“Não chorem por nós, pois nós estamos vivos e vocês estão mortos”, disse um porta-voz do Hamas. Sobre isso, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, afirmou:
“É uma declaração muito contundente, primeiro porque é verdade. O problema que está colocado de um ponto de vista geral não é chorar a situação da Palestina, pois isso é pura hipocrisia.
Nós vemos aqui no Brasil que o pessoal chega a falar ‘nossa, que horror’ e tudo mais, mas falam que o Hamas fez isso, fez aquilo, é assim, é assado. Quer dizer, não há um apoio à luta, que é o que é importante. O que está colocado na Palestina não é você carpir a desgraça do povo palestino, pois faz mais de 100 anos, mas saber se a luta será apoiada ou não.
Os países árabes ficam nessa choradeira, dizendo ‘ai que horror, não pode’, mas não fazem nada. Nesse sentido, a declaração do Hamas serve para os países árabes em primeiro lugar, mas depois para o mundo todo. Chorar a dor do oprimido não é solidariedade, não é combater os opressores e nem nada. É apenas uma declaração diplomática e formal. Sobre isso, a fala do Hamas faz bastante sentido. Quem luta está vivo e quem não luta está morto. Eu sou partidário de uma maneira completa e integral desta declaração.”
A declaração foi feita durante transmissão da Análise Internacional no canal do Diário Causa Operária (DCO) no YouTube nessa segunda-feira (13). Membro fixo do programa, Cmte. Robinson Farinazzo, em relação a essa afirmação do combatente do Hamas, afirmou:
“Eu vejo essa situação toda com uma tristeza muito grande. Isso me deprime, isso mexe com a minha saúde, com o sono, com o relacionamento… Vou ser sincero para vocês: como civilização, nós chegamos no fundo do poço.
Se isso aí não for genocídio, eu não sei o que é. Vamos ter que ir lá no dicionário e alterar o verbete. Eu, como soldado, não sei se eu cumpriria certas ordens. Há um movimento nas forças aéreas de Israel de militares que acham essas ordens desumanas, cruéis ou o que quer que sejam.
Nesse ponto, ele está certo. Nós que estamos mortos. Nossos valores, nossa noção de certo e errado. Eu quero crer que quando a gente chega no fundo do poço, a gente precise subir, que a barreira do fundo não vá ruir. Nós estamos voltando a 1942.”