inúmeros bombardeios de países atrasados, feitos durante seus dois mandatos. Lembrando que foi sob Obama que se deu o golpe de 2016, o golpe do Euromaidan na Ucrânia, que foi uma das principais causas da atual guerra (que, por sua vez, foi feita por Biden, vice de Obama). O assassinato de Gaddafi e a destruição da Líbia foi feita sob seu governo e com sua aquiescência.
  • Al Gore, um dos principais nomes do ambientalismo imperialista, ou seja, de uma política que existe para impedir o desenvolvimento econômico dos países oprimidos em direção à sua independência; por conseguinte, uma política que serve à manutenção da ditadura mundial do imperialismo.
  • Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, sob cujo mandato ocorreu a invasão do Iraque pelo imperialismo.
  • Yitzhak Rabin, ex-primeiro ministro de Israel. Dentre seu currículo, foi Chefe do Estado-Maior durante a criminosa Guerra do Seis Dias, através da qual o Israel tomou a Faixa de Gaza, a Península do Sinai do Egito, a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia e as Colinas de Golã da Síria. Na década de 80, em razão do aumento da repressão e do terrorismo de Israel contra os palestinos, deu-se a Primeira Intifada. Ele ganhou o Nobel da paz em 1993, pelos Acordos de Oslo, uma capitulação da OLP e de seu líder Yasser Arafat perante Israel (Arafat também recebeu o prêmio, mostrando que a capitulação perante o imperialismo, e não a luta pela paz é recompensada pela fundação Nobel).
  • Henry Kissinger. Ganhou o Nobel pelas negociações que formalizaram a derrota dos EUA no Vietnam. Acontece que Kissinger fora assessor de segurança da Casa Branca de 69 a 75, ou seja, durante vários anos da Guerra do Vietnam. Foi um dos que encabeçou o bombardeio criminoso do Camboja na década de 70, que reduziu as cidades daquele país a pó, obrigando a população a migrar para os campos. Ou seja, um dos responsáveis pela política genocida dos EUA contra o povo vietnamita e dos cambojanos. Sua promoção da paz através dos Acordos de Paris foi apenas uma forma de mascarar a derrota catastrófica dos EUA no Vietnam.

Quanto aos lacaios e capituladores, temos:

  • Nelson Mandela. Foi agraciado com o Nobel por conter a situação revolucionária da África do Sul, que derrubou oficialmente o regime do apartheid. Consequentemente, sua liderança permitiu que os brancos do apartheid continuassem no comando político do país, escondidos atrás de um governo de pessoas negras, que supostamente seriam representante do povo (Mandela era uma dessas pessoas).
  • Mikhail Gorbachev, burocrata da União Soviética, cuja política pavimentou o restante do caminho para a dissolução do Estado Operário, e a liquidação das empresas estatais, que foram entregues ao imperialismo e a antigos burocratas.

Há muitas outros imperialistas ou seus lacaios/capituladores que foram premiados com o Nobel da paz.

Assim chegamos à vencedora dessa ano: Narges Mohammadi, uma agente do imperialismo no Irã, um país oprimido pelo imperialismo.

Quem é ela? Uma ativista pelos direitos das mulheres no Irã. Ou, pelo menos, essa é a propaganda. Na realidade, ela não trava uma luta real pelas mulheres. É apenas uma engrenagem da política imperialista do identitarismo, para desestabilizar o governo do Irã, que desde 1979 (ano da Revolução Iraniana) é uma das principais ameaça à estabilidade da ditadura imperialista mundial, em especial no Oriente Médio.

O ativismo de Narges Mohammadi supostamente em prol das mulheres iranianas, consiste tão somente em falar contra o governo dos aiatolás perante a imprensa imperialista e a fomentar manifestações pedindo a intervenção dos EUA e da Europa no país.

Tudo bem, é fato que muitos direitos democráticos são tolhidos às mulheres iranianas pelo governo dos aiatolás, cuja ideologia oficial é a religião islâmica. Contudo, deve ser lembrando que o caráter islâmico da Revolução Iraniana foi uma resposta natural à ditadura fascista do Xá do Irã, ditadura esta colocada no poder em 1953 pelos EUA.

Foi uma resposta natural, pois era uma ditadura secular. Então, naturalmente, a ideologia islâmica acabou, até certo ponto, representando uma revolta contra a dominação imperialista. Deve ser lembrado que isto também foi estimulado pelo imperialismo, para impedir o avanço da revolução em direção a um Estado operário.

Mas a história ensina que a intervenção do imperialismo em países oprimidos só serve para retirar mais direitos à população, para esmaga-la mais ainda. Isto inclui as mulheres. Afinal, caso o regime dos aiatolás fosse derrubado por uma revolução colorida arquitetada pelos EUA, sob a máscara do direito das mulheres, o resultado seria uma devastação neoliberal sobre o Irã, a qual resultaria na morte de centenas de milhares de crianças e mulheres.

Em suma, a única forma efetiva de se lutar pelos direitos das mulheres iranianas é através da luta contra o imperialismo. E, como já dito, a única luta possível pela paz mundial passa pela luta contra o imperialismo?

E Narges Mohammadi é uma agente do imperialismo, através de ONGs. Ela faz parte do Centro dos Defensores dos Direitos Humanos, que atua como veículo da política identitária no Irã. Essa ONG é vinculada à Federação Internacional para Direitos Humanos:

Essa última é uma entidade francesa, a qual é financiada por organizações imperialista já conhecidas do leitora: a Open Society Foundations (George Soros); a Freedom House (think tank ianque) dentre outras:

Ou seja, Narges Mohammadi é uma ativista financiada pelo imperialismo através de ONGs, com a finalidade de sabotar o seu próprio país, sob o disfarce da luta pelos direitos democráticos das mulheres iranianas.

Segundo declarações da Real Academia Sueca de Ciências, Mohammadi foi premiada “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã” e para “promover os direitos humanos e a liberdade para todos”. O comitê do Nobel disse que “é uma mulher defensora dos direitos humanos, que luta pela liberdade”.

A tradicional propaganda imperialista contra regimes antidemocráticos de países oprimidos, para justificar a criminosa intervenção do imperialismo.

Para não restar dúvidas de que a mais recente laureada do Nobel da paz é uma agente do imperialismo, basta constatar toda a propaganda feita na imprensa pró-imperialistas. Segundo o g1, Mohammadi é “voz da revolução feminina no Irã”. Alguém em sã consciência acredita que a Globo é defensora de alguma revolução? E das mulheres?

Assim, novamente, como ocorre frequentemente, o prêmio Nobel da paz vai para algum político imperialista ou algum lacaio da política imperialista contra países oprimidos. Ou seja, contra alguém que luta contra a paz mundial. Dessa vez foi para uma ongueira golpista, que se aproveita da luta das mulheres iranianas por seus direitos democráticos para fazê-las instrumentos da intervenção dos Estados Unidos no Irã.

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