A Petrobrás estabeleceu uma estimativa de 30 bilhões de barris de petróleo a ser explorado na margem Equatorial – Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar -, com um volume recuperável (quantidade de óleo ou gás que se espera produzir de uma acumulação de petróleo, com as tecnologias atuais) de 7,5 bilhões de barris de petróleo, quantidade de petróleo capaz de desenvolver o País de forma bastante acelerada.
A imprensa capitalista e amplos setores da direita, e até da esquerda, buscam impor um falso debate sobre se é devido ou não realizar a exploração de petróleo na Margem Equatorial por causa da sabotagem de Marina Silva, que está em consonância com os interesses das petroleiras da Europa e EUA e afirmam que a exploração de petróleo ocasionaria um desastre na Amazônia.
Com 30 bilhões de barris de petróleo, que nos valores de hoje superam 370 reais, chegaríamos a trilhões de reais para investimentos em educação, saúde, moradia, desenvolvimento industrial, já que a própria Petrobras dispõe de conhecimento e tecnologias capazes de organizar cadeias produtivas da pesquisa à produção de plataformas, garantindo soberania em termos de produção de derivados de petróleo, além dos devidos cuidados ambientais.
Esses derivados vão dos combustíveis aos polímeros que permitem a produção de praticamente todos os produtos que dispomos desde hospitais até escolas, passando pela indústria de alta tecnologia como celulares.
Mesmo com o desmonte promovido por Temer e Bolsonaro, a Petrobras respondeu por mais de 80% das entregas de diesel e gasolina no País. Isso sem contar o refino e distribuição de gás, onde atinge quase a totalidade da produção e entrega com outros nomes de empresas.
A Petrobras, portanto, deve servir como indutora do desenvolvimento nacional.
Para isso é fundamental a nacionalização do petróleo e reestatização da Petobrás que hoje tem cerca de 70% de suas ações nas mãos de grupos privados, inclusive estrangeiros, fazendo com que a riqueza do nosso petróleo seja levada embora.
Lula não será capaz de promover essas medidas sozinho, pois enfrenta a resistência dos grandes capitalistas e de sua imprensa. Será necessário amplo movimento, aos moldes do “petróleo é nosso”, com a Petrobrás 100% estatal e comprometida com o desenvolvimento nacional, levado adiante pelos Sindicatos, pela CUT, pelas organizações da luta do povo trabalhador e da juventude, por toda a esquerda, por todos os que de fato defendam os interesses nacionais, contra os abutres imperialistas e seus laicos no País.
Esse tema, com certeza, será um dos grandes debates da III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, que acontece dos dias 9 a 11 de junho, na Quadra dos Bancários, em São Paulo.