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Mão de ferro dos EUA

Níger e Ucrânia: EUA tentam passar a perna no mundo

Essa foi uma semana bastante movimentada para o imperialismo norte-americano: ameaça ao Níger e intervenção nos negócios francês e anúncio da 44° rodada de armas à Ucrânia

Essa foi uma semana bastante movimentada para o imperialismo norte-americano: ameaça ao Níger e intervenção nos negócios do imperialismo francês junto ao anúncio da 44° rodada de repasse de armas a Kiev no montante de US$200 milhões. 

Houve também o pedido de Joe Biden ao Congresso para repassar à Ucrânia US$13 bilhões em “assistência de segurança” e US$7,3 bilhões em “assistência econômica e humanitária”. Isso após ignorar a situação do Havaí em chamas.

Maui em chamas

Foto de arquivo: Um carro destruído por um incêndio do lado de fora de um complexo de apartamentos em Lahaina, Maui, Havaí, em 12 de agosto de 2023. © Yuki IWAMURA / AFP

Na ilha de Maui, nas últimas semanas, houveram 96 mortes confirmadas e 1000 desaparecidos. Muitos dos turistas que estavam hospedados em hotéis foram transladados para acomodações em outras ilhas.

A cidade histórica de Lahaina foi praticamente destruída pelas chamas. Segundo o governador do Havaí, Josh Green, “Este é o maior desastre natural que já experimentamos”. São estimados US$6 bilhões de danos apenas as residências.

Durante o fim de semana passado, Biden permaneceu na praia em Rehoboth, Delaware. Ao ser questionado sobre o Havaí, Biden respondeu “sem comentários”. Foi confirmado pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, segunda-feira passada, que não há planos para Biden visitar o Havaí.

Kiev em primeiro lugar

Essa semana Biden requisitou ao congresso US$24 bilhões para serem repassados à guerra da Ucrânia. O pedido ocasionou revolta no ex-congressista do Texas Ron Paul, que o criticou publicamente nesta segunda.

“Difícil ver imagens recentes da devastação em Maui e depois ouvir o presidente Biden dizer ao Congresso que precisa de mais US$24 bilhões para a Ucrânia”, disse Paul . “Como este governo pode continuar justificando dezenas de bilhões de dólares por esta guerra perdida que não é do nosso interesse enquanto o resto dos Estados Unidos se desintegra?”, completou.

Temos que salienta que a “assistência econômica e humanitária” de US$7,3 bilhões, oferecida por Biden para a Ucrânia, para o pagamento de salários de funcionários do governo em Kiev, é superior à necessidade estimada para cobrir os danos em Maui.

O ex-congressista pontuou que “bem mais de US$120 bilhões” foram gastos nessa guerra por procuração contra a Rússia”. Isso seria algo de US$900 per capita, “Quantos americanos prefeririam ter esses $900 dólares de volta no bolso, em vez de nos bolsos da Lockheed-Martin, Raytheon e dos oligarcas da Ucrânia?”.

Paul observou que até mesmo a imprensa burguesa agora admite que “a Ucrânia não está ganhando e não pode ganhar”. Segundo Paul: “Continuar a despejar dinheiro em uma causa perdida resultará apenas em falência em casa e mais ucranianos mortos no exterior”

44ª rodada

FOTO DE ARQUIVO © Omar Marques / Getty Images

O Pentágono anunciou uma doação para a Ucrânia de US$200 milhões em armas, incluindo artilharia, veículos táticos e equipamentos para remoção de minas. Essa é 44ª rodada de ajuda militar dos EUA a Kiev desde fevereiro de 2022.

O pacote teria incluso, entre outros equipamentos, munição “crítica” para a defesa aérea americana Patriot e sistemas de artilharia de foguetes HIMARS, projéteis de tanques de 120 mm, mísseis TOW, foguetes Javelin e 12 milhões de cartuchos de munições para armas pequenas.

Além das armas, US$6,2 bilhões seriam liberados de fundos “recapturados”. Esse valor seria proveniente de um erro contábil, proveniente do superavit de algumas armas já repassadas.

Mão de ferro

O imperialismo é uma ditadura dos principais monopólios econômicos, que os EUA conduzem com mão de ferro. Essa ditadura expandiu-se por todo o globo, colocando como uma dominação inquestionável para os imperialistas.

