Entre os 27 deputados bolsonaristas que, mostrando a sua face ditatorial, pediram a prisão de João Jorge Pimenta, dirigente do Partido da Causa Operária (PCO), pode-se destacar um homem da Serra Gaúcha que confirma como o Podemos foi uma incubadora de bolsonaristas.
Depois de alguns anos trabalhando no setor financeiro, inicialmente no Banco Santander e, depois, sócio em uma construtora e uma empresa que o ensinaria a operar o mercado financeiro, Mauricio Marconi começou a sua carreira politica como candidato a vereador de Caxias do Sul pelo Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB) em 2016 sem sucesso. Depois, se transferiu para o Partido Novo, aquele da cor laranja igual ao Banco Itaú, famoso pela propaganda neoliberal, onde tentou ser eleito a deputado federal pelo Rio Grande do Sul em 2018 e, de novo, a vereador por Caxias do Sul, obtendo sucesso nesta última tentativa.
Em 2021, por divergências com o partido em relação ao processo seletivo para as eleições presidenciais que se aproximavam, acabou expulso sem perder o mandato de vereador e aproveitou a onda direitista e entrou no Podemos depois da filiação do “Mussolini de Maringá”, Sérgio Moro, e de Deltan Dallagnol.
Este deputado procura se apresentar como um católico fervoroso, destacando que foi coroinha aos sete anos e defensor da família tradicional, ressaltando que a sua esposa foi fundamental para superar a morte da mãe. Contudo, a grande característica de sua atuação política foi se comportar como um antipetista, tentando enganar os trabalhadores através da política da defesa da liberdade econômica.
Uma coisa é clara: apesar do que diz, ele nunca defendeu a liberdade de expressão. Tanto que, já na câmara dos vereadores de Caxias do Sul, em agosto de 2021, registrou um boletim de ocorrência por ofensa à sua reputação e apresentou uma queixa-crime por calúnia e difamação para a perda do mandato. Tudo isto por causa de uma discussão com uma vereadora do Partido dos Trabalhadores (PT) que o chamou de racista, machista e homofóbico como resposta à fala do bolsonarista, que disse que a deputada falava coisas burras, bobagem e deveria ter vergonha do que dizia.
O fato gerador da discussão mostra a atuação cínica de Marconi. Ele estava propondo uma frente parlamentar dos trabalhadores e sua principal reivindicação era a retirada do imposto sindical dos sindicatos dos metalúrgicos do município, visando enfraquecer a capacidade de mobilização do sindicato.
Mostrando como Mauricio Marconi é uma amante da ditadura, ele lutou para implementar as escolas de doutrinação que são as chamadas escolas “cívicas-militares” no município de Caxias do Sul, ignorando as necessidades dos professores e dos alunos e considerando que os problemas da educação seriam só a falta de disciplina.
Para as eleições presidenciais, se dividiu em elogiar Sérgio Moro e defender a reeleição de Bolsonaro, e graças à propaganda da imprensa burguesa pela presença de Moro no Podemos, este partido subiu de 30 mil votos para os candidatos a deputado federal para 300 mil votos em 2022, com Marconi conseguindo aproximadamente metade destes votos e garantindo a sua eleição
Na Câmara dos Deputados, logo no início ele mostrou que faria uma oposição cega ao governo federal, gravando um vídeo ridículo onde rasgava o convite para posse do Presidente eleito pelo povo brasileiro. Depois. ganhou repercussão nacional ao dizer em fevereiro deste ano que a Bahia é igual ao Haiti, pois tudo é “uma pobreza, tudo pichado, sujo”. Ele também afirmou que “se o Brasil tivesse uma educação melhor, Lula não seria presidente”, resgatando o pensamento da ditadura que o povo não sabe votar, além de comprovar a hipocrisia do seu suposto patriotismo.
Desde então, sua atuação tem sido a favor dos latifúndios, dos bancos, das empresas de crédito e, obviamente, do imperialismo. Seu ataque ao STF é puro jogo de cena, pois, em um requerimento à justiça de São Paulo, solicitou a prisão de João Pedro Stédile, líder do MST, além de solicitar que os acampamentos do movimento fossem desfeitos como o ministro Alexandre de Moraes teria determinado em relação aos acampamentos bolsonaristas próximos aos quartéis do Exército.
Seu apoio aos latifúndios inclui a sua presença na chamada “CPI do MST”, que tem o objetivo de tornar este movimento social ilegal.
Em relação aos bancos, é um fervoroso defensor da submissão do Banco Central aos bancos privados, atacando qualquer discussão sobre esta questão e sempre votando contra qualquer medida que possa auxiliar a população.
Mostrando o seu papel de serviçal do imperialismo, em junho deste ano, foi um dos deputados que pediu o impeachment do presidente do Lula por ter se encontrado com o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, e criticar o boicote criminoso do “Grande Irmão do Norte” ao país sul-americano.
O vice-líder da oposição mostra como os argumentos que apresenta contra o famigerado projeto de lei das “Fake News” são uma farsa, pois. aproveitando do seu atual mandato, procura calar todos aqueles que se levantam contra a opressão sionista sobre o povo palestino e defendem os grupos que lutam efetivamente pela independência deste povo, inclusive o Hamas e a Jiade Islâmica.
