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Demagogia Identitária

População negra está cada vez mais frustrada com governo Biden

A farsa da demagogia identitária vai sendo revelada a medida que o governo Biden pouco faz pelo eleitorado negro. A frustração vai cobra o seu preço em 2024

As eleições estadunidenses estão a menos de 14 meses de acontecerem. Possivelmente, Joe Biden, o imperialista do partido democrata, deve tentar a sua releição. Contudo, uma parcela significativa dos seus eleitores está frustrada com a sua atuação em realizar efetivas conquistas para os negros nos Estados Unidos da América.

O portal Terra apresentou uma pesquisa Reuters/Ipsos, realizada de 11 a 17 do mês passado, indicando que 18% dos eleitores negros americanos escolheriam Trump ao invés de Biden, de forma que um em cada quatro homens negros e uma em cada sete mulheres votariam no representante republicano, enquanto 46% dos entrevistados ainda dariam um segundo mandato para o candidato democrata.

Esta mudança coloca em risco o desejo democrata da releição, pois em 2020 Biden conseguiu mais de 80% dos votos deste segmento eleitoral. Uma mobilização que permitiu, inclusive, a maioria do Senado com a vitória na Geórgia.

Quais seriam as razões para esta frustração? Acreditar que a política identitária estimulada durante o período eleitoral traria ganhos reais para população negra. Como se a escolha de uma vice-presidenta mulher e negra possibilitaria mudanças que o governo Obama não realizou.

A mobilização dos movimentos negros conseguiu que Joe Biden recebesse mais votos que Barack Obama em 2008. Quais foram os benefícios concedidos pelo imperialista eleito?

As mais significativas foram a indicação da primeira juíza negra para a Suprema Corte em abril do ano passado, a criação do feriado para celebrar fim da escravidão em junho, e participação de uma cerimônia para relembrar o Domingo Sangrento na cidade de Selma em 5 de março deste ano.

Em 1965, nesta cidade, uma caminhada pacífica de negros para realizar o registro eleitoral destas pessoas foi dispersada por meio de uma intervenção da polícia. Vale lembrar que na “maravilhosa” democracia estadunidense é extremamente difícil para negros e pobres conseguirem exercitar o seu direito ao voto.

É pouco para quem se esforçou tanto e conseguiu vitórias históricas, em especial no estado da Geórgia, onde Biden foi o primeiro candidato democrata a presidente a vencer desde 1992.

Muitos eleitores negros esperavam ações mais concretas, tais como novas proteções federais contra leis eleitorais locais restritivas, reforma policial e da Justiça criminal, alívio de dívidas de empréstimos estudantis e um fortalecimento econômico que os beneficiassem.

Lamont Wilson, 45, gerente de tecnologia de informação, critica o fato de Biden não conseguir manter a promessa de eliminar a dívida estudantil, sendo que os graduados negros têm média US$ 25 mil a mais em dívidas de empréstimos estudantis do que os graduados brancos, segundo o Departamento de Educação.

Jennifer Roberts, 35, eleitora democrata no estado da Geórgia, reclama que o aumento do custo de aluguel levou sua mãe a precisar morar com ela, além do fato de a alta da inflação afetar o seu negócio de caminhões de reboque. Sua decepção é tanta que cogita a votar em Trump por imaginar que este poderá implementar medidas econômicas mais positivas.

A frustração se revela ainda mais nas palavras de Bhata Mekonnen (28), um capitão do Exército: “O que estou percebendo no Partido Democrata agora é que há muita bajulação para a comunidade negra”. E acrescenta: “Parece que eles fazem muito para tentar fazer parecer que são o partido dos jovens negros como um todo. Mas não mostram isso com nada”.

Assim, vários eleitores negros já perceberam a demagogia que a política identitária democrata, que esta se caracteriza como uma tentativa de conter a crise social e política existente agravada pelos efeitos da pandemia.

Contudo, esta demagogia já era apontada na época da escolha por Biden da senadora negra Kamala Harris para ser sua vice. As reportagens do Diário da Causa Operária da época estão disponíveis para leitura e já alertavam que esta escolha pouco representaria.

Diferentemente do Brasil, a população negra é uma minoria nos Estados Unidos, representando 13% do eleitorado, mas sempre teve uma participação significativa para a vitória democrata, tanto que na ocasião de sua menor presença se deu a derrota de Hillary Clinton, em 2016.

A verdade é que nem Biden e nem Trump, ou nem democratas ou republicanos são uma solução para a população negra estadunidense, principalmente dos trabalhadores. São faces diferentes da moeda do imperialismo que os oprime e os explora de todas as formas possíveis.

A superação desta situação depende que a classe trabalhadora negra contribua na construção de um efetivo partido operário nos Estados Unidos. A tarefa não é fácil, mas é fundamental.

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