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Imprensa manipuladora

Morte de torcedora é usada para pedir mais repressão no futebol

Se aproveitando da morte de uma torcedora do Palmeiras, burguesia retoma sua campanha pela destruição das torcidas organizadas no futebol brasileiro.

No último jogo entre Palmeiras e Flamengo pelo Brasileirão, uma palmeirense foi atingida por estilhaços de uma garrafa e acabou falecendo em decorrência dos ferimentos. Diante da tragédia, a imprensa golpista rapidamente passou a pedir por mais repressão contra os torcedores nos estádios, em especial os que integram torcidas organizadas. Colunistas foram acionados para despejar textos emocionados, sempre concluindo que falta repressão. Datena e outros similares dedicaram bastante tempo ruminando a notícia, também seguindo a mesma linha de raciocínio. Na lógica da direita, mais punição significa menos violência. Mesmo que a realidade objetiva contradiga isso cotidianamente.

Julio Gomes, do Uol, chegou a sugerir que os campeonatos deveriam ser paralisados no Brasil. Sem explicar qual seria a pauta objetiva dessa paralisação, a não ser “acabar com os bandos” (torcidas organizadas):

“O Campeonato Brasileiro precisa ser paralisado. Se não for pela CBF, que seja pelas pessoas. Por que seguimos pagando, consumindo, assistindo, nos importando? A sociedade civil precisa fazer alguma coisa.”

No intuito de vincular as torcidas organizadas ao ocorrido, o colunista do Uol misturou o fato ocorrido mais de duas horas antes do jogo com o conflito ocorrido durante o jogo, que chamou a atenção pois devido ao uso abusivo de gás de pimenta pela polícia a partida chegou a ser interrompida. A maior torcida palmeirense, a Mancha Alviverde, publicou uma nota destacando que os dois episódios estavam separados por 2 horas e 40 minutos e 500 metros de distância. Sorte do monopólio das comunicações que “fake news” só acontece nas redes sociais e seus jornalistas podem mentir ou se enganar à vontade. Esse “erro” foi repetido por outros jornalistas, explicitamente ou apenas juntando a informação do falecimento da torcedora com o confronto ocorrido horas depois, esse sim com presença mais importante das organizadas.

A confusão no meio da qual a garrafa foi arremessada na torcedora aconteceu por volta das 18h40, numa entrada destinada a torcedores comuns. O esquema de segurança organizado pela Polícia Militar permitiu que torcedores do Flamengo acessassem o local e, depois de provocações, começou o entrevero que culminou com o evento fatal. Segundo a mesma nota da torcida, uma “inexplicável falha na separação entre as torcidas”. Agora, essa mesma imprensa por acaso direcionou suas críticas emocionadas à negligência da PM, que repetidas vezes cria as próprias situações de risco para em seguida, aparecerem reprimindo? Quem defende o fim da PM é a esquerda revolucionária, a burguesia quer é o fim das torcidas organizadas e de qualquer organização popular.

Importante notar que o torcedor que arremessou a garrafa não integra nenhuma torcida organizada do Flamengo, sendo apenas um ex-integrante da Fla Manguaça. De qualquer forma, nesse dia ele não estava com nenhum grupo de organizada. Afugentado por torcedores do Palmeiras, ele e outro flamenguista reagiram jogando garrafas de vidro quebradas. A torcedora do Palmeiras, por sua vez, seria integrante da Mancha Alviverde, porém não estava com a organizada palmeirense. Estava acessando o estádio como uma torcedora comum.. Ou seja, apesar do reavivamento da campanha de perseguição às torcidas organizadas, o triste episódio não ocorreu em nenhum confronto entre organizadas dos times rivais. Além de um lamentável acidente, envolvendo uma pessoa que segundo a própria família batalhava contra problemas de saúde, se for pra apontar um grupo para ser responsabilizado pelo que aconteceu, temos apenas a Polícia Militar.

Agora entre em cena também a Polícia Civil, que vai tentar implicar todo torcedor que puder no processo. Numa matéria do jornal O Globo, uma advogada entrevistada sugeriu que os investigadores podem implicar o crime de homicídio doloso, ou seja com intenção de matar, até algum torcedor que tenha entregado a garrafa à pessoa que a arremessou. O clima de terror imposto pela imprensa burguesa serve para que no calor das emoções, toda e qualquer arbitrariedade do Poder Judiciário seja naturalizada. Por mais que seja errado atirar uma garrafa na torcida adversária, é muito complicado atribuir a intenção de matar, especialmente se o torcedor estava sendo agredido por torcedores rivais. Depois de esmagar os indivíduos envolvidos nessa fatalidade, entra em pauta o esmagamento generalizado das torcidas organizadas.

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