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Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática. Fundador do PCO, integra a sua Executiva Nacional. Atuou na fundação do Coletivo de Negros João Cândido. Liderou a criação e coordenação dos Comitês de Luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. Secretário Sindical Nacional do PCO, coordena a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, da CUT.

Tarcísio-Feder atacam

Mobilizar contra o assédio e o “inferno digital” nas escolas

É preciso levantar o professorado e toda a Comunidade escolar contra os criminosos ataques do governo contra o povo trabalhador, a juventude e a Educação

O que era muito ruim ficou ainda pior.

Mantendo tudo da política anti-educacional dos governos tucanos (como falta de estrutura, falta de funcionários, desconsideração total pela opinião do educadores, avaliações externas não condizentes com a realidade escolar, etc.) e todos os ataques contra os educadores (baixos salários, perdas de direitos, concursos públicos fraudulentos etc.) o governo bolsonarista de SP está fazendo nossa categoria “comer o pão que diabo amassou” e adotando uma política de terra arrasada contra o ensino público, sob o disfarce de que está promovendo uma pretensa modernização.

Além de nós, professores, os alunos são as outras grandes vítimas dessa ofensiva.

Mais tucanos do que nunca

O governo mantém a mesma política dos governos do PSDB de adotar “mudanças” sem levar em consideração a opinião dos sindicatos e, principalmente, dos professores que carregamos – há vários anos – a Educação “nas costas” e ainda somos apontados como os grandes “culpados” por tudo que tem dado errado  errado.

Seguindo a mesma política dos governos do PSDB (Covas, Serra, Alckmin e Dória), no Estado mais rico do País, o governo Tarcísio Freitas, do Republicanos), sequer cumpre a Lei do Piso e não reajustou nossos salários de acordo com os 14,95% que deveriam incidir sobre o piso nacional em 1/1/23. Pelo contrário, aplicou o golpe de pagar parte do que nos era devido na forma de abono, sobre o que não incide as gratificações que são boa parte dos nossos vencimentos e ainda deixou de fora os aposentados.

Manteve a divisão da categoria e, mostrando que é a continuidade dos governos anteriores, manteve a divisão da categoria em vários níveis e diferentes vencimentos e benefícios, sem respeitar o princípio de que deve haver salário igual para trabalho igual.

Deu continuidade também ao concurso farsa estabelecido pelo governo anterior, no qual mesmo havendo mais de 100 mil vagas, apenas 15 mil estarão sendo oferecidas, em condições draconianas e exigências absurdas, como a de que os professores tenham que gravar vídeos.

Desumanização do ensino e tortura

Se o salário, de fato, vem diminuindo, o que não para de crescer é a pressão, o assédio contra os professores.

A pretexto de impor uma “modernização” o governo, com a ajuda servil do imenso aparato da cúpula da burocracia educacional (que diz amém a qualquer mudança que qualquer governo apresente), está fazendo das escolas um verdadeiro “centro de torturas dos professores”,  com descabidas exigências de procedimentos que nada tem a ver com a melhoria da educação, muito pelo contrário. Visa impor um controle de tipo policial sobre o professorado,  acabar, de fato, com a liberdade de cátedra e impor uma ditadura nas escolas e a ideologia reacionária que eles defendem para a Educação e tudo mais.

Para isso aumentaram, como nunca, a pressão, sobre as equipes de gestão e, principalmente sobre os professores, e está até mesmo violando a própria legislação ao impor uma sistemática de ensino que tem como finalidade (aparente) direcionar todo o sistema educacional para as avaliações externas, preparadas de cima prá baixo, sem levar – minimamente – em consideração as diferentes realidades socioeconômicas dos alunos, o trabalho de ensino-aprendizagem por nós realizado nas escolas.

A própria LDB é clara quando estabelece em seu Art. 24 como uma das “regras comuns” da educação básica, nos níveis fundamental e médio, que:

a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”;

Além disso, já no seu Art.1º, a LDB estabelece também o caráter formativo que deve ter a avaliação ao assinalar que

“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”.

Normas que nada tem a ver com direcionar todo o processo educacional para “treinar” os alunos para fazerem provas, para apresentar supostos “resultados”,o que é totalmente oposto a um verdadeiro processo de formação e, forçar os professores e todos os demais envolvidos a fazerem da avaliação (como as APP’s) o centro de todo o processo. Um verdadeiro crime, cujos responsáveis deveriam ser execrados do processo educacional e punidos pelo crime de lesa pátria.

Sem livros

Os reais objetivos dessa polícia anti-educacional ficam ainda mais claros quando o governo anuncia que pretende retirar os milhões de alunos da rede do PNLD (Plano Nacional do Livro Didático), deixando de entregar livros impressos para os alunos, já a partir de 2024; (para impor gradativamente conteúdo sem o teor científico), por meio de supostos livros eletrônicos.

É bom lembrar que no atual governo paulista estão aqueles que queriam proibir nas escolas, como na época da ditadura, as publicações que tratassem de acontecimentos da realidade nacional, que provoquem debates ou o fortalecimento do espírito crítico nos jovens. São os defensores da “Escola sem partido”, mas que na verdade defendem partido único, (ou seja, somente do governador Tarcísio) similar ao fascismo. São os que querem impor na Escola a doutrina dos capitalistas de formarem “cidadãos” que aceitam e até exaltem uma sociedade que explora e massacra o povo trabalhador e ainda criam a ilusão de que esses podem,nas condições atuais, se tornarem “empreendedores”.

Uma doutrina de tipo fascista que quer que a juventude, inclusive, apoie a política criminosa de entregar todos os dias bilhões para os maiores bandidos do País que são os banqueiros, enquanto fuzilam jovens  e trabalhadores que moram nas favelas ou comunidades operárias, deixam milhões passando fome, no desemprego etc.

Contra esta política, é preciso levantar uma grande mobilização nas Escolas. O Congresso da APEOESP, nosso Sindicato e maior do País, que acontece de 1 a 3 de setembro, reunindo mais de 1.600 delegados, deve alavancar uma grande mobilização da categoria contra estes ataques e fazer um chamado ao conjunto dos professores e à toda comunidade escolar para por abaixo a política ditatorial de Tarcísio, governo genocida inimigo da Educação e da população.

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