Que o Estado de Israel está promovendo uma limpeza étnica no território palestino, é praticamente um consenso no interior da esquerda brasileira. Em seus blogues, nas suas redes sociais e nos seus esparsos discursos em atos públicos, chovem declarações como “Palestina livre”, sinalizando alguma solidariedade com o povo martirizado da Faixa de Gaza. No entanto, quando o assunto são os grupos guerrilheiros que estão lutando de armas na mão contra o Estado Nazista de Israel, a situação muda por completo.
O único partido que defende abertamente o Hamas, a Jiade Islâmica e todos os demais grupos armados na Palestina é o Partido da Causa Operária (PCO). No mais, apenas alguns indivíduos defendem abertamente a ação desses grupos.
Defender o povo palestino e não defender o Hamas é uma posição absurda. O que existe hoje no território palestino é uma ocupação criminosa de um dos exércitos mais poderosos do planeta, armado até os dentes e assessorado diretamente pelos Estados Unidos. A única forma de combater a monstruosidade que é o Estado de Israel é com armas na mão: os sionistas não irão parar por causa de discursos na Organização das Nações Unidas (ONU) ou truques diplomáticos. Tudo o que resta ao povo palestino para resistir à violência israelense é a violência na mesma medida.
A reação às barbaridades israelenses poderia vir de outros Estados. O presidente turco Recep Erdogan, ligado à Irmandade Muçulmana, poderia enviar tropas de seu exército – que inclusive é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – para combater o Estado de Israel e impedir a invasão da Faixa de Gaza. Assim poderia fazer o presidente russo Vladimir Putin, hoje bastante influente no continente africano. No entanto, não há um único governo que esteja enfrentando militarmente Israel.
E quem sobrou, então, para resistir às investidas israelenses? Ora, tão somente os grupos armados palestinos. Os únicos que estão empunhando armas para resistir à ocupação criminosa do território palestina são justamente os grupos guerrilheiros. Sem eles, o massacre seria mil vezes maior.
É por isso que não defender o Hamas é uma posição de um revolucionário de sofá. Isto é, de alguém que se diz a favor do povo palestino, que se diz até a favor de uma “Palestina socialista”, mas que não defende os grupos que estão efetivamente lutando pela libertação de seu povo.