No dia 7, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), usou sua conta no X (antigo Twitter) para afirmar que “eventuais excessos” por parte das ações da Polícia Militar no estado e que resultaram em 30 mortes, serão apuradas. As declarações surgiram apenas após o enorme escândalo nacional, que em conjunto com as chacinas realizadas no Guarujá, em São Paulo, representam uma enorme onda de repressão e massacres realizadas pelo aparato de repressão.
A chacina realizada na Bahia, acumulando 30 mortos oficiais durante o último mês de agosto, chegaram ao ponto de disputar estatisticamente com o massacre realizado em São Paulo no mesmo período. O caso dessa vez ocorre sob um governo eleito pela esquerda, o que revela que a política de massacres contra a população independente do governo eleito, mas sim, está ligada diretamente à natureza da própria polícia.
Para se ter uma dimensão do problema. “A Polícia Civil da Bahia afirmou que a chacina com nove mortes em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, foi motivada por ciúmes e tinha inicialmente apenas uma pessoa como alvo” afirmou o portal da burguesia, G1. A operação que tinha “apenas uma pessoa como alvo” resultou na chacina de 9 trabalhadores nas mãos da polícia. Um verdadeiro crime bárbaro.
Até o dia 17 de agosto, dados informaram que já haviam sido assassinados 32 pessoas nas operações, colocando Bahia no líder do ranking de mortos pela polícia no País, representando 22% das mortes.
Os dados divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado mostram que entre julho de 2022 e junho de 2023, nos 13 municípios que compõem a Grande Salvador, foram registrados 1.545 tiroteios, que culminaram em 1.422 vítimas, destas, 1.097 morreram. Destas, em média, 39 pessoas são baleadas por mês em ações policiais.
Ainda no dia 5, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, afirmou que as mortes “não são compatíveis com um país que se pretende democrático e em consonância com os Direitos Humanos”.
Em resposta, Jerônimo declarou:
A declaração dada pelo governador da Bahia é totalmente fora da realidade. Suas posições cada vez mais direitistas durante a operação, em defesa da PM, se tornam um próprio ataque ao governo do PT. Jerônimo afirma que pode ter havido “eventuais” excessos e pede “mais eficiência na ação”.
No entanto, que eficiência seria essa? Os acontecimentos serviram para demonstrar em mais uma oportunidade que a Polícia Militar é uma organização criminosa voltada para reprimir e assassinar o povo pobre e trabalhador brasileiro. As operações realizadas nas comunidades ocorrem com o pretexto de combater o crime, de responder a mortes de policiais, como uma política de vingança, e o resultado é a pura barbárie contra uma população indefesa. A PM age como uma organização fascista, se coloca acima de qualquer lei ou direito democrático e invade casas de trabalhadores, assassina moradores e promove de forma “legalizada” brutais massacres contra a população.
O caso da Bahia é um dos mais alarmantes. Mesmo após as 30 mortes oficiais registradas, as operações continuam a todo vapor nas comunidades. Sem qualquer previsão de trégua, a PM recebe carta-branca para assassinar a população pobre, em uma política criminosa que poderá até mesmo respingar, devido à política do governo local, no governo nacional do Partido dos Trabalhadores.