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Fascismo é a cara da burguesia

Não se luta contra o fascismo sem que se enfrente o imperialismo

Esquerda Online diz que lutar contra o fascismo é essencial, mas se esquece do principal: lutar contra quem promove o fascismo: o imperialismo

Azov

A Esquerda Online publicou em seu sítio neste sexta-feira (12) um artigo intitulado “A atualidade da luta contra a extrema-direita” no qual faz uma série de considerações sobre o fascismo no Brasil e no mundo, mas se esquece do principal: não se pode vencer o fascismo sem que se lute contra o imperialismo.

A primeira parte do texto é basicamente uma caracterização da questão do fascismo no Brasil, na América Latina e no mundo.

Derrotar Bolsonaro, de fato, representou uma importante vitória da classe trabalhadora e isso não significa mesmo que tenha sido uma derrota definitiva. No entanto, a força da extrema-direita não está apenas no Congresso, e postos importantes no Executivo e nos Estados e Municípios, como sugere a matéria. O bolsonarismo tem uma força expressiva nos aparatos de repressão do Estado. Está nas polícias e nas forças armadas. O oito de janeiro mostrou que o alto-comando militar conspira contra o governo. 

Há também setores econômicos importantes, como o agronegócio e o sistema financeiro que apoiam a extrema-direita. A prova disso foi o quanto se mobilizaram e gastaram para colocar pessoas nas ruas no 7 de setembro do ano passado.

Um outro fator importante para a extrema-direita é a grande imprensa, que continua perseguindo a esquerda, e que ajudou Bolsonaro a governar. Exceto, e ainda assim parcialmente, foi o caso da Globo, que tinha problemas particulares para resolver com o ex-presidente.

Chile

Sobre o Chile, a matéria diz que “a recente eleição de um Conselho Constitucional no Chile nos mostrou um resultado terrível para os que lutam por uma América Latina livre, democrática e soberana”. Este não é o caso do presidente chileno, Gabriel Boric, que sempre agiu guiado pelo imperialismo.

A vitória do Partido Republicano, que controlará a elaboração da nova constituição chilena se deveu por este concorrer com um governo fraco que não lutou contra a extrema-direita, basta ver que Boric não libertou os presos políticos que estiveram nas ruas contra o fascista Piñera.

Boric se candidatou à presidência a partir de uma manobra e toda a sua campanha foi baseada sobre o identitarismo, uma ideologia direitista que enfraquece a esquerda e costuma radicalizar a oposição da extrema-direita.

Argentina e Paraguai

Na Argentina não poderia ser diferente, embora a matéria atribua o crescimento da extrema-direita como uma reação à grave crise econômica, não podemos nos esquecer que Alberto Fernández concorreu após o recuo de Cristina Kirchner, que sofria uma perseguição judicial e se candidatou a vice. Fernández, embora tenha sido festejado por setores da esquerda ao se eleger, é um homem de confiança dos bancos, basta ver sua política econômica.

Quanto ao Paraguai, o país foi um dos primeiros que sofreram essa onda de golpes de Estado dados via Judiciário orquestrados pelo imperialismo que tem ali uma forte presença.

Extrema-direita no mundo

Há um dado interessante que se pode retirar do seguinte parágrafo: “Nos EUA, mesmo depois da derrota eleitoral em 2020, o trumpismo segue controlando o Partido Republicano e Trump – apesar de fustigado por vários processos judiciais e, agora, com uma condenação por abuso sexual – já apresentou sua pré-candidatura para as próximas eleições presidenciais”.

Donald Trump, apesar de derrotado, conquistou mais votos que em sua eleição e disparou nas intenções de voto após sofrer uma série de processos. A sua base eleitoral está enxergando tudo isso como uma perseguição. Aqui no Brasil não será diferente. A esquerda tenta tirar Bolsonaro do caminho usando do Judiciário, e sua base considera que o ex-presidente está sendo perseguido. Assim como nos Estados Unidos, o resultado aqui pode ser o oposto do que se deseja e o bolsonarismo poderá ganhar força.

Leste Europeu

Um dos problemas desses setores da esquerda é que não conseguem fazer uma caracterização precisa do que está ocorrendo na crise da Ucrânia. A Rússia, o país que vinha sendo cercado pelo imperialismo é criticado, dizem que sua “ocupação é ilegítima”. Provavelmente, pensam que os russos devessem ficar de braços cruzados esperando a OTAN instalar mísseis atômicos na Praça Vermelha.

O curioso é que citem apenas de passagem a questão do nazismo na Ucrânia, pois o título da matéria é justamente a luta contra a extrema-direita.

O Batalhão Azov, o exército ucraniano, e especialmente o Batalhão Aidar, passaram oito anos atacando e fazendo as piores atrocidades com a população da região do Donbass. Isso sequer é mencionado.

Temos de lembrar que os nazistas na Ucrânia foram treinados, armados e financiados pelo imperialismo, que hoje utiliza o país em uma guerra por procuração contra a Rússia.

A luta

Ao descrever a luta contra o fascismo, a matéria diz que esse é um fenômeno que deverá perdurar, pois persistem os sintomas da crise de 2008, com os quais os governos não conseguem lidar.

O que a matéria propõe é “uma política permanente de frente única da esquerda e dos movimentos para enfrentar os ataques aos direitos sociais e democráticos, destacando a importância de uma política unitária antifascista”. Que nada mais é que a política levada pelo identitarismo.

No Chile temos um exemplo vivo dessa política. O imperialismo manobrou e colocou no governo um indivíduo que, apesar de toda da demagogia com mulheres e os “povos originários”, não pensou duas vezes em reprimir violentamente os Mapuche.

No Brasil, os setores conservadores são unânimes em repudiar a política moralista dos identitários, que não se limitam apenas a lutar por direitos ‘trans’. Já inventaram o racismo estrutural, o racismo ambiental e agora se movem para impedir que o Brasil explore petróleo na margem equatorial do Amazonas. Uma política abertamente imperialista, que não quer o país se desenvolva.

Quem está por trás do extrema-direita é o imperialismo e é ele que deve ser combatido. Lutar contra notícias falsas, exigir censura nas redes sociais, são imposições demagógicas daqueles que historicamente mais se valeram desses artifícios.

No mundo inteiro estão surgindo leis que censuram a internet, pois assim a direita vai poder monopolizar os meios de comunicação. No Brasil, boa parte da esquerda se junta em uma histeria coletiva que não permite que se discorde de um simples projeto de lei, uma coisa que sequer foi aprovada. Para piorar, é a esquerda que dá sustentação ao STF, um dos pilares do fascismo no País, que foi essencial para a eleição de Bolsonaro. Essa instituição, que vem atropelando o Legislativo, o Executivo, destrói a já precária democracia brasileira, bloqueia os partidos de esquerda e asfixia a liberdade de expressão.

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