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Jogou aonde?

Neymar e o futebol brasileiro acabaram?

Neymar, herdeiro daquilo que foi Pelé, vai voltar a jogar e trazer o hexa, apesar da imprensa brasileira

A recente lesão do craque brasileiro Neymar deu margem, novamente, à campanha contra o jogador e contra a própria seleção brasileira, que, nos termos de Luís Costa Pinto, redator do Brasil 247, acabou junto com o camisa 10 da seleção. 

Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que o autor não sabe o que é futebol nem o que isso significa para o povo brasileiro. Só uma pessoa que desconhece completamente o futebol ficaria feliz com a ausência de Neymar da seleção. 

Por outro lado é de se destacar que o jogo contra o Uruguai foi realmente horrível da parte da seleção brasileira, e os fatores são os mais variados, mas, em especial, a dificuldade do jogo brasileiro (a concepção de Fernando Diniz) ser aplicado por jogadores que vivem o futebol europeu. Talvez esse seja um dos maiores problemas a serem enfrentados pelo treinador. 

A lesão de Neymar, que rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo neste mesmo jogo contra o Uruguai, é muito grave, e deve afastar o jogador por um bom tempo dos gramados, com previsão de volta no segundo semestre do ano que vem. Quem perde é o futebol de conjunto, além, claro, a própria seleção.

O referido colunista afirmou descaradamente que “no momento, o jogador do medíocre Al Hilal, derrotado em todos os projetos ambiciosos nos quais se meteu desde que deixou o Santos Futebol Clube, na aurora de sua carreira e já com os títulos de campeão brasileiro e da Libertadores, é página virada no esporte bretão”. Sim, ele está falando de Neymar.

Aqui não se trata de uma crítica desportiva, mas uma vontade pessoal do redator, influenciado pela campanha, em ver Neymar fora dos gramados para sempre. Pois não se pode falar que Neymar tenha sido “derrotado em todos projetos ambiciosos nos quais se meteu”. Isso é mentira pura e simples, basta ver os números do jogador:

Títulos:

Santos

Campeonato Paulista: 2010, 2011 e 2012

Copa do Brasil: 2010

Copa Libertadores da América: 2011

Recopa Sul-Americana: 2012

Barcelona

Supercopa da Espanha: 2013

La Liga: 2014–15 e 2015–16

Copa do Rei: 2014–15, 2015–16 e 2016–17

Liga dos Campeões da UEFA: 2014–15

Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2015

Paris Saint-Germain

Ligue 1: 2017–18, 2018–19, 2019–20, 2021–22 e 2022–23

Copa da França: 2017–18, 2019–20 e 2020–21

Copa da Liga Francesa: 2017–18 e 2019–20

Supercopa da França: 2018, 2020 e 2022

Seleção Brasileira Sub-20

Campeonato Sul-Americano Sub-20: 2011

Seleção Brasileira

Superclássico das Américas: 2011, 2012, 2014 e 2018

Copa das Confederações FIFA: 2013

Jogos Olímpicos de 2016 (inédito na história da seleção olímpica)

Não parece que Neymar foi derrotado nesses projetos ambiciosos…

Mesmo assim, Costa Pinto insiste: “Neymar nunca serviu com decência, nem com mínima competência, ao escrete nacional. Jamais foi protagonista em Copas do Mundo; nos torneios regionais, sempre foi coadjuvante. Arrogante, prepotente, malcriado, mal educado, encrenqueiro, desagregador e ridiculamente servil a projetos políticos de extrema-direita, ele nunca esteve à altura da História do futebol brasileiro”.

Aqui a “crítica” ao jogador assume um caráter abertamente moral. Parece uma professora de escola dos anos 1970 falando de um determinado aluno indisciplinado, e este nem é o caso de Neymar, basta ver os outros heróis da seleção brasileira para se ter uma ideia de que ser prepotente e encrenqueiro é um fator, na verdade, positivo. Talvez o principal nome nesta seara é o do tetracampeão Romário, que, por sinal, se tornou político após sua aposentadoria. Só para registro, Romário fez 55 gols pela seleção brasileira. Neymar fez 78. Outro fracasso em um projeto um pouquinho ambicioso, que é ser artilheiro da seleção brasileira.

