Militantes, filiados e simpatizantes do Partido da Causa Operária fizeram uma excursão ao Museu do Ipiranga. Como parte das atividades programadas para a Universidade de Férias e Acampamento da AJR (Aliança da Juventude Revolucionária), a visita aconteceu nessa quarta-feira (18) e contou com mais de 60 pessoas.
O museu, localizado no bairro do Ipiranga, em São Paulo (SP), conta com uma exposição permanente sobre a independência do Brasil que, há poucos meses, fez aniversário de 200 anos. Entre os assuntos expostos, encontramos estátuas dos bandeirantes, como Raposo Tavares e Dias Paes Leme, além de ilustrações sobre este assunto.
“O sentimento que nos toma é o de orgulho de ser brasileiro. O museu em si já é uma obra de arte e a exposição com a história dos primeiros anos de Brasil, do desbravamento e da conquista de território, é emocionante. As esculturas dos bandeirantes logo na entrada, são gigantes e nos passam a sensação de que os dois eram imponentes e corajosos. Tanto o artista quanto os personagens esculpidos são grandiosos em seus feitos”, diz Beatriz Mendes, militante do Grupo por uma Arte Revolucionária e Independente (GARI).
O bandeirantismo é uma tema fundamental da luta política atual do PCO. Os bandeirantes são os responsáveis pelo tamanho continental do Brasil, sendo o maior país da América Latina. Apesar das fortes críticas aos bandeirantes, seu trabalho é de extrema importância pois a grandeza territorial do país e seus recursos são um escudo político contra invasões estrangeiras mais belicosas. Mesmo assim, os bandeirantes são um dos principais alvos dos identitários e da esquerda pequeno-burguesa, que seguem a cartilha imperialista de ataque à cultura nacional.
“O que eu mais gostei foi o salão da independência, onde tem o quadro da Maria Quitéria,uma mulher inspiradora. Outro espaço que me comoveu foi a escadaria dos globo com águas de diversos rios do Brasil. Mas eu achei bem chato o tom identitário em quase todas as descrições, por exemplo a do quadro do Anhanguera, que apresentava esse herói nacional como um monstro”, afirma Nina Tenório, coordenadora do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo.
O passeio complementa as discussões políticas que o partido tem travado no último período, a exemplo do curso “Brasil: 500 anos de história” e do próprio tema da atual Universidade de Férias — “Uma Crítica Marxista do Identitarismo”. Ir ao museu e ver a história contada em pinturas, esculturas e objetos facilita a assimilação dos conteúdos ministrados nesses cursos.
“Achei muito interessante aprender mais um pouco da história do nosso país. Os quadros vão mostrando os acontecimentos, é como ver um filme, pois são imagens enormes. Eu me senti voltando no tempo e vivendo. Fiquei pensando que teria sido muito interessante se eu tivesse visitado o museu quando eu ainda estava na escola, pois a gente aprende sobre história de maneira muito teórica. O museu deu vida às minhas memórias”, comenta Ana Carolina de Morais, simpatizante do PCO.
O museu, diante do descaso do PSDB, ficou fechado durante 9 anos. Ele passou por uma grande reforma e sua reinauguração foi feita na data do bicentenário da Independência, há poucos meses atrás, no dia 7 de setembro de 2022. Apesar de ser uma experiência imperdível, o museu tinha muito mais objetos da família real antes da reabertura. Visitantes que tiveram a oportunidade de estar no museu quando ainda eram crianças sentiram falta das roupas e objetos pessoais de Dona Leopoldina e Dom Pedro I, como a carruagem e a coroa.
“O que eu mais gostei foi o quadro do Pedro Américo e os outros quadros expostos no Salão Nobre. Foi uma experiência catártica! Todos os brasileiros deveriam, tal qual todo mulçumano vai à Meca, ver presencialmente o quadro do grito da Independência”, ressalta Vinícius Rodrigues, dirigente da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR).