Durante uma audiência na Comissão de Direitos Humanos, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, apresentou algumas prioridades da paste. Dentre elas, está o que ela chama de “Brasil Sem Misoginia”, uma mobilização que serviria para, supostamente, “lutar pelo fim de todas as formas de violências e discriminação contra as mulheres.
Para fazer isso, todavia, uma das linhas de frente citadas por Cida é a desmonetização de canais no YouTube e de demais plataformas que difundem conteúdos ditos “misóginos”.
“Nós descobrimos que tem 80 canais no YouTube que pregam o ódio às mulheres todos os dias. Desses, 35 são monetizados, então, além de pregarem o ódio, ainda ganham com isso. Portanto, o desafio, aqui, é desmonetizar, também. Esses canais têm 8 milhões de seguidores no Brasil”, afirmou Cida Gonçalves.
A medida anunciada pela ministra vai ao encontro da política defendida pela esquerda pequeno-burguesa de censurar aqueles que estejam fazendo e/ou divulgando declarações supostamente “misóginas”, “racistas” etc. Em outras palavras, a defesa do cerceamento da liberdade da expressão.
O passado recente já deveria ser suficiente para mostrar à ministra que esse tipo de política vai, uma hora ou outra, se voltar contra a esquerda. Não é à toa que, no começo de 2022, o Partido da Causa Operária (PCO) teve suas redes sociais – incluindo o canal Causa Operária TV que nem mesmo é do Partido – derrubados por ordem do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao mesmo tempo, desde a operação heroica do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) no dia 7 de outubro, a burguesia está impulsionando uma onda generalizada de censura contra aqueles que ousem denunciar o verdadeiro genocídio que Israel está cometendo na Faixa de Gaza.
São exemplos que mostram que as medidas como as anunciadas pela ministra não só são absolutamente inócuas, como também serão mais nocivas para a esquerda do que qualquer outra coisa.
Para realmente emancipar a mulher, é preciso travar uma luta política consequente que vise, em primeiro lugar, sua emancipação no sentido econômico. A censura não levará a luta das mulheres para lugar nenhum.