No programa tradicional da COTV, Correspondente Internacional, apresentado às sextas-feiras, os apresentadores Fabio Picchi, Felipe Bombardelli e Cláudio Martini, comentam sobre a situação internacional. Os companheiros comentam sobre temas da maior relevância na política internacional. Passando desde momentos engraçados como o vídeo do presidente Joe Biden, ou melhor, o senhor das guerras, saldando por engano o hino da Índia, até temas de caráter central.
O tema principal do programa n° 143 procura analisar uma matéria publicada por Wang Shoo, no Global Times, que analisa uma especulação sobre o presidente da França ir em direção aos BRICS, visando algumas vantagens como a desdolarização, o que, segundo o companheiro Cláudio Martini, não é totalmente falso, porém não é o motivo principal. A ideia do jornal chinês procura expor que essa suposta aproximação seria devido a um legado gaullista, uma consequência de uma “vocação política” e “vocação histórica”
“O Global Times é muito diplomático com a França, o Macron não é uma pessoa ligada ao Gaullismo, é ligado aos bancos, ao próprio imperialismo. Mas, ele não pode passar por cima do Gaullismo na França, que seria o setor nacionalista da direita, que estão apoiando os protestos. Os protestos estão forçando Macron a fazer esse malabarismo entre a China e o imperialismo norte-americano. Já a reação de Putin foi diferente, pediu uma explicação a Macron, que com certeza não vai dar, pois ele não explica nada. Existe a brincadeira de falar que ele quer uma cadeira no BRICS, mas, na verdade, ele está tentando se manter no poder em meio aos protestos, por isso está seguindo essa política mais independente. No dia 19 começa novamente os protestos contra a reforma da previdência, contra o governo”, afirma Cláudio.
Fábio Picchi também relembra um momento histórico:
“Vale lembrar que o De Gaulle, o general De Gaulle, ele foi o homem que mandou, quando Breton Woods estava em crise, em 68 e o pessoal já sabia que o EUA não tinha ouro suficiente para saudar todos os dólares que estavam nos cofres dos outros países, ele mandou barcos para os EUA cheio de dólares para pedir o ouro: ‘Vocês vão dar o ouro e vai ser agora’, e isso acelerou a crise da falência de Breton Woods, era uma figura meio controversa, era a direita da resistência contra o nazismo, foi levado pelo próprio imperialismo como herói na resistência, sendo que foi uma figura secundária. Representa o nacionalismo da burguesia francesa.”
Essa polêmica ilustra a crise do capitalismo, que ilustra o momento de implosão internacional, colocando em xeque a dependência da Europa em relação aos Estados Unidos.