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“Favorito de Hitler”

Nazista que libertou Mussolini em 1943 trabalhou para o Mossad

Segundo jornalistas sionistas, Skorzeny teve uma atuação destacada na operação do Mossad contra o Egito e em defesa do sionismo

É raro, mas eventualmente, a sanha sionista por promover o Mossad como uma agência do serviço secreto eficiente, leva seus agentes a revelar mais do que certamente gostariam. Foi o que aconteceu com o jornal norte-americano Foward, voltado à comunidade judaica daquele país e “1000% pró-sionismo”, ao publicar a matéria “The Nazi Who Became a Mossad Hitman” (Dan Raviv e Yossi Melman, 27/3/2016), que, como indica o título, trata da parceria da sinistra polícia secreta israelense com um agente nazista. Não qualquer um, mas alguém considerado “o favorito de Hitler”, conforme o epíteto dado pela britânica BBC (“Como o soldado preferido de Hitler se tornou espião para Israel”, BBC News Brasil, 16/4/2016).

Nascido em Viena e soldado da famigerada tropa Waffen-SS (milícia do Partido Nazista), Otto Skorzeny ingressou na seção austríaca do Partido Nazista em 1932, onde fazia parte da oposição à direita do fascismo austríaco, liderado por Engelbert Dollfuss. Posteriormente, Skorzeny se une às forças armadas germânicas logo após a anexação da Áustria pelos alemães, em 1938. Aliar-se a força invasora de seu próprio país demonstra a magnitude de seu alinhamento espiritual ao nazismo.

Segundo os jornalistas sionistas, Skorzeny teve uma atuação destacada na operação desencadeada por Israel para impedir o Egito de desenvolver uma indústria de foguetes. Segudo Raviv e Melman, “Krug, por acaso, estava perto do topo da lista de alvos do Mossad.” Sobre Heinz Krug, cientista alemão ligado ao programa de foguetes da Alemanha nazista, os jornalistas destacam:

“De acordo com a pesquisa do Mossad, uma década após o fim da guerra, von Braun convidou Krug e outros ex-colegas para se juntarem a ele nos Estados Unidos. Von Braun, com seu histórico de guerra praticamente apagado, estava liderando um programa de desenvolvimento de mísseis para os Estados Unidos. Ele até se tornou um dos pais do programa de exploração espacial da NASA. Krug optou por outra opção, aparentemente mais lucrativa: juntar-se a outros cientistas do grupo de Peenemünde – liderado pelo professor alemão Wolfgang Pilz, que ele admirava muito – no Egito. Eles montariam um programa secreto de mísseis estratégicos para aquele país árabe.”

“A chave para entender a história”, continuam, “é que o Mossad fez do impedimento dos cientistas alemães que trabalhavam no programa de foguetes do Egito uma de suas principais prioridades.” A reportagem segue informando que “meses antes de sua morte, Krug, juntamente com outros alemães que trabalhavam no setor de construção de foguetes do Egito, receberam mensagens ameaçadoras”, tais como “ligações telefônicas no meio da noite” quando estavam na Alemanha e cartas-bomba quando se encontravam no Egito. Em uma dessas remessas mortais, cinco operários egípcios foram mortos.

Diante dos casos cada vez mais graves de ameaças aos cientistas, “Krug entrou em contato com Skorzeny na esperança de que o grande herói, que na época morava na Espanha, pudesse criar uma estratégia para manter os cientistas em segurança”, informam os jornalistas. Um erro que se revelaria fatal.

Finalmente, Krug encontra Skorzeny em Munique, onde é morto a tiros pelo próprio ex-SS. A reportagem destaca que após o cientista ter sido morto, “os israelenses despejaram ácido em seu corpo, esperaram um pouco e depois enterraram o que restava em um buraco que haviam cavado anteriormente. Eles cobriram a cova improvisada com cal, para que os cães de busca – e os animais selvagens – jamais sentissem o cheiro de restos humanos.”

A mistura de eficiência com a total falta de escrúpulo fez de “Skorzeny um importante ativo do Mossad no início da da década de 60”, diz o jornalista e escritor israelense Ronen Bergman, autor de Rise Up and Kill First – The Secret History of Israel’s Targeted Assassinations (em tradução livre, “Levante-se e Mate Primeiro – A História Secreta dos Assassinatos Planejados por Israel”), em entrevista à BBC (“Os espiões de Israel que caçavam e assassinavam nazistas ao redor do mundo”, BBC, 4/12/2022). “Resolveu o problema dos cientistas alemães trabalhando para Nasser”, conclui o escritor.

