Os trabalhadores da Nigéria marcaram uma greve para o dia 3 de outubro, a maior denúncia é o aumento no custo de vida da população, principalmente por meio do aumento da gasolina, pois o governo retirou o subsídio que existe para esse produto.
“Vai ser uma paralisação total… até que o governo atenda às demandas dos trabalhadores nigerianos e, de fato, das massas nigerianas”, disseram os líderes sindicais em um comunicado conjunto.
“O Governo Federal se recusou a se envolver e chegar a acordos significativos com o trabalho organizado em questões críticas das consequências do infeliz aumento do preço da gasolina, que desencadeou um sofrimento maciço sobre os trabalhadores e as massas nigerianas.”
A Nigéria é um dos países mais populosos do mundo, o mais populoso da África com mais de 220 milhões de habitantes. Com tamanha população e petróleo, ela é, portanto, o país mais rico do continente em PIB – de acordo com o FMI, 574 bilhões de dólares. Em comparação à África do Sul, o país mais industrializado da África subsaariana, tem um PIB de 399 bilhões de dólares. A Nigéria é o país mais importante da África ocidental e da sua organização, a CEDEAO. Ao mesmo tempo, o país é de domínio inglês e não francês, o que faz com que a crise ainda não esteja tão aflorada como em seus vizinhos francófonos.
Com a remoção do subsídio ao combustível, os preços da gasolina quase triplicaram durante a noite em alguns lugares, e as tarifas de transporte seguiram a mesma tendência. O subsídio aos combustíveis da Nigéria custou ao Estado quase 10 bilhões de dólares no ano passado, o equivalente a 2,1% do PIB. Os governos anteriores renomearam-no, ajustaram-no e tentaram removê-lo, mas o atual presidente, Sr. Tinubu, removeu e, com isso, os principais sindicatos anunciaram essa greve.
A Nigéria, portanto, se torna um barril de pólvora na África. Um dos países mais ricos, com uma população gigantesca concentrada, cercada de países em uma crise enorme e com uma crise interna se desenvolvendo. Bola Tinubu pode não estar em uma situação tão ruim quanto a dos presidentes que caíram nos últimos anos, como no Gabão e no Níger. Mas, certamente, seu futuro não é de estabilidade.