Em editorial publicado no dia 29 de junho, o Estado de S. Paulo, porta-voz da mesma burguesia golpista que apoiou o golpe de 2016, a Operação Lava Jato e a prisão de Lula, se mostra preocupado com o suposto crescimento do narcotráfico na Amazônia. O jornal da Família Mesquita cita um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo o qual, na década passada, o número de usuários de drogas no mundo aumentou 23%, enquanto o de pessoas com transtornos por uso de substâncias, 45%.
Sem apresentar dados, o Estadão afirma que a Amazônia é “central para a trevosa saga do tráfico, que está transformando o Brasil de um tradicional consumidor da cocaína de vizinhos em um dos maiores exportadores do mundo”.
Por que a preocupação especial com a Amazônia? Os próprios argumentos do Estadão já dão conta de explicar. “Em primeiro lugar, ela é vasta e difícil de monitorar”. Ou seja, o território amazônico precisaria de mais “monitoramento” – em outra, palavras, mais polícia. “Organizações como o PCC e o Comando Vermelho estão se diversificando em atividades altamente lucrativas. As redes tecidas por elas aceleram o desmatamento, mas também ”crimes convergentes que variam de corrupção, crimes financeiros e tributários, homicídio, assaltos, violência sexual, exploração de trabalhadores e menores, até a violência àqueles que defendem o meio ambiente, incluindo indígenas’”. Isto é, não bastasse o tráfico, a presença de organizações como o PCC e o Comando Vermelho também seriam responsáveis pelo desmatamento.
Com um único tema, o Estadão alerta para dois supostos grandes problemas que estariam acometendo a região amazônica. Problemas que foram alertados pela… ONU.
O objetivo é claro: dizer que a situação na Amazônia está completamente fora de controle. Que, portanto, o Brasil seria incapaz de controlar o seu próprio território. Coisa que já foi insinuada ou dita diretamente por representantes diretos do imperialismo, como Emmanuel Macron e Joe Biden, que castigam a população de seus países, mas se dizem preocupados com o meio ambiente.
A Amazônia não precisa de Biden ou de Macron, cujo único interesse é o de saquear as riquezas de nosso País. Se há problema na Amazônia, ele deve ser resolvido pelos brasileiros.