A sanha do governo imperialista norte-americana em defesa do genocídio do povo palestino na Faixa de Gaza atinge todos aqueles que tenham uma posição contrária ao morticínio – mesmo aquelas que não atentem contra o Estado de Israel, possuindo apenas um verniz democrático.
Desta vez, o alvo foi ninguém menos que o homem mais rico do mundo, Elon Musk, que não é nem de longe um defensor ferrenho da causa palestina. A Casa Branca condenou o endosso que ele fez em seu perfil da rede social X (ex-Twitter) de uma postagem onde, segundo o governo norte-americano, havia uma teoria da conspiração antissemita. Segundo a empresa de notícias Reuters, “a Casa Branco condenou na sexta-feira o endosso de Elon Mask ao que chamou de uma ‘horrível’ teoria da conspiração antissemita sobre X”, noticiando que grandes empresas dos EUA, incluindo Walt Disney Co , Warner Bros Discovery e a Comcast, controladora da NBCUniversal, pausaram seus anúncios em seu sítio de mídia social.
Musk concordou, na quarta-feira, com uma postagem no X que afirmava que o povo judeu estava alimentando o ódio contra os brancos, dizendo que o usuário que fez referência à teoria da conspiração da “Grande Substituição” estava falando a ‘verdade’. Essa teoria sustenta, erroneamente, que o povo judeu e os esquerdistas estão a planejar a substituição étnica e cultural das populações brancas por imigrantes não-brancos, o que levará a um “genocídio branco”. No entanto, não se trata do teor da postagem de Elon Musk, pois a Casa Branca o acusou de uma promoção “abominável do ódio antissemita e racista” que vai contra os valores fundamentais dos norte-americanos. O que é uma piada de mal gosto, diga-se de passagem, porque “ódio” e “racismo” fazem parte da política oficial de estado dos EUA, no mínimo.
‘É inaceitável repetir a mentira hedionda… um mês depois do dia mais mortal para o povo judeu desde o Holocausto”, disse o porta-voz da Casa Branca, Andrew Bates, referindo-se ao ataque de 7 de outubro do grupo islâmico palestino Hamas a Israel'”. (Site Reuters, 18/11/2023)
Uma das característica dos imperialistas fascistas é justamente a hipocrisia. Os mesmos que acusam outras pessoas de antissemitismo são aqueles que apoiam o genocídio na Palestina. Há mais de 75 anos, o povo árabe na Palestina é martirizado e, neste exato instante, estão acontecendo verdadeiros massacres dos palestinos na Faixa de Gaza. A máquina de guerra nazista de Israel já matou mais de 14 mil civis naquela região, sendo quase 5 mil crianças.
Acusaram Musk de antissemita e racista, o classificando como mentiroso hediondo e afirmando que suas falas foram feitas “um mês depois do dia mais mortal para o povo judeu desde o Holocausto”, ou seja, da operação militar da resistência palestina que foi alvo de mentiras, aí sim hediondas, como as já desmentidas decapitações de bebês, estupros de mulheres e por aí vai. O imperialismo, de forma praticamente direta, acusa os palestinos de serem monstros terroristas, sendo que são justamente eles que apoiaram, armaram, sustentaram e financiaram os maiores carniceiros de todos os continentes, como Francisco Franco (Espanha), Pinochet (Chile), Videla (Argentina), Stroessner (Paraguai), Médici (Brasil), Suharto (Indonésia) e por aí vai. São eles que consolidaram os regimes ditatoriais em todo o mundo, que derrubaram o sangue de milhões e milhões de civis.
Por outro lado, essa da máquina de propaganda do imperialismo revela que há uma gigantesca crise em relação à opinião pública, dentro mesmo até dos Estados Unidos e de Israel. A imprensa norte-americana está completamente a favor do sionismo e o aparato de propaganda do governo americano, juntamente com o israelense, é muito grande. Eles precisam dessas mentiras consolidadas como uma cortina de fumaça para tentar conter a revolta internacional, mas a realidade material dos fatos indica que esse tiro sairá pela culatra – já tendo, até mesmo, a direita percebida tal movimento.