A guerra por procuração contra a Rússia mostra bem essa questão. Ao contrário do que a direita e a esquerda pequeno-burguesa dizem, a Rússia está muito longe de ser imperialista, sendo apenas um país capitalista não desenvolvido que busca certa independência para sobreviver.

Essa mão de ferro norte-americana sufoca até seus sócios imperialistas menores como a França. As primeira e segunda guerras mundiais, as bombas atômicas Hiroshima e Nagasaki são testemunhas do que o imperialismo é capaz de fazer com seus sócios menores não satisfeitos com sua parcela.

Níger, uma punhalada nas costas da França

A vice-secretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, visitou o Níger após mudança de governo, o que enfureceu a França. A visita da “parteira de Maidan” foi clara no sentido de ameaçar o novo governo quanto a uma aproximação com a Rússia.

Por outro lado, temos a declaração do secretário de Estado americano, Antony Blinken: “Seguimos concentrados na via diplomática para conseguir (…) o retorno à ordem constitucional. Acredito que ainda existe margem para alcançar este resultado por meio da diplomacia”.

Ele aponta para uma tentativa de preservar e aumentar a dominação norte-americana na região, mesmo ignorando que o país seja uma área de influência francesa.

Os EUA e a França mantêm forças militares consideráveis no Níger, os EUA em torno de 1300 e a França próximo de 1500 homens. Para os EUA, além do interesse econômico, há na região norte, em Agadez, um particular peso tático, com uma pista importante de pouso para drones na região.

“Para Emmanuel Macron, a credibilidade da França, particularmente em termos de discurso sobre a democracia, estava em jogo. Para os americanos, mesmo que também estejam preocupados com um rápido retorno à ordem constitucional, a prioridade é a estabilidade da região”, afirmou a fonte diplomata francês no ministério das Relações Exteriores.

A França estava pronta para o uso da força através das nações da África Ocidental. Visando isso, apoiou a decisão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de mobilizar forças de reserva para intervir militarmente.

O Le Figaro noticiou que sua fonte, um diplomata do ministério do Exterior, disse que os EUA “fizeram exatamente o oposto do que pensávamos que fariam”. “Os Estados Unidos, como nossos outros aliados, têm o hábito de nos deixar levar os golpes”.

Submarinos nucleares com Austrália

Esse não é um caso isolado de opressão do imperialismo dos EUA sobre seus sócios menores. Não podemos esquecer o caso envolvendo o fornecimento de submarinos à Austrália que aconteceu com as mesmas partes, EUA e França, em 2021.

A França tinha um acordo de fornecimento de submarinos movidos a diesel para a Austrália no montante de US$65 bilhões. Entretanto, os EUA e o Reino Unido fecharam um acordo com a Austrália para fornecimento de submarinos a propulsão nuclear, excluindo a França.

“A escolha norte-americana de excluir um aliado e parceiro europeu como a França de uma parceria estruturante com a Austrália, em um momento em que enfrentamos desafios sem precedentes na região Indo-Pacífico, seja em termos de nossos valores ou em termos de respeito ao multilateralismo baseado no Estado de Direito, mostra uma falta de coerência que a França só pode notar e lamentar”, diz o comunicado divulgado pelo ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, junto com a ministra das Forças Armadas, Florence Parly.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, justificou-se que, em jantar com Macron, “deixei muito claras as nossas preocupações muito significativas sobre as capacidades dos submarinos convencionais para lidar com a nova estratégia ambiente que enfrentamos. E deixei bem claro que esse é um assunto que a Austrália precisa tomar uma decisão em nosso interesse nacional”.

O ministro da Defesa da Austrália, Peter Dutton, acrescentou que “os franceses têm uma versão que não era superior à operada pelos Estados Unidos e o Reino Unido. E, no final, a decisão que tomamos é baseada no que é melhor para a nossa segurança nacional”.

Entretanto é evidente a interferência dos EUA nos interesses franceses no Indo-Pacífico. Tanto no sentido de aumenta a pressão militar sobre a China, quanto para conquista maior influencia na região.

Ainda no comunicado de Le Drian e Parly, foi colocado que a França é “a única nação europeia presente no Indo-Pacífico com quase dois milhões de cidadãos e mais de 7.000 militares” embora seja um “parceiro confiável, que continuará a cumprir seus compromissos, como sempre fez”. O caso da Austrália “Reforça a necessidade de tornar à questão da autonomia estratégica europeia”.

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