Bergman reforça a importância dada pelo Mossad a um dos piores agentes do nazismo. Referindo-se ao plano do serviço secreto sionista para acabar com o programa de foguetes egípcio, o jornalista destaca: “Eles [o Mossad] só tinham um caminho: contratar alguém que fosse muito próximo dos cientistas. E esse alguém era o chefe de operações especiais de Hitler, o general da SS Otto Skorzeny”, diz o escritor. Desta forma os sionistas mandaram às favas sua caça aos nazistas e trouxeram para suas fileiras um nazista histórico e convicto.

“Um dos melhores, mas mais desprezíveis”

Antes de ser recrutado pelo Mossad, Skorzeny já despertara a atenção da cúpula nazista e em especial de Hitler por operações como o resgate do italiano Benito Mussolini. Em julho de 1943, o monarca italiano Vítor Emanuel III depôs o ditador fascista, aprisionado-o no resort Hotel Campo Imperatore, localizado a 2.130 metros de altitude, no Monte Portella, região de Gran Sasso. Liderando uma equipe de “comandos” (tropas especiais), Skorzeny e membros da SS atingiram o resort e conseguiram levar Mussolini à Áustria, então sob domínio nazista.

“Essa foi a escapada que rendeu a Skorzeny sua promoção a tenente-coronel e o controle operacional das Forças Especiais da SS de Hitler. Hitler também o recompensou com várias horas de conversa cara a cara, juntamente com a cobiçada Cruz de Cavaleiro. Mas esse não foi seu único golpe”, escreveram Dan Raviv e Yossi Melman na supracitada matéria da Forward. Os jornalistas prosseguem a reportagem tratando dos feitos que destacam quão nazista era o agente da Mossad:

“Ele participou de batalhas na Rússia e na Polônia”, destacam Raviv e Melman, “e certamente os israelenses acreditavam que era muito provável que ele estivesse envolvido no extermínio de judeus. A Waffen-SS, afinal, não era o exército regular; era o braço militar do Partido Nazista e seu plano genocida.”

Essa informação merece um detaque porque a SS tinha uma função estritamente política, sendo a polícia responsável pelo terror do Partido Nazista. Ainda que muitos de seus quadros tenham integrado o exército regular da Alemanha, as forças as quais Skorzeny estava integrado eram as mais ideologicamente alinhadas ao projeto político do nazismo e também, as mais atuantes em garantir a política terrorista do partido contra seus inimigos, entre eles, a comunidade judaica.

Os jornalistas israelenses Raviv e Yossi Melman vão tentar atenuar esse importante fenômeno na matéria supracitada da Forward:

“Para chegar a lugares inesperados nessas missões improváveis, o Mossad às vezes se vê trabalhando com parceiros desagradáveis”. Não se trata de parceiros desagradáveis, mas de um alinhamento político.

Se em sua juventude, Skorzeny já era ideologicamente alinhado a um projeto político supremacista, após a Segunda Grande Guerra, o que mudou foram os alvos da opressão mais brutal que o nazismo é capaz de empreender.

“Dois anos após a execução de Adolph Eichmann, o Mossad procurou Skorzeny e ofereceu a ele algo que ninguém mais poderia lhe proporcionar”, prossegue Bergman em sua entrevista à BBC, concluindo: “Uma vida sem medo.”

Ora, os EUA ofereceram isso a diversos ex-agentes nazistas também, porém foi justamente os planos sionistas que seduziram o ex-SS. As atividades sinistras do Mossad contra o oprimido povo árabe, já na época barbarizado com a máxima monstruosidade, através dos mesmos métodos com os quais os nazistas aterrorizavam os “não-arianos”, levaram o notório “favorito de Hitler” a prestar seus serviços aos sionistas, que tampouco demonstraram qualquer escrúpulo em ter um notório nazista ligado à milícia política de Hitler em suas fileiras.

“O manual do Mossad”, dizem Raviv e Melman, “para proteger Israel e o povo judeu não tem regras ou limites preestabelecidos”. É uma forma bonita de colocar a coisa, que pode ser entendida mais concretamente como “para proteger o sionismo, o Mossad é capaz de qualquer loucura”. Inclusive recorrer aos nazistas que juram combater, o que é uma mentira grotesca.

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