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Abaixo o latifúndio!

MST deve realizar novas ocupações pela reforma agrária

Sem terra indicam tendência à mobilização. É preciso radicalizar, pela expropriação do latifúndio!

As ocupações de três latifúndios no sul da Bahia, no início desta semana, foram recebidas com intensa condenação pela imprensa capitalista e pela direita nacional. Para variar, os bravos companheiros do MST foram tachados de “baderneiros”, “arruaceiros” e “terroristas”. Estávamos com saudade desses adjetivos, ultimamente utilizados contra os bolsonaristas. Que fique claro: essas pechas são nossas, da esquerda! Isso indica que o MST voltou a incomodar a burguesia industrial, financeira e agrária. Saudamos a decisão dos companheiros sem terra.
Um exemplo do ataque promovido pela direita foi o editorial do jornal reacionário O Estado de S.Paulo publicado ontem (03). “A invasão é, antes de tudo, um caso de polícia – a ver se o governo petista da Bahia agirá prontamente para restabelecer os direitos de propriedade violentados. Mas é também um caso de política”, diz o “Estadão”. “O Brasil tem pressa de saber se seu presidente, o autodeclarado líder da ‘frente ampla democrática’, condenará, sem adversativas, as manobras do MST como aquilo que são – crimes contra o setor mais dinâmico e produtivo da economia nacional – ou se passará a mão na cabeça dos arruaceiros, seja omitindo-se, seja apelando para justificativas que ofendem a inteligência alheia.”
O latifúndio, chamado eufemisticamente de agronegócio, seria um setor dinâmico e produtivo. Mas sua produtividade é contraditória. O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, incluindo carne de porco, de frango e de boi. Mas esses produtos não vão para a mesa dos trabalhadores. Segundo estudo da Rede Penssan, 33 milhões de brasileiros passam fome. Mais de 100 milhões estão em situação de “insegurança alimentar”, eufemismo para fome. O Mato Grosso do Sul (o estado do latifúndio) é o terceiro maior produtor de carne bovina do País, enquanto 65% da sua população vive insegurança alimentar. No Mato Grosso, estado líder na produção de carne no País, 63% da população está na situação de insegurança alimentar.
Por sua vez, o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina e grande parte dos 76,8% dos estabelecimentos rurais do Brasil que adotam a agricultura familiar é do movimento. O MST faz isso sem mesmo ter as condições devidas para produção de alimentos e outros produtos do campo. E consegue alimentar milhões de brasileiros por meio de parcerias com o poder público. O “agronegócio”, mesmo tendo todos os tipos de concessões e benefícios dos governos, é muito menos produtivo que o MST, em termos de comparação relativa.
O fato é que o latifúndio é, por definição, improdutivo. O latifundiário vive da renda da terra. Ele não produz. O agronegócio, que seria o setor economicamente e objetivamente progressista do latifúndio, também não consegue obter uma produtividade à altura. Se o MST tomasse o controle de todos os latifúndios, apenas por coletivizar a produção e o usufruto da terra, já multiplicaria a produtividade e ultrapassaria de longe os números do agronegócio. Por isso o MST e todas as organizações de sem terra têm pleno direito de ocupar não somente as propriedades improdutivas, como também as supostamente produtivas.
A ocupação das três fazendas da Suzano Celulose e Papel, nesta semana, foi apenas uma ação política das mulheres do MST a fim de protestarem contra o não cumprimento de um acordo que a empresa havia feito com o movimento. Não foi uma ocupação para expropriar a propriedade da Suzano, embora isso seja necessário. As três ocupações também fazem parte da Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra. Três outras ocupações já haviam sido feitas nas últimas semanas e o MST marcou para abril uma nova mobilização, desta vez nacional, de luta pela terra.
Segundo a imprensa, o movimento dos sem terra (um dos maiores do Brasil e da América Latina) pretende que o governo Lula apresente um plano emergencial para atender os trabalhadores rurais. É preciso pressionar para que as reivindicações tradicionais dos camponeses sejam atendidas, prioritariamente a reforma agrária com expropriação do latifúndio. As movimentações que estão sendo feitas pelo MST demonstram que os sem terra se sentem agora, após quatro anos de muita timidez sob os constantes ataques do governo Bolsonaro, à vontade para lutar sob um governo que consideram seu. De fato, Lula foi eleito apenas e tão somente graças à mobilização popular puxada pelas bases do PT, da CUT e do próprio MST.
Em reportagem que conta com declarações de um dos coordenadores nacionais do movimento, João Paulo Rodrigues, a Folha de S.Paulo informa que, caso o governo vacile em atender aos anseios mais imediatos dos sem terra, o MST “deverá iniciar processo mais amplo de ocupações”. O MST está certo. É hora de radicalizar e ocupar as terras de Norte a Sul do Brasil pela reforma agrária e o confisco do latifúndio.

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