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Futebol e política

Neymar chega e implanta ditadura na Arábia Saudita

Jornalista da imprensa imperialista, que apoiou ao regime saudita por décadas, afirma que Neymar é um sustentáculo da "ditadura" saudita

O principal jogador brasileiro de futebol dos últimos tempos, Neymar, que foi apresentado nesse sábado (19), em estádio lotado, ao seu novo clube, o Al Hilal, da Arábia Saudita, é um dos pilares de sustentação da ditadura saudita. Isso é o que diz e explica o colunista do portal Uol e de outros órgãos da imprensa capitalista, inclusive estrangeiros, Jamil Chade, em artigo intitulado Carta para Neymar: teus milhões perpetuam a repressão.

Chade nos ilumina com uma descrição geral da situação da Arábia Saudita do ponto de vista das liberdades democráticas. Ele nos fala da situação da mulher no país, que não possui os mais elementares direitos e encontra-se submetida a uma opressão atroz; nos fala da ausência completa de direitos democráticos no país, como a liberdade de expressão; nos fala da repressão brutal, com execuções, inclusive, daqueles que ousam questionar o regime; nos fala da perseguição contra os LGBTs e outras minorias, e assim por diante. 

Agora, indo jogar na Arábia Saudita, Neymar “emprestará sua imagem, suas postagens nas redes sociais e até mesmo teu eventual desempenho em campo para ajudar um regime autoritário e que viola direitos humanos diariamente a se reposicionar no mundo”. Segundo o colunista, Neymar “se vendeu a um ditador” que põe em marcha a seguinte estratégia: “usando o futebol, um regime dos mais autoritários vende ao mundo uma ideia de modernidade, de abertura, de tolerância, de saúde e de entretenimento”.

Não há dúvida de que a Arábia Saudita é uma ditadura que oprime mulheres e outros setores da sociedade. É um país atrasado, onde a massacrante maioria da população vive em condições de grande pobreza e uma casta privilegiada explora os recursos advindos da exploração do petróleo. Isso é sabido por quase todo o mundo. 

Mas fica uma pergunta: esse estado de coisas, essa ditadura, nasceu no dia 18 de agosto de 2023, data em que Neymar desembarcou em solo saudita para se apresentar ao clube? A Casa de Saud, dinastia dos governantes atuais do regime, dirige o país desde 1932, data da unificação do Reino da Arábia Saudita. A rigor, se tivéssemos que explicar a situação do regime político, a situação da mulher, a situação dos direitos democráticos, a situação econômica na Arábia Saudita, teríamos, necessariamente, que fazer uma análise anterior a 1932, percorrendo a evolução e a formação social e econômica do país. Sendo assim, qual a responsabilidade de Neymar, que está há cerca de dois dias no país, nisso tudo?

As considerações do jornalista são verdadeiramente absurdas. Os EUA tiveram por muito tempo na Arábia Saudita um dos seus pontos de apoio fundamentais no Oriente Médio. Por que Jamil Chade nunca endereçou suas cartas humanitárias para os dirigentes norte-americanos, alertando-os da repressão na Arábia Saudita? Basta citar esse exemplo para perceber que o ataque de Chade a Neymar é cínico e responde a interesses que não tem nada a ver com a defesa dos “direitos humanos”.

A imprensa capitalista nacional e internacional se caraterizou por muito tempo por encobrir a situação da ditadura na Arábia Saudita. O motivo é simples: a Arábia Saudita era um aliado dos EUA no Oriente Médio. Hoje, com Riad demonstrando disposição crescente para se afastar da forca com que era submetida pelo imperialismo e aliar-se ao conjunto das nações rebeldes, movimento que explodiu no mundo após a vitória dos afegãos contra os americanos e a ofensiva russa contra a OTAN na Ucrânia, os ataques da imprensa burguesa contra a “ditadura saudita” começaram a ser veiculados com frequência cada vez mais acentuada. 

Como um bom funcionário da imprensa imperialista, Jamil Chade ganhou a autorização do seu patrão para criticar o país saudita e, de quebra, uniu o útil ao agradável para os capachos dos interesses do capital estrangeiro: além de atacar um país que se afasta da órbita do imperialismo, ataca também, na figura de Neymar, o futebol brasileiro, uma expressão magnífica do povo pobre e oprimido do Brasil. 

Jamil Chade afirma que “Neymar se vendeu”, mas temos que afirmar que o “vendido” aqui é o próprio jornalista ― um vendido para o imperialismo.

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