Outra mentira, uma calúnia descarada, é a de que Neymar serve “a projetos políticos de extrema-direita”. O texto não apresenta nenhuma prova disso, dessa acusação gravíssima, pois é de se imaginar, pelo que foi dito, que Neymar está organizando a SS brasileira. É uma acusação genérica, sem provas, e que só revela a indisposição do redator (por algum motivo, sabe-se lá qual) contra o craque da camisa 10.

Se o que foi falado por Costa Pinto tem a ver com as fotos e apoio de Neymar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, não passaria disso, e essa questão não tem o condão de retirar da seleção um determinado jogador, pois o que se avalia, ali, dentro das quatro linhas, e saber ou não jogar futebol. Se a conduta política dos jogadores brasileiros fossem critério para se ter ou não uma seleção, jamais teríamos sido pentacampeões mundiais, sequer teríamos seleção.

No aspecto futebolístico, o autor, demonstrando não conhecer de futebol, afirma que a seleção brasileira de 1970 criou o “futebol total”, e que hoje isso seria visto na Premier League. Falso. A seleção de 1970 não tem nada a ver com o chamado futebol total. A seleção de 1970 tinha o que o Brasil sempre teve ao longo da sua história. Habilidade em quase todas as posições. Além, claro, de Pelé. O “futebol total” é a ideia ultrapassada de que todos jogam tudo e em todas as posições, a todo momento, que é uma concepção primitiva do futebol, superada pela técnica e habilidade brasileira, da qual Neymar é o nosso expoente na atualidade.

O redator, em tom saudoso, fala do passado da seleção, como se tudo tivesse acabado, tanto a seleção, quanto o futebol brasileiro, e também Neymar. Sobre este, em tom de chilique, o autor escreve: “com o consórcio de todos esses atores, portanto, o monstro interior de Neymar foi crescendo e governando a personalidade dele até o ponto de torná-lo um ser intratável e, creio, irrecuperável”.

Costa Pinto tenta separar Neymar dos jogadores anteriores da seleção, e o faz utilizando Ronaldão, pentacampeão de 2002, que, de fato, se lesionou dois anos antes dessa Copa do Mundo. Mas o redator diz que “não reconheço em Neymar os ímpetos e as ambições de Ronaldo. Se um era “fenômeno”, mesmo que chato em alguns momentos, contudo sem jamais poder ser acusado de arrogante e intratável, Neymar Jr. nunca deixou de ser o filho mimado e deformado por uma paternidade obtusa e tóxica”.

Ou seja, só porque o redator não quer, Neymar não vai se recuperar e não vai jogar a Copa do Mundo de 2026. E, dentro da atual política esquerdista, afirma que o pai de Neymar é tóxico e obtuso. Não é possível saber o que é isso, exatamente, mas o fato é que o pai de Neymar é um dos principais responsáveis pela carreira vitoriosa do jogador, e, como empresário, deixou vários gringos no chinelo. Se isso é ser “tóxico”, todo jovem boleiro do Brasil queria ter um pai tóxico.

Outra calúnia contra o jogador é ser chamado de “mimado”. 99% dos que falam isso não suportariam a infância que teve Neymar, e os demais sequer conseguiriam seguir carreira no futebol, que é mais difícil que ser médico no Brasil. E o tratamento de cachorro dado pela imprensa contra Neymar também tem muito pouco mimo. Na realidade, os mimados são os que escrevem isso, que não suportam ver um pobre alçado à categoria de milionário por seus próprios esforços e qualidade. Toda crítica contra Neymar tem esse pano de fundo, a inveja.

Por fim, diz o redator: “Neymar parece estar encerrando sua carreira junto com a biografia do futebol nacional, que respira por aparelhos a julgar pelos vexames que se amontoam desde a desclassificação humilhante para a Croácia na Copa do Qatar. Se ambos, Neymar e a Seleção, fecharam seus ciclos biográficos com capítulos deletérios, então é hora de conclamar: renasçamos, pois. De preferência, sem eles”.

Pode parecer que o redator torce pela seleção, mas não, ele é contra a seleção e o futebol. Isso é fácil de perceber pela torcida dele, do autor, para que Neymar não volte a jogar e que a seleção feche o “ciclo biográfico”. Neymar, herdeiro daquilo que foi Pelé, vai voltar a jogar e trazer o hexa, apesar da imprensa brasileira.

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