Na última quarta-feira, o governo Lula sofreu um duro ataque por parte do Congresso Nacional através de Comissão Mista de Deputados e Senadores, que aprovou mudanças no texto da Medida Provisória da Estrutura dos Ministérios, esvaziando os Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, dentre outras medidas. O ataque deixou claro que o Congresso, em especial através do presidente da Câmara, Arthur Lira, impedindo Lula de concretizar seu plano de governo.
Em outras palavras, o governo se viu diante de uma clara sabotagem por parte do parlamento.
Contudo, a primeira reação da Ministra dos Povos Indígenas foi culpar o próprio Lula, dizendo-se frustrada com ele, e que ele teria feito pouco empenho no que tange a discussão da Medida Provisória.
Já a reação de Marina Silva, foi jogar para a torcida. Na quinta-feira, reuniu-se com apoiadores e disse que Lula iria vetar trecho de outra Medida Provisória aprovada pela Câmara, também na quarta, que afrouxava medidas de proteção da Mata Atlântica.
Para inflamar seus apoiadores identitários, em entrevista à GloboNews, as ministras atribuíram o esvaziamento dos respectivos ministérios a “racismo” (contra indígenas e negros) e a “machismo”. É claro, não poderia faltar a demagogia com a “mulher negra”.
Resumindo, as ministras Sônia Guajajara e Marina Silva, diante do enfraquecimento de Lula perante os constantes ataques e sabotagens da burguesia, aproveitam para colher os espólios e se solidificarem como lideranças de setores da base do governo. E fazem isto atacando o governo, mesmo que de forma sutil, no presente momento.
Por outro lado, o restante da esquerda pequeno burguesa, em partidos como PSOL, UP e PCB, já deram início a uma campanha mais flagrante contra o governo, chamando manifestações a defender Marina Silva e se colocando contra a exploração do petróleo pela Petrobrás.
É a repetição da mesma campanha que esses setores fizeram contra Dilma durante o golpe de 2016. No fundo, oportunistas que são, desejam colher os espólios eleitorais decorrentes de um eventual colapso do PT como partido. Contudo, fazem isto aproveitando-se da luta da direita contra o PT. Esperam (e contribuem) para que a burguesia derrote Lula e o Partido dos Trabalhadores, para daí se alçarem como os herdeiros da esquerda no Brasil.
E Marina Silva e Sônia Guajajara já entraram em campo se prestando a assumir o papel de lideranças desse movimento, enquanto que PSOL, UP e PCB são os partidos que lhe servem de base.
É uma tendência que irá se consolidar? Ainda não se sabe. Contudo, como o inimigo também se esconde nas fileiras da esquerda, Lula deve ser precavido e expulsar Marina Silva e Sônia Guajajara, dando início a um expurgo dos elementos pró-imperialistas e antinacionais de dentro do governo