O Carnaval é a maior festa popular do Brasil. Milhões de trabalhadores saem às ruas nesta expressão da cultura popular que encanta o mundo inteiro.
Por envolver milhões de pessoas, tem grande importância, inclusive, como manifestação popular. Muitas vezes com características de protesto, tratando de assuntos sérios, até mesmo nas fantasias, mas também com muita ironia, irreverência e humor.
Isso pôde ser visto claramente desde o golpe de Estado de 2016. Em 2019 partiu dos blocos de rua os primeiros grandes atos contra o governo Bolsonaro, com foliões cantando “Fora Bolsonaro” e “Ei Bolsonaro vai tomar…”, além de marchinhas, Escolas de Samba etc. Esse é um dos motivos pelos quais crescem iniciativas repressoras contra a festa.
Este ano, a política também deve ser vista no Carnaval, expressando, dessa vez, a defesa do governo Lula ante a ameaça golpista.
As organizações dos trabalhadores e toda a esquerda devem se juntar à festa popular e desde já se opor à política dos setores direitistas de repressão cada vez maior ao carnaval e cortes de gastos públicos com essa que é a maior de todas as festas do povo brasileiro.
Em um momento de intensa crise, de arrocho salarial, fome e desemprego, agravados com os anos de regime golpista dos governos Temer e Bolsonaro, é preciso usar este momento para defender a liberdade de manifestação e a cultura popular, alem de impulsionar, em meio à festa popular, a revolta e a mobilização dos trabalhadores e da juventude, como aconteceu nos últimos anos de forma expontânea, por exemplo, com os carnavais do “fora Temer” e do “fora Bolsonaro”. No ano passado, também foram expressivas as manifestações em favor de “Lula presidente”.
Há menos de duas semanas do carnaval, os comitês de luta e entidades populares devem organizar uma intervenção neste importante popular e defender, também aí, as reivindicações do povo trabalhador, tais como a luta por aumento real do salário mínimo, cancelamento das privatizações, nacionalização do petróleo, defesa da soberania nacional sobre a Amazônia (fora o imperialismo) etc.
Se isto tem importância, de um modo geral, é ainda mais necessário quando há ataques da direita golpista – inimiga das festas populares – e quando há uma grande tendência popular a protestar nas ruas contra o retrocesso promovido pela direita nos últimos anos.
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