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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

A realidade do País

No Brasil, bandido bom é bandido pobre

Pode ser de esquerda, de direita ou de centro, o primordial requisito da repressão é saber se você é pobre

8 de janeiro

A tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, a ROTA, protagonizou mais uma chacina recentemente em Guarujá, assassinando cerca de 20 pessoas a sangue-frio. Os números nem são seguros porque as informações oficiais sequer são confiáveis.

Quase que ao mesmo tempo, a polícia cometeu atrocidades parecidas no bairro da Penha, no Rio de Janeiro. O mesmo aconteceu na Bahia.

Esses casos foram apenas os que estiveram em evidência mais recentemente, mas qualquer brasileiro sabe que o abuso policial nas favelas e bairros pobres é uma norma, uma rotina.

Em suma, a polícia serve para aterrorizar a população pobre.

Flávio Dino e Lula comentaram em mais de uma oportunidade que é preciso desarmar o povo e apenas a polícia deveria estar armada. Lula chegou a dizer, numa declaração muito infeliz, que a “polícia tem que saber diferenciar o que é um bandido e o que é um pobre que anda na rua.”

Rui Costa, ministro de Lula e ex-governador da Bahia, relacionou o aumento da violência policial no estado ao aumento de confrontos, consequência do aumento do armamento. Repetindo, assim, o discurso da direita que usa o “confronto” para justificar os assassinatos.

Tudo isso ignora que a maioria dos assassinados estava desarmada e era inocente.

Os bolsonaristas e seus predecessores direitistas adoram repetir a máxima “bandido bom é bandido morto”.

E aí, a ironia do destino quis que uma parte deles pudesse sentir na pele como funciona a Justiça no Brasil.

Os atos do 8 de janeiro, que foi apresentado pela burguesia como um atentado terrorista, acabou resultando na prisão de centenas de zés ninguém.Alexandre de Moraes, apresentado como grande justiceiro anti-bolsonarista, pegou apenas pobre. Nenhuma novidade no que diz respeito ao funcionamento da Justiça.

A maioria esmagadora dos processados por conta do 8 de janeiro não tem nem dinheiro para pagar um advogado. Foi revelado que havia manicures, faxineiras, donas de casa, funcionário público, em suma, pobre. E não pense que a esquerda pequeno-burguesa, a esquerda Barbie de classe média, se comove com isso. No âmago dela há uma Barbie bolsonarista.

Se você é pobre no Brasil, a polícia e o Judiciário vão te pegar, não importa se você é de esquerda, de direita ou não tem a menor ideia de política.

Ser pobre é o principal requisito. Por isso, nas cadeias não tem gente rica.

Fica a lição para os bolsonaristas e para a esquerda, ambos sedentos por mais repressão, cada um por um motivo que considera mais nobre.

Bandido bom é bandido pobre, porque o rico, em geral, vai se safar.

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