Criado em julho de 1990, após grandes ocupações habitacionais urbanas no final da década de 1980, em um encontro Nacional dos Movimentos de Moradia naquele ano, o qual conseguiu envolver 14 estados, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) irá promover em breve seu 1º Congresso e elegerá novas direções nos Estados do Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins e Acre.
O momento político-social dos movimentos sociais, no país pós-Bolsonaro, é extremamente difícil. Nesses fatídicos quatro anos de governo, houve um severo congelamento e corte de recursos nas áreas de habitação, educação, saúde, assistência social, dentre outras. Além desses cortes absurdos em áreas essenciais, em proveito dos banqueiros e burguesia parasitas, o país viu o aumento do custo de vida, diminuição da renda, aumento da violência policial e muita repressão aos movimentos populares, que sofrem ainda mais violência com o excludente de ilicitude (que isenta de culpa a força policial que, dente outras situações, age no estrito cumprimento do dever legal).
Para reverter esse estrago causado pelo governo Bolsonaro, temos o governo Lula, cuja vitória eleitoral é fruto da mobilização popular que lhe garantiu a volta ao Planalto e causou um revés para os golpistas, que ainda não estão derrotados definitivamente. Estes abutres farão de tudo para minar e sabotar o petista.
O governo Lula só trará resultados para os movimentos sociais se o povo for para as ruas, se houver forte mobilização social. Foi com a ausência da mobilização popular que o governo Bolsonaro desmontou o Ministério das Cidades, extinguiu por decreto seu conselho nacional e diminuiu drasticamente o orçamento para a habitação e saneamento básico.
A burguesia, mesmo durante o governo Lula, continuará tentando desmoralizar os movimentos sociais, contra os quais imporá sua justiça persecutória e os acusará de terrorismo, pois este é o objetivo da burguesia: continuar criminalizando os movimentos sociais a despeito de combater o bolsonarismo.
O desafio do MNLM, assim como o será de qualquer outro movimento social, é lutar por mais espaço de participação democrática em conselhos; precisa lutar para fortalecer seus próprios órgãos de imprensa e agitação, além de lutar para ter voz nos restritos meios de comunicação dominados pela burguesia, como rádio, televisão, jornais, enfim, canais de comunicação que nos proporcionem condições de mobilizar a população para lutar por todos os direitos necessários ao progresso da classe operária.
Combater a política neoliberal e de juros extorsivos da economia, como Lula vem denunciando, é outra questão fundamental para que esse governo possa ter condições de reimplantar uma política de habitação mais engajada e necessária aos trabalhadores do campo e da cidade.